O jogo com o Marítimo teve duas fases marcadamente distintas. Até ao golo inaugural de Teo, que acontece já quase no final da primeira parte e os quarenta e cinco minutos complementares.
No primeiro o Sporting revelou as já tradicionais dificuldades em lidar com o paquete maritimista, ancorado logo à saída da doca - leia-se linha do meio campo - criando apenas uma oportunidade verdadeiramente digna desse nome, a que equivaleu o também já tradicional falhanço de Bryan Ruiz. Muitas dessas dificuldades explicam-se pela ausência de química na relação Slimani - Teo. Cada um funciona como se o outro não existisse, o que de certa forma explica a ausência de continuidade do jogo que é criado nas suas costas, que neste jogo nem estava a ser particularmente feliz. O facto de cada um ir marcando não deve iludir a notória falta de simbiose entre os dois elementos mais avançados.
No segundo tempo, talvez porque a vantagem no marcador anulasse alguma ansiedade provocada pela necessidade de ganhar, vimos uma equipa mais próxima do bom nível de produção que tem habituado os adeptos este ano. Os golos surgiram com naturalidade e outros mais poderiam ter acontecido.
A merecer amplo destaque a participação de William, paulatinamente a regressar ao nível imperial de que a lesão na selecção havia afastado. Por outro lado João Mário já começa a justificar muito mais do que o titulo de "melhor jogador jovem do mês". Ao nível actual ele está já no patamar superior, onde o facto de ser jovem e jogar com a maturidade que exibe, deveria contar muito mais do que uma mera característica.
Uma nota final para a performance defensiva. Não me parece que seja casual o facto de estarmos a registar o pior período do campeonato, sofrendo golos a quase todas as jornadas que disputamos. Apesar da inclusão feliz de Coates, os restantes elementos que chegaram à titularidade estão numa galáxia muito distante do uruguaio no que à categoria e desempenho diz respeito. Semedo é capaz de coisas tão boas como disparatadas, Schelotto está ainda em processo de aprendizagem. Naldo e Paulo Oliveira dariam a estabilidade que está a faltar.
Agora que o campeonato se aproxima do fim, e com o Sporting a ter que ganhar os jogos decisivos com pelo menos duas das melhores equipas da competição, parece-me ser na solidez defenfensiva e na acima aludida relação Teo - Slimani os problemas que Jesus tem de resolver a curto prazo. Para já continuamos a navegar, o que era preciso para a ambição do titulo continuar a viver.
Leão,
ResponderEliminarconcordando com tudo, vou directamente à nota final: performance defensiva.
Coates é muito bom, muito bom mesmo. Em condições normais a dupla tem de ser ele + Ewerton. Como o Ewerton não é (ou não quer ser) normal, então a dupla tem de ser Coates + Naldo.
Estava a ver o jogo com 2 amigos em Alvalade e quando, logo 1 minuto depois do 3-0, há situação de golo para o Marítimo, todos concordámos que íamos sofrer um golo. Isso é tão visível da bancada, como não o é no banco? E naqueles 10/15 minutos percebeu-se que Semedo ainda não é de confiar.
Bem, de Schelotto nem vale a pena falar. Diz que "está ainda em processo de aprendizagem" é ser muito simpático. Schelotto não joga nada, ZERO. E a sua utilização é ainda mais incrível quando J. Pereira tem estado muito bem e Esgaio nunca comprometeu. É um erro ele jogar e será um erro ainda maior a sua renovação.
E, por favor, não me venham com a tanga de "ele é alto; ganhamos cm na área; corre, etc". O Sarr também era alto...
Quanto à lateral-esquerda, o efeito Bruno César já passou. É tempo de retomar a Marvin, embora tenha entendido a opção B. César. Pelo historial de lesões, creio que B. César dever ter acabado a época no sábado.
Para terminar a performance defensiva, uma nota para Patrício. Excelente, sempre. Muito bem. Está numa forma brutal e dá uma enorme confiança.
grande abraço
Cantinho,
EliminarNão percebi que a razão de saída do Bruno César foi uma lesão. Pensei que fosse para voltar a dar ritmo ao Marvin.
Leão,
Eliminarquase a chegar ao intervalo o Bruno César começou-se a queixar de uma perna (esquerda, creio). Pensei que iria sair ao intervalo. Entretanto Marvim não aqueceu ao intervalo mas foi o 1º a entrar.
No fim do jogo, B. César continuava a coxear e sempre agarrado à perna.
Cantinho,
EliminarNo caso do Schelotto, temo que a tanga venha do próprio treinador. Não será por acaso que André Martins teve tão poucas oportunidades, que Esgaio joga pouco e que nunca se falou de uma oportunidade na equipa A para Francisco Geraldes (melhor jogador este ano na B, a larga distância de qualquer outro).
JJ é um grande treinador mas também tem as suas manias...
Abraço
MMS,
Eliminarquanto à presença de Schelotto (e renovação) eu também penso isso ["mania" de JJ], mas não o digo para não acreditar que isso possa ser verdade.
A saída de Martins será mais um acto de gestão ruinosa desta época. E, aqui, as culpas serão repartidas entre a direcção e equipa técnica. Se o André sair para uma equipa portuguesa (acredito que Braga ou FCP não vão desperdiçar), até ao fim do ano estará na Selecção. E com mérito (o que nem sempre é possível).
um abraço
O tema dos laterais não é tão consensual como vocês o pintam.
EliminarPara além da altura, que é de facto muito importante (basta ver a quantidade de golos de boa parada que sofríamos na altura dos laterais baixinhos, do André Martins, etc.), o Schelotto é ofensivamante muito mais forte que o João Pereira (de quem eu também gosto muito).
É um lateral moderno, com passada larga e muito rápido com a bola.
Além disso, já se percebeu que o Schelotto só é titular indiscutível nos jogos contra os pequenos em que é preciso atacar do princípio ao fim.
O Marvin é um lateral que não ataca (o que é estranho uma vez que começou a época como extremo) e não sabe centrar. Para mim, é outro Evaldo. Espero que jogue o menos possível.
Quanto à dupla de centrais, estou de acordo. Penso que deveria ser Coates e Naldo (embora o Semedo esteja a crescer a olhos vistos, ainda não oferece a segurança necessária).
Quanto ao André Martins, tenho pena que saia e, sobretudo, que saia pela porta pequena. É seguramente jogador para brilhar num Braga e ainda voltar ao mais alto nível.
De qualquer forma, percebo que no actual meio-campo do Sporting tenha poucas oportunidades.
Leão,
ResponderEliminarDuas notas quanto à qualidade da nossa defesa:
- a primeira, para dizer que discordo da apreciação no que toca ao Ruben Semedo. O Ruben Semedo teve 2 ou 3 lances no final do jogo em que tremeu, é um facto. No resto do jogo esteve bem. O golo do Marítimo surge quando o estádio estava a fazer holas. Na cabeça de alguns jogadores também já se faziam holas. É assim o Sporting, precisa de crescer e ganhar maturidade para não gritar olés a ganhar 1-0 e não fazer holas num jogo que esteve tremido (Alvalade treme quando a ganhar 3-0 sofre um golo, sintomático...). Ainda assim, se Naldo estiver em forma, concordo que deve jogar. Essencialmente, para proteger o Ruben Semedo. Creio aliás que a utilização de Naldo na equipa B antecipa o seu regresso ao 11.
- a segunda para dizer que, não comentando o Bruno César (faz o que pode naquela posição, mas na 1ª parte foram evidentes as dificuldades), não consigo mesmo entender como é que Schelotto e Aquilani tiveram as carreiras que tiveram. Aquilani, enfim, acaba por ter um ou dois pormenores engraçados ao longo do jogo. Schelotto só é titular pela estampa física, não vejo outro motivo (um dos defeitos de JJ é precisamente o de sobrevalorizar este aspeto). Porque quer defensivamente quer ofensivamente é inferior a João Pereira. E ao dizer isto digo muita coisa...
Isto dito, queria dizer que temos o melhor lote de centrais de entre os 3 grandes, o que nunca tinha visto acontecer. Quando vejo as supostas listas de reforços e não encontro lá um DD para formarmos uma defesa ainda mais forte, fico surpreendido.
Um abraço
MMS,
Eliminaré esse o problema de Ruben Semedo, é capaz de estar a fazer um grande jogo e de repente dar uma ou duas casas. Foi assim ontem.
Relativamente à questão dos dois italianos há que separar as coisas. O Secheloto deve ter um grande empresário, só pode. O Aquilani pelo menos tem algum passado com coisas boas no registo mas já não é capaz de jogar com a intensidade que o lugar que ocupa no meio campo exige. Ou pelas lesões ou pelo desgaste ou ambos.
Quanto aos centrais, concordo. D
A questão dos golos sofridos também me parece consequência de algum relaxe ou deslumbramento. Não consentimos muitas oportunidades até o jogo "estar feito", e depois acabamos por sofrer: foi assim com o moreirense em casa, com o Guimarães, com o belenenses, com o arouca e agora com o marítimo (e deve ter acontecido mais vezes).
ResponderEliminarSl
JVB,
EliminarÉ isso mesmo, relaxe. Nos últimos 3 jogos, avaliando o que foram os jogos, podíamos ter um score de 13-1 (acho que o Marítimo até mereceu o golo e já o tinha procurado antes). Em vez disso, levámos golos perfeitamente dispensáveis do Arouca e do Belém. Obrigo-me a ver o lado positivo: se é por relaxe, quando precisarmos não vai acontecer!
Neste jogo, curiosamente, o relaxe começou nas bancadas. Ainda no ano passado a ganhar 3-0 a este mesmo Marítimo, levámos 2 golos de enfiada e sofremos a bom sofrer. A memória é curta.