Sporting 4 - Manchester City 1: uma noite para a história
Nota prévia: esta é das crónicas mais difíceis de escrever. Diga-se o que se disser intui-se de imediato que nunca se conseguirá estar à altura do momento e do que acabamos de testemunhar e que corresponderá a uma das mais brilhantes vitórias do Sporting. Por outro lado, ao resultado histórico associa-se um momento que é inevitavelmente triste, por corresponder ao adeus de Rúben Amorim a Alvalade. Como podemos sempre fazer escolhas, ainda que limitados pelas circunstancias que a realidade impõe, seguimos embalados pelo Vinicius de Morais e continuar a acreditar:
É melhor ser alegre que ser tristeAlegria é a melhor coisa que existeÉ assim como a luz no coração
Poucos ou nenhuns poderiam vaticinar o resultado alcançado pelo Sporting ante o Manchester City e depois do inicio do jogo a fazer lembrar a anterior visita - um golo muito cedo - esse número, a ter existido, rapidamente se terá evaporado. De facto não começou nada bem, com aquela perda de bola de Morita. Falhas como essa pagam-se quase sempre caro e ante adversários como os de ontem até costumam ser decisivos. O Sporting demorou a encontrar-se, especialmente porque não conseguia manter a posse da bola, perdida quase sempre poucos segundos após a sua conquista. Foi um período em que esteve à mercê do adversário e teve que contar com o acerto de Israel na baliza.
Mas, apesar de não estarem a correr nada bem, a equipa não baixou os braços e haveria de por o adversário em sentido primeiro com Gyokeres isolado a falhar as medidas do chapéu a Ederson. Mas como não é homem de grandes desperdícios e à segunda empatou o jogo, acabando com o sentido único que se registava para a sua baliza. As equipas regressariam ao balneário empatadas e ninguém poderiam prever o que estava reservado para a segunda metade.
Bastaram 8 toque na bola para desfazer o empate, logo após o reinicio do jogo. O resto é história que ficará para contarmos aos nossos filhos e netos, como os que nos precederam fizeram connosco quando, há 60 anos goleamos o vizinho do City e futuro clube de Rúben Amorim por 5-0, no ano em que conquistamos a Taça das Taças. Um jogo que ficará para sempre na memória de todos nós, não só pelo resultado invulgar, mas também por ficar marcado pela despedida de Alvalade do melhor treinador que passou pelo Sporting na minha geração.
Amorim ainda não partiu em definitivo mas é impossível não sentir já a nostalgia por estes quase 5 anos que voltaram a colocar o Sporting no lugar de que ouvimos falar mas nunca tínhamos realmente vivido. É impossível também não olhar para este momento e interrogarmo-nos até onde é que poderíamos chegar e o que poderíamos alcançar, não fosse este corte abrupto.
A dúvida adensa-se relativamente ao que nos estará reservado daqui em diante e assim permanecer petrificados entre a saudade e a dúvida, mas o tempo não é a favor dos descreem e hesitam. O que os nosso jogadores demonstraram ontem, como em jogos anteriores ao longo da época, é que podemos confiar no seu profissionalismo e na sua vontade de continuar em busca das vitórias, uma de cada vez, até ao final. E por isso não temos outra alternativa senão a de continuar a caminhar lado a lado, jogo a jogo.
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