O Sporting à Varanda(s)
Tendo herdado um clube completamente fracturado, o consulado de Frederico Varandas viveu momentos particularmente difíceis e conturbados que hoje parecem já longínquos. Obrigado a tomar decisões difíceis e até polémicas – como por exemplo as resultantes das recuperações dos passes dos jogadores que haviam rescindindo – tendo nas mãos uma SAD praticamente falida, poucos augurariam que, passados seis anos, o Sporting pudesse estar a viver um dos seus momentos mais saudáveis e pujantes.
Independentemente das análises que cada um possa fazer deste trajecto, há um mérito que me parece dever ser reconhecido neste Sporting à Varandas: o Sporting deixou de estar constantemente debruçado sobre si mesmo, envolvido em discussões internas autofágicas para estar agora voltado para fora, ambicionando conquistas. O Sporting saiu da cave onde viveu décadas de penúria, longe da grandeza que o seu estatuto requeria, para estar agora à varanda, numa tribuna para qual é obrigatório olhar.
Tudo verdade, mas falta uma sensibilidade a esta Direção que provavelmente será - e justamente - o princípio da sua ruína. Ela tem-se mostrado incapaz de construir de facto o Sporting como uma "comunidade moral". Um bom exemplo desta "dificuldade" reside na "política das gameboxes". Entre puras mentiras, expedientes para esconder os aumentos brutais de preços e falta de informação vai uma gestão que denuncia 1) total indiferença em relação à relação dos adeptos/sócios com o clube e 2) uma lógica de redução daqueles a "procura" de uma "oferta sem concorrência" (não há risco de os sócios/adeptos se transformarem em sócios/adeptos dos "rivais desportivos"). Nesta senda, a grandeza e estabilidade do clube está totalmente dependente dos resultados desportivos. No dia em que a conjuntura for adversa, a casa facilmente virá abaixo. E merecidamente, repito. Dirigentes de um clube de futebol que não entendem que um clube de futebol é muito mais do que uma "entidade desportiva" equiparam-se aos "palermas" do Almada (Negreiros): os palermas que não percebem nada da vida são piores que os malandros.
ResponderEliminarIsso e “A alegria é a coisa mais séria da vida!”…e como custa ver a alegria dos outros, não? SL
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