O mercado de verão do Sporting
Em sentido contrário devem ser mencionadas as saídas de jogadores com lastro no balneário, como Coates, Paulinho e Neto. A possibilidade de virem a fazer falta, particularmente nos momentos de decisão e maior pressão existe. “Será que o curso dos acontecimentos na Supertaça poderia ser outro com a presença de Coates?” é uma pergunta que ouvi muitos Sportinguistas fazer. Eu lembro que no derby da Luz perdemos um jogo que estávamos a ganhar por 1-0 já depois do tempo regulamentar se ter esgotado e qualquer um dos jogadores acima aludidos estavam presentes. O futebol é pródigo em eventos deste género que quase nunca se devem a apenas a um factor ou circunstância.
Relativamente às aquisições, é um facto que apenas Kovacevic conquistou a titularidade. A isso não será alheio ter sido dos que, juntamente com Debast, esteve presente desde a primeira hora da época, nomeadamente no estágio de pré-época, no Algarve. O belga já foi titular, logo na Supertaça, de má memória para ele e todos nós. Maxi e Harder chegaram já com a época a decorrer, sem tempo de treino sequer junto daqueles que serão os seus companheiros de viagem, pelo que teremos que aguardar para avaliar. No geral parece-me que todos eles terão tempo de jogo e se inscreverão numa lista de dezoito jogadores titulares, uns mais que outros, obviamente.
No imediato perspectivo maiores facilidades em adquirir mais tempo de jogo ao uruguaio que a Harder, a quem suponho irá entrar em episódios breves, até se familiarizar com as rotinas da equipa. Gyokeres é um adamastor muito difícil de dobrar, pelo que fez no passado recente e por este inicio ainda mais fulgurante que no ano de estreia. Há que realçar contudo que sua vinda no lugar de Ioanidis representa uma mudança significativa, cujas repercussões terão que ser avaliadas: o grego vinha destinado a ser o substituto de Paulinho e o destino de Harder parece ser o de estagiário para assumir no futuro próximo o papel agora desempenhado por Gyokeres.
Mas, como é evidente, os responsáveis do Sporting não se dispuseram a desembolsar quase vinte milhões de euros para ter um dinamarquês a aquecer o banco. O próprio Amorim deve ter ideias bem precisas do que espera e quer fazer com o jogador. Sendo evidente que Harder não era a primeira opção, parece também evidente que em Alvalade se acredita no valor e particularmente no potencial do jogador.
A pergunta que todos gostarão de ver respondida é se realmente estamos mais fortes. A resposta parece-me ser um claro sim, mas que não estará directamente relacionada com o impacto imediato das aquisições. Esse fortalecimento resulta da já aludida permanência dos jogadores mais importantes (as excepções são Coates e Paulinho, sendo que para já a menos sentida seja a do avançado, pelo número de golos que vimos marcando), das alterações estratégicas introduzidas por Rúben Amorim este ano e de um maior equilíbrio geral do plantel.
Relativamente à questão do equilíbrio do plantel, há agora um claro jogo de pares para cada posição. As dúvidas parecem estar no centro do terreno, onde o empréstimo de Essugo reduziu as opções para "6" contudo é sabida a polivalência de Pote, tão apreciada por Amorim. A saída de Mateus Fernandes pode ser encarada como um doloroso mal necessário para financiar aquisições mais prementes. Claro que um evento catastrófico de várias lesões e / ou castigos simultâneos pode surgir em posições muito expostas, como é caso dos médios, mas para isso é que existe uma equipa B. É aproveitando este tipo de oportunidades que surgem também as revelações, Estou a lembrar-me por exemplo Henrique Arraiol, cujas actuações têm concitado atenções.
*O Sporting despendeu 52,9 milhões de euros em aquisições e embolsou 34,49 milhões de euros em vendas, ficando por isso com um saldo negativo de 18,41 milhões de euros.
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