É preciso recuar ao 11 de Novembro de 2012, na 9ª jornada, jogo em casa com o SCBraga, para encontrar um jogo em que o Sporting não tenha sofrido um golo. Jogos em que a mesma situação tenha ocorrido - não ter sofrido golos - eram até ontem apenas 3 (Horsens (V) Basileia (E) e Académica(E) e talvez não seja por acaso que só tenhamos conseguido ficar incólumes perante apenas uma equipa portuguesa...). Ontem, na estreia de Jesualdo, conseguimos finalmente voltar a terminar um jogo com a baliza inviolável.
Antes de ir propriamente ao assunto do post deixo ficar aqui também alguns dados estarrecedores: em todas as competições oficiais o Sporting tem uma relação de golos marcados/golos sofridos negativa:
Liga ZON Sagres 11-16
Taça de Portugal 2-3
Taça da Liga 3-5
UEFA Europa League 10-11
Mas não é tudo. Se a posição na classificação geral do actual campeonato é a que se sabe - 12º lugar, a um ponto dos lugares de descida - as classificações parciais indicam-nos que se houvesse um campeonato dos jogos em casa estaríamos em 6º lugar com 8 pontos. No campeonato dos jogos fora seríamos penúltimos com apenas mais um ponto que o modesto recém-promovido Moreirense.
Estes dados, somados às exibições, dizem-nos praticamente tudo sobre a qualidade do trabalho desenvolvido até agora e da tarefa ciclópica que espera Jesualdo Ferreira. A questão técnica, da qualidade do treino, da responsabilidade de Sá Pinto a Vercauteren, é a que deve ser tida em linha de conta antes de se colocar em causa o valor dos jogadores.
Quando oiço grande parte dos comentadores e analistas (com ou sem aspas) a falar de ´"entrega" normalmente isso é um bom indicador de desconhecimento da importância diferenciadora do treino no futebol actual. Foi a a sua falta de qualidade a origem da actual situação a que se juntam agora muitos outros factores acessórios, que tornam os nossos jogadores aparentemente iguais ou inferiores ao de adversários muito inferiores.
Advinham-se momentos ainda mais conturbados e provavelmente ainda mais fracturantes do que os que vivemos. Julgo ser de importância crucial que no que aí venha, onde quase tudo será esmiuçado, que se perceba o quão importante é a posição de treinador para o sucesso ou o fracasso de um clube onde o futebol tem importância primordial.
Não sou propriamente um fã de Jesualdo Ferreira mas não deixo de lhe reconhecer a competência técnica que talvez faça dele o melhor treinador português disponível. Acresce que JF é também um homem com tarimba suficiente para viver as tão frequentes crises exestencias tão sportinguistas quando, ao primeiro desaire, tudo é posto em causa.
Parece-me por isso importante que o saibamos resguardar das tricas politicas em que nos consumiremos nos próximos tempos. Assim como seria importante que tivesse tempo para que o seu trabalho tivesse continuidade. No que à organização do nosso futebol diz respeito está tudo ou quase tudo por fazer e quanto mais tarde começarmos mais angústias e sofrimentos seremos obrigados a coleccionar.
E não apenas a ele mas também à equipa. Parece-me muito importante destacar o que disse ontem depois do jogo:
«Esta equipa precisa de suporte psicológico, confiança, sucesso e apoio.
Precisa de acreditar que
tem capacidade para seguir em frente e chegar a
níveis mais altos. Isso só se consegue com tempo e trabalho.
«Há jogadores muito melhores do que aquilo que apresentam em campo.»
«Quando não há apoio ninguém se sente bem. As pessoas
têm de decidir se apoiam ou não, nós vamos fazer
o nosso trabalho. Para mim é-me indiferente, mas para os jogadores é
importante,
porque são eles que jogam.»
A questão do apoio da equipa não pode ser confundida com o apoio ou o protesto contra a situação vigente. A equipa no relvado não é a de Godinho Lopes, é a equipa do Sporting e são os pontos que perde e ganha que se constrói a nossa história.
Não se pense que esta é uma questão acessória para os jogadores. Se preciso for atente-se no que disse ontem Ronaldo depois do jogo no Bernabéu:
«Já chega de críticas, temos de estar juntos»
Pelo menos à hora dos jogos. Após os jogos as diferenças de opinião podem voltar a ser as de sempre, ninguém é assim tão tolo para negar o direito de cada um pensar pela sua cabeça.
Garra ou a história do jogador "esforçado" que tão elogiado é quando o que faz é afundar a sua equipa. A garra deve ser um complemento alicerçado num conjunto de qualidades técnicas e tácticas. Por si só um jogador "esforçado" não é nada.
ResponderEliminarCom oSporting é o mesmo. Eu reconheço esforço a 90% do plantel. Eles correm, eles lutam. Mas isso não chega e se chegasse qualquer um seria jogador.
O SCP sofre hoje um erro: a renovação de Sá Pinto. E sofre porque não tem princípios colectivos de jogo que levam a que sofra com muito maior intensidade os erros individuais!
Um jogador num mau momento (como Cedric) poderia ver as suas deficiências ou esse mesmo momento mascarado pelo colectivo. Mas o contrário não se verifica, um conjunto de bons jogadores em grande momento de forma não mascara insuficiências colectivas.
Jesualdo tem muito trabalho pela frente. Do jogo de ontem realçar as substituições. Soube escolher o momento em que o meio campo do SCP precisava de ser refrescado e o fez com 2 unidades. Só isso é um enorme upgrade em relação ao belga.
Por outro lado, Jeffren é uma boa adição pelo meio. Começa a ficar mais confiante e é muito capaz. De realçar que Adrien é titular de caras assim como MArtins seria se tivesse apto. E mais, o meio campo ganhou muito com a calma e a temporização de Zezinho. Já a defesa, Boula raramente ganha um lance e creio que DIER é uma inevitabilidade no meio campo.
A evolução existirá tenha Jesualdo tempo. Tem muito que fazer e pouco tempo para o fazer mas acredito nas suas capacidades. Tem até olhão para começar a dar ensinar a jogar futebol e, com alguma sorte, daqui a um mês talvez seja possível ir a alvalade ver futebol.
Concordo em absoluto - alguem que diga a GL, que as coisas vão piorar e muito e que o melhor que ele tem a fazer é convocar eleições lá para Abril ou Maio.
ResponderEliminarFinalmente voltámos a ter um treinador de futebol a sério. Também não tenho grandes dúvidas que Jesualdo é o melhor que podemos ter neste momento.
ResponderEliminarE espero sinceramente que o próximo presidente do Sporting dê condições para que Jesualdo consiga iniciar a próxima época com a cabeça limpa. E quando falo em condições, não falo de reforços, porque espero que se aproveitem primeiro os jovens da cantera e...porque o dinheiro é pouco, falo de uma estrutura de futebol coesa e tenha um rumo definido. Que é uma coisa que não temos actualmente.
Se existem pessoas em que temos que depositar esperança, será só mesmo em Jesualdo e nos jogadores. Porque são apenas eles que ainda podem dar alguma dignidade a esta época, ao contrário dos dirigentes.
ResponderEliminarO meu desejo é definido por estes pontos:
1-Apoio ao Jesualdo e à equipa.
2-Destituir a direcção e marcar eleições.
3-Eleger o melhor projecto para o Sporting (sustentável e dignificante).
4-Caso Jesualdo se confirme como competente no nosso clube, permitir que ele se mantenha na estrutura para a próxima época.
SL
Acabo de ler algo que nem sei como classificar, gostava que fosse comentado pelos especialistade de opinião, se quiserem claro.
ResponderEliminarO Ventura vem emprestado com opção de compra no final do ano?? Isto é mesmo assim??
Isto há coisas.
SL
O Sporting tem pela primeira vez, depois de um longo interregno, um treinador com capacidade para treinar uma equipa deste nível. Subscrevo aquilo que sobre ele se escreve no post. No jogo contra o Paços de Ferreira o resultado foi melhor que a exibição mas notaram-se algumas evoluções. Sobretudo na forma como mexeu na equipa. Claro que o aspecto psicológico é fundamental e duas ou três vitórias consecutivas poderão aumentar muito os níveis de confiança e melhorasr o desempenho. Mas, o treino é decisivo. Ora o Sporting durante meses pareceu sempre um grupo de rapazes que se encontravam ao domingo para disputar uns joguitos. O trabalho da semana revelava-se ... invisível. É o que se espera de Jesualdo: actuação em campo função do treino semanal e capacidade para ir colocando a jogar os melhores e colocar no banco os menos bons.
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