Sporting 1- Arsenal 5: Arsenal nuclear
Foi dura a noite em Alvalade. Não porque perdemos com o Arsenal mas sobretudo pelo resultado expressivo registado no final e isso seja talvez o que é verdadeiramente de lamentar, uma vez que a diferença de golos é um factor que pode tornar-se decisivo na contabilidade final. Isto porque, se perguntassem, após o sorteio, se "comprávamos" 3 pontos com os dois clubes ingleses que nos caíram no bornal, quem não compraria, pagando até bom preço?
A verdade é que, tal como com o City, o jogo começou muito mal para as nossas cores, averbando um golo muito cedo, do qual nunca chegamos verdadeiramente a recuperar nem a calma ou o discernimento. E, ao contrário do jogo com o City, não tivemos a dose mínima de sorte nos momentos decisivos do encontro. Tudo o que podia correr mal, correu bem pior. O quarto golo foi o melhor exemplo disso e acabou por matar qualquer veleidade que pudéssemos ter em recuperar o resultado ou pelo menos torná-lo mais facilmente mastigável ou deglutível.
Deste jogo ressaltam três protagonistas que me merecem a referência:
João Pereira: Mantenho a saudação aqui feita pela coragem com que assumiu tão pesada "herança". A liderança de Amorim não foi só impressiva junto dos jogadores, mas deixou marcas profundas junto da maioria de nós. A lei das probabilidades está contra João Pereira: não há dois Amorins seguidos à mão de semear. Mas isso não é uma deliberação que impõe a desgraça e que o insucesso está ao virar da esquina. João Pereira pode ser igualmente bom para o Sporting sem ter que ser o Ruben Amorim. Claro que, especialmente quando os resultados não são os desejáveis, as suas opções serão sempre objecto de critica. O mais importante é tenha convicção nas ideias e no trabalho lembrando que se a herança é pesada por ser dificil de igualar, também é boa porque recebe uma equipa completamente identificada e esclarecida com uma ideia de jogo para a qual ele foi escolhido para dar continuidade. Foi um mau resultado, mas nada teve de inédito, incluindo no mandato do seu antecessor e não foi por isso que não chegamos onde nunca nos lembrávamos de ter estado.
Edwards: é inadmissível eleger um jogador como bode expiatório de toda uma estratégia. Desde logo porque não é ele que escolhe o lugar onde é posto a jogar e aqui o erro começa no treinador. A sua primeira obrigação é colocar os jogadores onde e em tarefas em que as suas qualidades possam ser melhor aproveitadas. Ora nem se conhecem bons jogos do Edwards à esquerda, nem ele é conhecido pelas suas qualidades defensivas. Arteta percebeu isso muito bem e grande parte dos primeiros 45 minutos foram um massacre à ala esquerda, até porque o Maxi também não é um defensor eximio. Isso obrigou muitas vezes Morita a descair para a esquerda, deixando Hjulmand sozinho com vários jogadores arsenalistas à sua volta. Acresce que Edwards é um jogador sem ritmo, muito mais para cavalarias europeias.
Hjulmand: Nunca é demais realçar as suas qualidades como jogador mas também como líder. O seu discurso sereno e esclarecido no final do jogo são um farol para todos nós. É nestes momentos que se distinguem is homens dos meninos e ficamos à espera da reacção devida no jogo com o Sta. Clara, adversário que não deve ser menosprezado em nenhum momento.
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