O jogo como Nacional foi um jogo pobre e sensaborão, na linha de tantas outras exibições no mesmo tom que vimos durante a época. Nuns conseguimos a vitória, noutros "oferecemos" pontos que hoje nos permitiriam estar a disputar o campeonato. Neste sentido a pergunta que mais me ocorria durante o jogo era como é que perdemos pontos com uma das piores equipas deste campeonato. Exactamente o mesmo que já nos havia acontecido no ano passado...
Mas não foi apenas a fraqueza do adversário e ineficácia da nossa equipa na maior parte do jogo, em particular na segunda parte, que chamou à atenção. Antes disso já mais uma mexida na constituição da equipa deixou a pensar se não era a confirmação da ideia de que o principal problema desta época está na incapacidade de Jorge Jesus escolher uma equipa sólida.
Existe uma espinha dorsal - Patrício, Coates, William, Adrien, Gélson e Dost - mas faltam asas para a equipa levantar voo da mediania ou mesmo até mediocridade em que parece estar atolada. Os demais entram e saem sem se perceber os critérios, méritos e deméritos com clareza.
O caso da substituição de Paulo Oliveira por Semedo é paradigmático. De tal forma que JJ se sentiu necessidade de explicar. Os motivos aduzidos são um aspecto importante mas apenas um de muitos. Outros há que também devem ser levados em linha de conta, como a confiança que os jogadores necessitam para crescer e assim oferecerem mais à equipa. Esta não surgirá com chamadas à titularidade interrompidas abruptamente, e com o jogador a ter estado em bom plano.
Não é preciso dizer muito mais sobre a qualidade do nosso jogo quando uma equipa tão incipiente como o Nacional sai de Alvalade com apenas dois golos sofridos e sem ter sido sujeita a algum massacre, tendo o guarda-redes sido em grande parte do tempo tão espectador como os demais.
Bas Dost ainda vai disfarçando, mas num olhar mais atento repara-se nas poucas vezes que é servido com qualidade e que os golos conseguidos resultaram numa percentagem bem elevada dos seus méritos - então o segundo!... - do que da qualidade do nosso jogo. Ao contrário do que seria "saudável", tem sido o holandês a carregar a equipa às costas e não esta a empurrá-lo em direcção ao titulo de melhor marcador.
Não terá sido por acaso que Jorge Jesus lá foi adiantando que a sua confiança na obtenção da bota de ouro é reduzida. Ele melhor que ninguém percebe que, com a equipa neste plano, a tarefa se afigura difícil, sem esquecer o elevado nível dos jogadores e respectivas equipa que com ele rivalizam.
Pudesse Bas Dost contar com a equipa do ano passado... Esta será uma das principais tarefas que Jorge Jesus terá pela frente: diagnosticar com precisão as razões que nos atiraram para muito longe e muito cedo dos lugares que ambicionávamos.
"O caso da substituição de Paulo Oliveira por Semedo é paradigmático. De tal forma que JJ se sentiu necessidade de explicar". Ele não sentiu necessidade. Perguntaram-lhe. E ele respondeu bem. Pode-se concordar ou não, mas o que ele disse faz sentido e é a opinião de quem manda.
ResponderEliminar"Não é preciso dizer muito mais sobre a qualidade do nosso jogo quando uma equipa tão incipiente como o Nacional sai de Alvalade com apenas dois golos sofridos e sem ter sido sujeita a algum massacre". Não sei que idade o autor do post terá, mas deve ter sido muito porreiro viver nessa altura em que o Sporting jogava e goleava sempre. É preciso estar muito mau habituado para fazer uma crítica destas após um jogo em que ganhámos e bem.
Bruno Ope,
Eliminartenho idade suficiente para perceber que se jogarmos assim para o ano será mais um ano para esquecer. É preciso estar muito mal habituado para não querer mais.
Leão o Porto ou o Benfica vão ser campeões e o que não faltou foi exibições desta qualidade na época deles.
EliminarTivesse o SCP tido esta eficácia e equilíbrio defensivo noutros jogos (tondela, nacional, marítimo já para não falar dos 2 jogos com o Guimarães) e estaria a lutar pelo título.
Mais uma vez o Leao de Alvalade faz de conta que nao percebe. Querer mais e normal. Mas exigir mais do que dois golos e massacres e outra coisa.
EliminarExcelente análise meu caro Leão. Assisti ao jogo e foi de facto muito pobre. Contra uma das equipas mais fracas jogámos a um ritmo muito baixo, sem qualquer ligação entre sectores. Concordo com o absurdo da substituição do Paulo Oliveira - que vinha sendo o melhor defesa - pelo Ruben Semedo. A explicação do treinador não se aplicou ao jogo de sábado porque Ruben Semedo não foi capaz de tomar iniciativas em que a sua superior técnica se evidenciasse. Bom, já se sabe que Paulo Oliveira no Sporting com JJ terá poucas hipóteses.
ResponderEliminarPara quem tinha expectativas de ver Podence de ínicio foi frustrante a aposta num paupérrimo Alain Ruiz.
A jogar como o ano passado - apesar dos gamanços da arbitragem - acabávamos este campeonato com dez pontos de avanço. Mas, o nível do nosso jogo caiu a pique. Apesar do notável Bas Dost, isso faz toda a diferença.
PS - já aqui referi, em vários comentários, o que acho do carácter cirúrgico de algumas arbitragens que condicionaram não só os resultados como animicamente a equipa. Mas há erros próprios, óbvios. Da equipa técnica, sobretudo.
Leão de Alvalade,
ResponderEliminarMais um jogo fraco e sem qualidade na linha da maioria das nossas prestações no campeonato. Exceptuando muito boas (Madrid) e boas (Dortmund e Alvalade frente ao Real) prestações na LC e os clássicos domésticos onde o Sporting se superiorizou a Benfica e FCP, este é o registo de uma equipa que desde Janeiro não luta por nada e de um plantel a anos luz dos rivais em matéria de qualidade individual, não obstante o dinheiro que se gastou / gasta.
Esta época é o espelho da qualidade dos dirigentes do Sporting e da qualidade da decisão no clube. Na comando técnico, foi necessário Jorge Jesus vir para o Sporting para perder campeonatos frente a treinadores como Rui Vitória e Nuno Espírito Santo.