Este é o Leão Rampante com que sonhamos!
Este é o Leão Rampante que tantas vezes sonhamos, mas que apenas ouvimos falar!
Ao não desperdiçar ao possibilidade de se voltar a sagrar BI Campeão o Sporting efectua a "sua travessia do Rubicão" no que diz respeito à afirmação como um nome de incontornável no lote dos candidatos. Despe assim o seu equipamento de apenas um mero outsider capaz de desafiar entre décadas de interregno os dois rivais de sempre, habituais repartidores dos títulos.
É um momento de profunda satisfação e orgulho, porque o Sporting sai do fundo de um poço escuro onde corria o perigo de se transformar em algo muito diferente do clube que conhecíamos, tendo que enfrentar adversários poderosos, melhor apetrechados, habituados a ganhar e que não hesitaram em recorrer a métodos e jogadas subterrâneas para vencer. Reiventarmo-nos e ganhar-lhes porque fomos mais competentes, é uma dupla vitória. Conseguimo-lo sem nunca abdicar dos princípios que estiveram na base da nossa formação, sem encher de nódoas incómodas e irremovíveis os nossos símbolos e bandeiras é uma dupla vitória, que confere um tempero ainda mais saboroso aos nossos feitos mais recentes. Ganhar é importante, mas nunca poderá ser qualquer custo.
Não ter sido campeão, ainda por cima em casa e na última jornada seria catastrófico. Venceria o Sporting do fado, do azar, que muitas vezes mascararam a incompetência e as más decisões. Aprofundaria a sensação de que Amorim teria levado consigo aquilo que tinha trazido: um Sporting capaz de ganhar de forma sustentável. Ter conseguido sagrar-se campeão depois do abandono do treinador que programou a época, construiu o plantel, ficou à deriva com João Pereira e recuperou o rumo com Rui Borges, permite pensar que há algo de mais substancial que apenas o nome do antigo treinador. E isso ajuda a encarar com maior segurança os próximos desafios. Estes continuam a ser difíceis e complexos e que continuarão a ser esgrimidos contra dois adversários poderosos e porque manter a senda de vitórias é muito mais exigente do que vencer aqui e ali.
Para se perceba o que temos estado a fazer e donde vimos basta lembrar que este saboroso BI só tem paralelo nos longínquas anos 50 do século passado. Mas ele é ainda mais valioso e importante se olhado ao percurso recente dos últimos 5 anos: são três títulos nos últimos cinco anos, o que, permitindo apenas um titulo a cada um dos seus rivais lhes tira o pão que tinham como garantido que invariavelmente lhes iria parar à boca de forma seguida ou interpolada, tendo o Sporting como espectador.
Mas não são apenas os títulos de campeão nacional que nos voltaram a por no mapa dos vencedores e candidatos a voltar a ganhar. Nas restantes competições temos também ganho ou estado estado nas decisões como se pode ver nos resultados da década em curso:
2020-2021
Campeão nacional
Vencedor da Taça da Liga
2021-2022
Segundo classificado Liga
Vencedor da Supertaça
Vencedor da Taça da Liga
2022-2023
Quarto classificado Liga
Finalista vencido Taça da Liga
2023-2024
Campeão Nacional
Finalista Vencido Taça de Portugal
2024-2025
Campeão Nacional
Finalista da Taça da Liga
Finalista da Taça de Portugal
Para finalizar importa referir os nomes incontornáveis deste titulo, aos quais podemos voltar mais tarde.
Frederico Varandas:
Do ponto de vista individual, porque colectivamente o titulo é de todo o Sporting Clube de Portugal, é o grande vencedor, como seria o inverso em caso de insucesso. Se é verdade que pôs em causa a conquista com a escolha de João Pereira para substituir Amorim, também o é que ainda corrigiu o tiro de forma atempada ao resgatar Rui Borges a Guimarães. Por opção ou por outras razões que nos escapam, optou por uma decisão conservadora no mercado de inverno, quando tudo indicava que o plantel precisava de reforços. Os factos, isto é, a chegada em primeiro lugar, se não apagam a percepção de então também não o deixam desqualificado, o Sporting venceria na mesma.
Rúben Amorim
Formou com Frederico Varandas e Hugo Viana o triunvirato que mudou a face do Sporting. De muito longe o treinador que conseguiu imprimir no Sporting uma mudança de mentalidade e o melhor futebol que vi praticar. Contudo, ao abandonar a equipa de forma inesperada e no momento em que o fez, tornou-se num factor de instabilidade que pôs em perigo o mote que lançou a partir do Marquês: voltar a ser BI. Desbaratou por isso os méritos que lhe poderiam ser atribuídos neste BI, aproximando o Sporting do tempo da instabilidade que nos retirava do caminho da vitória.
Hugo Viana
Mudou o padrão no recrutamento quer quando houve pouco dinheiro, quer depois, por via das vitórias que valorizaram os jogadores e puseram o Sporting nas listas de scouters de clubes que pagam melhor. A última época completa foi verdadeiramente notável, jogadores como Gyokeres e Hjulmand são pilares das nossas vitórias.
Rui Borges
Foi certamente preciso muita coragem para lidar com a ambição de treinar o Sporting naquele preciso momento em que tinha que, em dois dias apenas, receber em casa o principal concorrente ao primeiro lugar. Conquistou o grupo de trabalho que parece ter completamente na mão. A humildade das origens e dos discurso expuseram-no a ataques ad-hominem cheios de pus e cobardia, a quem respondeu com o titulo nacional. Para lá chegar teve que enfrentar a pior onda de lesões que há memória, o que, tendo condicionado sobremaneira as suas opções, influenciou inevitavelmente alguns resultados. Nesse interim manteve sempre uma serenidade a toda a prova. Terá agora, na época que se avizinha, e que terá que preparar e reconfigurar o plantel, a prova do fogo que permitirá confirmar ou afastar algumas dúvidas sobre as suas propostas para o sistema e modelo de jogo capazes de serem vencedores.
Os jogadores
Com Hjulmand à cabeça, aguentaram tudo, até o inimaginável e pouco recomendável de mudanças no comando técnico. São eles o grande sustentáculo do titulo que acabamos de celebrar. Provavelmente melhor grupo, o melhor balneário de que hé memória os tempos mais recentes.
Dados importantes sobre a carreira do Sporting:
mais pontos (82)
mais vitórias (25, =SLB)
menos derrotas (2)
melhor ataque (88)
melhor defesa (27)
Liderou 30 das 34 jornadas da Liga Betclic 2024/25.
Perdeu a liderança por 3 ocasiões e recuperou sempre na jornada seguinte:
13.ª jornada D 2-1 Moreirense (João Pereira)
15.ª jornada E 0-0 Gil Vicente (João Pereira)
28.ª jornada E 1-1 SC Braga (Rui Borges)
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