A um degrau do Olimpo
Como se prova pelo desfecho do dérby passado, o resultado e a forma como foi alcançada a vitória ante o Gil Vicente pode vir a ser o jogo determinante para a possível conquista do campeonato. Foi esse resultado arrancado a ferros que permitiu que o Sporting chegasse ao dérby a poder jogar com dois resultados possíveis. O que, como acabou por se verificar, permitiram ao Sporting anular a vantagem estratégica que o rival teria caso o Sporting tivesse que ir obrigatoriamente à procura da vitória.
Se se atender apenas ao que diz respeito ao domínio, o empate é o resultado certo que sai de duas partes distintas. Na primeira em o Sporting está melhor na primeira e, entre o consentimento e a imposição pela maior força do rival, o SLB domina na segunda. Em cada uma dessas partes houve oportunidades para qualquer um dos clubes poder sair vencedor. Mas, atendendo à cronologia dos eventos, o Sporting poderia ter fechado o campeonato quase "sem necessidade de jogar" já sequer o segundo tempo e por isso de estar ainda dependente de realizar mais três pontos.
Para tal teve que contar mais uma vez com a indisfarçável alergia de João Pinheiro ao Sporting. Volta-se a colocar a questão do artigo anterior: porque lhe foi incumbida a missão de arbitrar, como se ele fosse um caso único de excepcional qualidade no seio de arbitragem, quando esta é marcada sobretudo por um nível médio de mediocridade, do que qual ninguém se destaca? Essa não é apenas a impressão geral dos adeptos, mas também de quem superintende internacionalmente a classe. Isso constatasse quando ou não nomeia nenhum árbitro nacional ou, quando o faz, não lhe permite mais do que uns apitos em jogos de importância relativa.
O nosso inefável amigo Pinheiro esteve muito mal tecnicamente, quando não assinala o penalty claro sobre Pote e depois, seguindo precisamente o critério oposto no que à gestão dos contactos diz respeito, anula o golo, que seria o segundo, a Pote, por pretensa falta de Gyokeres. A intervenção do árbitro, tal como a falta de intervenção do VAR, alteraram o curso do resultado. Na jogada do golo que permite o empate ignora uma falta clara sobre Trincão. Como não têm personalidade e o jeito é pouco e a vergonha ainda menor, os árbitros sentem-se autorizados a entrar no jogo de compensações, querendo desempenhar simultaneamente o papel de deus e do diabo. Só assim se percebe que o lance de Debast sobre Otamendi não tenha merecido punição ou análise VAR, isto sem esquecer o imprescindível: o defesa argentino já devia estar a tomar banho há muito tempo e a sua equipa reduzida a dez jogadores.
Foi esta sucessão de casos que nos levaram a uma segunda parte onde o Sporting não esteve nada bem, arriscando em demasia na forma como desceu as linhas, tal como em muitos jogos anteriores, onde perdeu pontos que agora já o consagrariam campeão. Dragão, Guimarães e o mais recente jogo com o Braga, jogos esses em que Rui Borges, por razões diversas, não esteve feliz. Ou porque não mexeu, ou porque mexeu tarde ou porque não obteve a resposta desejada de quem entrou.
Ontem foi clara a perda do meio-campo, o controlo da bola, da largura, o discernimento e sobretudo a capacidade de pressionar, como havia feito nos primeiros quarenta e cinco minutos após a saída de Debast. Morita esteve pouco feliz - no lance do golo podia ter feito muito mais - quando Pote já não estava em campo praticamente desde o golo anulado. A saída de Debast foi ainda mais penalizadora quando se sabe que tirando o próprio e o nosso enorme capitão, que tanta falta vai fazer no jogo derradeiro, o poder de choque é muito reduzido, deixando a nossa linha média numa versão light, num jogo de pesos-pesados.
O jogo acabaria por chegar o fim, deixando-nos a um jogo apenas de nos sagrarmos bicampeões. Será provavelmente o jogo mais longo e difícil do ano. Nada está ainda ganho, até que o último apito soe e essa terá que ser a disposição mental da equipa. A nós, adeptos, tendo também isso presente, cabe-nos continuar lado a lado, até ao fim. Como dizia o nosso treinador, algo de muito bom nos está reservado.
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