Quem suspeitaria que o jogo com o Moreirense poderia ser rodeado de tantas peripécias e polémica como acabou por ser? Creio, no entanto, que no final a principal pergunta que teria ficado na cabeça de muitos Sportinguistas seria a que titula o post. Creio mesmo que quando fazemos o golo já em quase todos nós crescia a sensação de termos entregue, com o último classificado (!) a possibilidade real de lutar até ao fim pelo título.
Não sou adepto de condescendência mas sim de exigência permanente. Uma equipa com a diferença que a separa do Moreirense (em classe e orçamento) não pode arranjar desculpas para não jogar melhor. Mas também de realismo. E quando se soube dos impedimentos de jogadores, por razões diversas, como os de ambos os laterais direitos, de William, de Coentrão, Mathieu e Dost, era fácil de prever que íamos sentir muitas dificuldades. Porque o jogo não é um somatório de individualidades e nomes, é um processo colectivo que requer treino, aperfeiçoamento e identificação de todos os elementos entre si, o que dificilmente acontece quando ainda por cima os jogadores mais influentes estão ausentes.
Ora Petrovic não é William e grande parte dos nossos problemas começaram por aí, na organização do nosso jogo ofensivo. Petit tentou surpreender subindo a sua equipa, condicionando a saída a três. E o Sporting ainda que com posse de bola, não a tinha com a qualidade necessária. Na frente Montero era um "estrangeiro" sem ninguém com quem tabelar ou triangular. Doumbia era apenas repelões no ataque organizado e sem velocidade para criar perigo que as solicitações longas lhe pediam. Bruno Fernandes era pouco e ainda por cima estava estranhamente perdulário. E mais uma vez se provou que Bryan Ruiz faz quase tudo bem feito - o facto de o fazer devagar não me preocupa... - excepto golos mesmo que seja em frente ao guarda-redes. Ou a dois metros da baliza... (esta imagem vai-me assombrar o resto dos meus dias).
Muitos golos cantados falhados, o susto do costume, que só não foi pior porque o VAR não ficou encadeado e não dependia do quarto árbitro. Se dependesse teríamos ficado por terra no golo anulado a Bilel, como ficamos de joelhos após a expulsão de Petrovic. Não que ele fizesse muita falta, talvez a deslocação do ar quando corre seja importante, sei lá, mas é também uma questão psicológica que acaba por condicionar a equipa.
O melhor estaria para vir. O golo de Gélson é de uma precisão absolutamente notável, só ele conseguia rematar contra o pé do defensor adversário e enganar o jogador. E, como justa homenagem a Rúben Semedo, nada como a estupidez de tirar a camisola e fazer-se expulsar do pouco que faltava do jogo e, o pior e incrível(!), dos noventa minutos do jogo no Dragão. Não é tão mau como andar aos tiros mas... E depois como é que o Gelson vai ao fim do mundo com um amigo se nem é suficientemente esperto para chegar ao fim do jogo?
Mas - e agora já é a sério - não é razão para triturar o jogador, que tantas vezes tem carregado a equipa às costas. Eu pelo menos não o farei. Nestas coisas das ligações afectivas sou inteiramente pelas emoções!
Mas ainda melhor foi a conferência de imprensa de Jorge Jesus. Polémico como quase só ele sabe ser mas para mim com toda a razão no que diz respeito aos assobios. Não é que os jogadores tenham ouvidos de virgens e não possam ser assobiados. Por mim até que assobiem quando jogam mal, mesmo quando ganhamos. Mas num jogo que estava a correr mal, com o árbitro a ajudar, com as ausências que se sabe assobiar era um favor que se estava a fazer ao adversário. Experimentem estar a trabalhar num dia mau com alguém a importunar-vos os ouvidos e a deitar abaixo...
"Como fiquei? Nem ele deve estar satisfeito. Quis oferecer o golo ao
Rúben Semedo e agora vai ver o jogo ao Dragão com o Rúben Semedo. Vão
ver os dois. Compreendo um pouco a emoção, um golo a acabar, tem um
amigo que está a sofrer com problemas, quis oferecer-lhe o golo, dizer
que está com ele, como está a equipa toda do Sporting. Custa-me crer
como um miúdo (Rúben Semedo), que trabalhou com uma disciplina
impecável, socialmente bem comportado entra numa situação dessas, mas
estamos cá para saber o que vai acontecer".
Mas voltemos ao mais importante: quantas podemos ganhar jogando como vimos fazendo nos últimos jogos? Ninguém sabe. Para já o mais importante era chegar vivos ao próximo jogo.
Concordo em tudo. Nós conseguimos ser os piores e os melhores do mundo. Se há um dia que não me vou esquecer (por ser o dia mais triste que me lembro da história do Sporting Clube de Portugal), foi o dia em que o estádio cheio entoou cânticos ofensivos ao Bojinov ("Bojinov escuta, és um...") quando ele assumiu o penalti e falhou - se tivesse marcado era o que era.
ResponderEliminarA nova agora é o Ruben Ribeiro (que confesso que ainda não me encheu as medidas) não poder ter a bola no pé mais de 5 segundos porque é assobiado como se fosse o João Moutinho...Uma vergonha isto.
Agora estofo de campeão é ganhar sempre à rasca nos descontos. E resolver os jogos logo na 1ª parte com entradas de campeão? Contra o último classificado, com menos de 1/10 de orçamento, com carradas de reforços e com o maior orçamento da história e a chorar com um surto gripal?! Pobre Petit. Um dia o paio acaba! E só não percebe a tremideira com que vai acabar mais uma época quem não quer. Aliás basta ouvir o Octávio Malvado para antever a peixeirada que aí vem. Nunca esquecer que tanto o Bruno Centenário como o bazófia do JJ são muito maiores que o SCP! Basta ouvi-los. Quem ainda conseguir claro. Quem ainda conseguir e quem ainda for um adepto digno das duas altezas.
ResponderEliminarPara quem acha que os valores do SCP do séc XX - que todos aprendemos a amar – podem voltar um dia… Basta pensar se ainda há pouco tempo era possível no SCP eleger e pior, reeleger, um desgraçado das claques que nunca teve onde cair morto. Independentemente do número de olhos. Com expedientes como o registo da marca SportingCentenário para ver se sacava uns cobres ao próprio SCP. Ou um bazófias de um treinador que nas últimas semanas de relevante só mesmo algumas declarações que ainda vão servir para uns patins com justa causa. Ainda em curto-circuito com o reatar da paixão encarnada. Onde afinal foi muito feliz.
Madeira Rodrigues, és tu?!
Eliminaristo, com o Pál Serge e um pinheiro, era tudo nosso...
ResponderEliminarCom o Pal Serge não digo mas com o mais com menos do Jardim... não ficamos fora da Champions. Também ainda não tinha sido descoberta a gripe.
EliminarPor norma nenhum clube com bom senso exige títulos logo na 1ª época a qualquer treinador. Qual será então a razão porque JJ apresenta sempre o melhor futebol logo na 1ª época? E depois é sempre a descer...
ResponderEliminarSe calhar devia concentrar-se mais na evolução dos jogadores que já tem. E menos nos que estão sempre para vir. Digo eu. Que também era avesso a comissões...
Quantas vezes poderemos ganhar assim? Nem sei qual é a dúvida, poderemos ganhar sempre assim. E "assim" é marcando, sempre, mais um golo do que o adversário. Qual é o minuto em que o golo surge para mim é indiferente, ser aos 23, 97, 48 ou 11 é irrelevante desde que seja sempre mais um que o adversário.
ResponderEliminarO problema grave que tenho identificado nos últimos jogos é uma tremenda falta de eficácia e isso justifica vários resultados pela margem mínima e pior uma derrota absurda tal foi o festival de oportunidades perdidas. Este é o problema que gostava de ver resolvido rapidamente, principalmente porque vamos ter um conjunto de jogos onde as oportunidades vão ser bastante mais escassas do que contra Estoril, Moreirense, Vitória, etc..
Normalmente estes períodos de baixa eficácia coincidem com quebras de confiança, ou seja é um problema com uma maior componente mental do que propriamente física ou técnica. Tem a palavra a equipa técnica, eles mais do que ninguém estão obrigados a encontrar soluções.
Arrisco dizer que vai ser neste factor que se vai decidir o clássico, eficácia, quem a tiver ganha independentemente de dominar o jogo ou ter elevada nota artística. O meu onze para sexta, nada mais simples é o Patrício + 10 e só a colocar o Patrício anulei mais de 80% da eficácia de qualquer adversário.