A vitória do FCP sobre o Bayern não deixou ninguém indiferente muito pelo seu carácter excepcional: foi a primeira vez que o colosso bávaro perdeu em Portugal e, como se tal não bastasse, os alemães sofreram nesse jogo tantos golos como haviam sofrido em todos os jogos anteriores por aqui disputados. O carácter excepcional desse resultado merece aqui meia-dúzia de linhas agora.
Começando justamente por aí, pelo carácter excepcional, é minha convicção que o azuis e brancos beneficiaram de uma conjunção de factores que tonaram possível uma vitória que, pelos números verificados, dificilmente assistiremos à sua repetição. As lesões de jogadores determinantes na frente de ataque e três golos literalmente oferecidos foram alguns desses factores.O mérito, que não pode ser diminuido, esteve em saber aproveitar as circunstâncias. Deu seguramente muito trabalho a ter a sorte que teve.
Aparentemente a vitória do FCP não tem nada a ver com o Sporting, mas tem. Como aliás têm todos os resultados que as equipas portuguesas conseguem nas competições europeias. A rivalidade que resulta de apenas um clube poder ser campeão todos os anos choca com o interesse comum em conseguir o maior número de pontos nas competições europeias. É a forma de garantir a presença do maior número de equipas no ano seguinte na Liga dos Campeões, competição que não apenas confere prestígio como o suporte financeiro para manter a competitividade.
Essa necessidade é mais premente em clubes de países como o nosso, com pouca capacidades de expandir o público alvo e este tem reduzida capacidade económica. Não somos apenas poucos, são poucos os que podem acorrer as vezes que gostariam ao futebol e ao dispêndio que lhe está ligado. A isso soma-se uma Liga pouco atractiva, para lá dos clássicos e derbys. As receitas obtidas internamente são insuficientes para permitir o mínimo de competitividade internacional e a ideia de nos termos que circunscrever ao nosso pequeno rectângulo futebolístico é contrariar a ideia de grandeza que acalentamos para os nossos clubes.
Do rescaldo da vitória inesperada do FCP e do que disse acima deixo três ideias para reflexão e discussão:
- Há ou não necessidade de uma estratégia comum para o futebol português, de forma a criar uma base de entendimento para uma reflexão critica sobre os quadros competitivos, desde as formações de base até às seniores? Temas como o número de equipas, como contornar os efeitos da Lei-Bosman, por exemplo, são obrigatórios.
- Os fundos. A vitória do FCP ante o Bayern, ou sobretudo as finais do SLB e Braga, mais a conquista da Liga Europa nos últimos anos devem relançar a questão sobre que alternativa há para contrariar a cada vez maior distância para os grandes clubes europeus.
- O dinheiro não é tudo, os jogadores e os treinadores continuam a ser os actores principais. Os melhores são os mais caros e os que falham menos. É essa a explicação para a eliminação com o Wolsburgo, que ontem foi sovado em casa pelo Nápoles. Como então disse, teria bastado o Jackson para estarmos na eliminatória seguinte. E já não vale a pena falar sobre o jogo de Maribor...
- O Sporting tem recebido mais do que tem dado, uma vez que tem retirado mais do que tem contribuído para o ranking dos clubes portugueses. Certamente que não há nenhum Sportinguista que se reveja neste quadro. A actual estratégia desportiva e económica é a mais adequada para nos aproximarmos dos dois rivais?
não, agora porque o porto ganhou a um bayern sem 5 titulares indiscutíveis e preso por arames, devemos inverter a tendência de equilíbrio financeiro e comprometer o futuro do clube com orçamentos próximos dos 100M de euros como o porto.
ResponderEliminarJoão
ResponderEliminarOlá, gostei do post.
Sinceramente acredito que estamos no caminho correto, pois:
- tudo o que se constrói sem bons alicerces é efémero.
- com as boas fornadas de jovens que temos a médio longo prazo não só apanhamos os nossos adversários como os passamos!
Mas como tudo na vida precisamos de um pouco de sorte, e ela não aparece por milagre, trabalha-se para isso, daí a conquista deste ano da taça de portugal é importante como a manutenção do treinador para deste modo haver uma continuação e não uma interrupção como foi com o Leonardo Jardim! Sinceramente acredito que na época 2015/2016 será uma época de consolidação e que lutaremos pelo titulo até ao fim...depois em 2016/2017 ai sim será afirmação e glória do nosso Sporting sendo campeões!
Com calma e sem devaneios iremos conseguir e ficar mais fortes...mesmo tropeçando teremos que nos levantar e continuar o nosso caminho e lutar pelo aquilo que queremos, pois nesta vida nada é DADO! Se queres...luta!
PS: Muito se fala sobre a formação do Sporting estar a cair devido à seca de titulos...mas isso não é sinónimo de falta de qualidade, pelo contrário há muitos e bons anos que não tinhamos tão boas fornadas de talento! Se no passado ganhávamos tudo e poucos eram os craques que saiam...agora ganhámos pouco e pelos vistos craques (jogadores com grande potencial) é coisa que não falta! Prefiro deste modo! Mas se podermos juntar os dois, melhor ainda, mas o importante é mesmo formar grandes jogadores e se com isso vier titulos ainda melhor, mas não é o key factor, esse é formar homens que respeitem e dêem tudo pelo Sporting!
Obrigado e desculpa pelo testamento
Saudações Leoninas
Com o grau de endividamento que atingimos a mim sinceramente parece-me que é a única possível.
ResponderEliminarDesculpem o "off-topic" mas gostaria de saber porque é que o Sporting em terceiro lugar ainda incomoda tanta gente. Deve ser pena que não fique mais abaixo, já que com a derrota do Braga em Guimarães a classificação está feita a esse respeito. Os dois tabloides da nossa praça vêm com a nojeira do costume. O pasquim do Norte coloca o Sporting à venda, porque o Bruno de Carvalho quer vender o plantel. O do Sul coloca o Nani no Porto na próxima época.
ResponderEliminarTem sido uma imprensa de mete nojo que só visto. Jornais como o JN e o CM são dois capachos ao serviço do Porto e do Benfica respectivamente. Nem disfarçam.