A próxima AG deveria ser a primeira de muitas
Vão ser sujeitos a votação em sede de assembleia geral o orçamento para o próximo exercício 24/25, bem como as contas do período agora findo, 24/25. Julgo que ambos os documentos serão objecto de aprovação pacifica. Quer pela sua própria natureza quer, como acontece em momentos como o que o Sporting atravessa, de grande vitalidade e conquistas desportivas as contas, sejam boas ou más, “não interessam e ninguém”. Ou a muito poucos. Por isso este post não falará das contas, mas desta AG em particular e das AG’s em geral.
Começo por me referir às propostas apresentada por um grupo de sócios, que não li, mas cujo destaque dado a dois pontos nela insertos me leva a referir-me a elas.
Começo pela proposta de as votações voltarem a ser efectuadas em papel, abandonando o voto electrónico presencial actual. Não sei o que motiva a ideia, que considero no mínimo peregrina. Que razões poderiam motivar um pedido deste teor? Suspeitas, falta de fiabilidade no sistema? Bem, é verdade que estamos no tempo da pós-verdade e da desinformação, mas ate agora não surgiu nada com o mínimo de credibilidade, que possa por em causa o método em uso. Assim sendo, esta proposta vejo-a como se alguém agora nos viesse convencer que viajar entre Porto e Lisboa deveria voltar a ser efetuado de carruagem… puxado por pobres e estafados cavalos.
Outra das propostas, que vem na sequência da anterior, refere-se à descentralização da votação nos núcleos. É interessante reparar nas desconfianças sugeridas pelas tecnologias, que leva as pessoas a fugir da votação electronica que, devidamente elaborada e configurada tem muitos mais checks & balances que qualquer votação manual registada em papeis. Multiplicar mesas de voto por não sei quantos espaços longe de Alvalade, com deslocações de todo o material e respectivas recontagens seria o paraíso dos criadores de teorias conspirativas. Isto sem referir como é que as listas concorrentes conseguiriam acompanhar presencialmente todas as votações e os procedimentos subsequentes. Por outro lado que núcleos seriam escolhidos para o efeito e quais é que, ao dia de hoje, reúnem condições materiais e humanas e com dignidade para sediarem um evento desta natureza?
São mais ou menos estas as questões que foram colocadas pelo nosso Presidente da Mesa da Assembleia Geral, o que quer dizer, grosso modo, que estamos de acordo. Mas acontece que eu sou apenas um mero associado anónimo e ele ocupa um cargo que representa todos os associados do Sporting Clube de Portugal. Logo tem acrescidas obrigações. Desconheço se os associados subscritores das propostas desrespeitaram algum dos procedimentos previstos nos estatutos. Não o tendo feito, o PMAG, até pelo respeito que deve a todos os associados, e em particular aos que se dão ao trabalho de pensar no e sobre o clube, deveria sujeitar a proposta a discussão e votação. Porque se conta apenas a opinião do PMAG deixamos de fazer as AG’s e passamos a registar a sua opinião, que ele ufanamente fará publicar no jornal Record esquecendo-se, talvez como agora aconteceu, de a dar a conhecer no único órgão oficial que reconhecemos, o Jornal do Sporting.
Devo acrescentar que, por outro lado, reconheço que nós os Sportinguistas, fomos perdendo o direito de nos fazer ouvir em sede de AG. Uns porque não se comportaram como é devido, preferindo a baderna, o insulto, a ameaça verbal e até física. Outros porque, assistindo, nada fizeram, nada fizemos para tornar possível que as AG’s sejam de todos nós, como nunca deveria ter deixado de ser.
Essa pode ser uma próxima e muito interessante tarefa para todos nós. Reconquistar as Assembleias Gerais para todos os Sportinguistas. Para que, dessa forma, o PMAG, não tenha medo de nos ouvir. Nesse sentido era bom que a próxima AG fosse a primeira de muitas
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