Um único aspecto ofuscou a nossa exibição com o Feirense: a eficácia. Nos restantes parâmetros estatísticos - só na primeira parte produzimos jogo ofensivo de elevada qualidade, ao ponto de termos conseguido doze (!) remates na área adversária - mais a qualidade exibicional foram de uma equipa que quer ser campeã. Tudo isso mais a imperturbabilidade perante as contrariedades impostas por uma arbitragem que, noutro país, seria no mínimo escandalosa. Quantas vezes perdemos pontos em jogos semelhantes por falta de dessa qualidade?
Há ainda outra desconformidade com o estatuto de sério candidato ao título: Doumbia. Tanta falta de jeito só rivaliza com o azar que, persistindo ambos, arrisca-se a passar um ano em Alvalade sem marcar um golo na competição maior. Chegou a ser embaraçoso observar algumas das suas desconjuntadas tentativas de finalização.
Em grande estilo estiveram os guarda-redes. Enquanto Caio na baliza visitante nos prolongava o sofrimento, Rui Patrício assegurava-nos a manutenção da esperança até William conseguir fazer funcionar o marcador. Não fosse ele e os prejuízos causados pelo VAR poderiam ser bem maiores, pois na sequência do lance que marcou a partida realizou uma importante defesa. Quem sabe que história(s) se estariam agora a contar deste encontro e que consequências para o Sporting?
Não como explicar a actuação do VAR. Com este critério arriscamo-nos a vermos anular um golo conseguido por um qualquer jogador porque o avô estava fora-de-jogo umas gerações antes, num jogo qualquer. A interpretação do lance por parte de Jorge Jesus foi correcta: o Feirense chegou a estar na posse da bola já depois da pretensa falta que o árbitro sanciona, anulando assim a interpretação feita por quem estava a cuidar da tecnologia. Mesmo a falta assinalada como justificação para a anulação é muito duvidosa. Já difícil de compreender é que não tenha havido idêntica perseverança a convencer o árbitro a analisar o lance de penalty na área feirense. Enfim, e novidades?
Notas para o regresso dos golos de Montero em Alvalade, para as estreias de Lumor - que ainda precisa de perceber melhor o que precisa para ser lateral numa equipa como o Sporting mas tem boa presença - e para a irreverência e verticalidade de Rafael Leão.
Os nossos concorrentes directos agridem jogadores jogo sim jogo sim e no passa nada. Há uma semana sofremos um golo precedido de falta sobre o Bruno Fernandes e ninguém viu. Hoje conseguiram descobrir uma falta eternidades antes do lance e do Feirense ter tido a posse de bola. Enfim. Só será novidade para quem nunca viu futebol em Portugal. Desde que me lembro de ver futebol que é isto. Os enganos pendem sempre para os mesmos lados.
ResponderEliminarUnidos, contra tudo e contra todos, SPORTING!!