Depois de uma eliminatória de difícil resolução, com uma longa viagem e que até teve direito a prolongamento, havia alguma expectativa em tom algo receoso, da resposta que o Sporting daria neste jogo disputado com tão pouco tempo de descanso. Esse receio justificava-se ainda mais porque o Rio Ave de Miguel Cardoso é uma equipa com personalidade e que normalmente sabe o quer e como o conseguir. E também, há que o reconhecer, se o Sporting jogasse de forma tão despersonalizada e incaracterística como o havia feito com os checos o Plzen, arriscava-se a sofrer.
Foi precisamente pela postura com que o Sporting encarou o jogo que o começou a ganhar. Com confiança de quem sabe ser melhor e tem melhores argumentos. À equipa subida dos vilacondenses, em pressão alta e saída a jogar de pé para pé, desde o guarda-redes, o Sporting respondeu com uma boa ocupação dos espaços fechando as todas as portas, pelo que o Rio Ave batia na barragem que começava em William e Battaglia e morria. Na resposta o Sporting abria a sua sua frente de ataque com os laterais bem projectados na frente e bem largos, juntando-se à rapidez do solista Gélson e controlo de bola de Rúben Ribeiro dirigidos superiormente pela batuta de Bruno Fernandes.
Apesar de tudo isso, isto é, do domínio do jogo e das diversas oportunidades criadas, foi preciso quase meia hora de jogo para desfazer o nulo inicial. Mas valeu a pena esperar, porque todo o enredo criado antes foi coroado com uma jogada de elevada beleza plástica, desde o rápido lançamento lateral, passando pelo toque de Bas Dost e culminando com a frieza de Gélson a iludir tutti quanti e bola a entrar finalmente. Ela que pareceu ter um iman que a atraía aos ferros da baliza do guarda-redes Cássio.
A segunda parte parecia querer trazer um Rio Ave mais afoito mas em poucos minutos tudo voltou ao normal anterior: o Sporting a dominar, os vilacondenses a jogarem bem mas muito curtos - um problema não resolvido desde o inicio da época e que limitou as aspirações da equipa - e as bolas a constinuarem a ser fatalmente atraídas pelos postes. Até que Gélson - que neste jogo melhorou o seu perfil de decisão a assistir e a finalizar - decidiu por a bola numa bandeja e oferecer um golo fácil a Bas Dost. Era depois chegada a hora de relaxar nas cadeiras e assistir à tão desejada estreia de Wendell, ainda a tempo de ser útil nas competições domésticas.
Quem diria que isto funcionava melhor com 3 homens ao meio? Pelo menos contra amostras de Guardiola.
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