Modalidades: revista da semana

No sábado veio a Oliveirense ao Pavilhão João Rocha para disputar jogos de duas modalidades diferentes. Primeiro foram os hoquistas leoninos que venceram por 7-2, com 4-0 ao intervalo. Mais tarde foram os leões do basquetebol que venceram por 82-69, com 38-41 ao intervalo. Comecemos então pelo jogo de hóquei em que a equipa leonina fez uma das melhores exibições, se não mesmo a melhor, desta época até agora. Começaram muito bem os leões e com 1 minuto e meio jogados já Toni Pérez fazia o nosso primeiro golo, graças a uma combinação que começou em Nolito, passou por Rafael Bessa que dispara para Toni Pérez desviar à boca da baliza. Com 4 minutos de jogo Verona fez o 2-0 aproveitando um ressalto na tabela de fundo de um remate ao lado. Com 12 minutos de jogo conseguiu a nossa equipa o terceiro golo por Facundo Bridge após um excelente passe de Nolito. Pouco depois os visitantes foram castigados com um penalti, mas Bessa acertou no poste da baliza. A menos de quatro minutos do intervalo João Souto conseguiu o 4-0, mais uma vez resultante de um passe de Nolito. Se na 1ª parte tinha a nossa equipa começado a marcar bem cedo, na 2ª parte ainda foi melhor. Logo no primeiro minuto Nolito com um potente remate na zona frontal fez o 5-0. Com 8 minutos e meio de jogo Verona fez o seu segundo golo, e sexto do Sporting, desviando para a baliza um excelente passe de Roc Pujadas. Passados menos de três minutos Nolito, com outro potente remate, desta vez ligeiramente descaído para a esquerda, fez o 7-0. E por aqui ficaram os golos leoninos. A seis minutos do fim, na cobrança de um livre directo resultante da nossa 10ª falta os visitantes fizeram o seu primeiro golo. A 3 minutos e meio do final Verona é punido com um cartão azul, mas do livre respectivo nada resultou, graças a uma grande defesa de Ângelo Girão, e consequentemente ficámos a jogar com menos um jogador, nos dois minutos seguintes mas não chegou a isso, porque um minuto depois a Oliveirense conseguiu o seu segundo golo. O resultado final representa bem a excelente exibição leonina neste primeiro jogo do ano. O próximo jogo dos leões do hóquei será no sábado 11 indo à Póvoa de Varzim para defrontarem a equipa do CD Póvoa em jogo dos 1/16 de final da Taça de Portugal.

 Ao fim da tarde foi o jogo de basquetebol relativo à 11ª jornada da Liga Betclic, última da 1ª volta. Depois da derrota no jogo da jornada anterior, onde fomos batidos no Pavilhão da Luz, por 64-81, com 35-41 ao intervalo, íamos receber uma das equipas mais fortes da Liga, que se encontrava em igualdade com a nossa equipa na classificação. Começaram melhor os visitantes que conseguiram 1-5 e 4-9, altura em que os leões recuperaram para 8-9, sendo a partir daí uma fase de equilíbrio, que originou o 17-20 que se verificava no fim do 1º quarto. Começaram os leões melhor no 2º quarto, com seis pontos seguidos passando para 23-20 e 25-22. Neste momento o treinador visitante pediu um time-out que resultou, fazendo a sua equipa dez pontos seguidos e voltando para a frente do marcador por sete pontos, até aos 31-38, quando a reacção leonina conseguiu recuperar para os três pontos que se verificavam ao intervalo e que originou um parcial neste quarto de 21-21. Fez bem a ida à cabine no intervalo aos nossos jogadores que no reinício da partida conseguiram um 13-0, ficando a ganhar por 51-41. Voltou o jogo a ser equilibrado até ao fim do quarto que chegou com 62- 52, vendo-se pelos números do parcial que é exactamente isso que aconteceu: 24-11. O início do 4º quarto permitiu a recuperação oliveirense que chegou a dois pontos de distância aos 62-60, mas os leões saltaram para 69-60 e 77-65 terminando com 13 pontos de diferença, com um parcial no quarto de 20-17. Temos de salientar a actuação de Nicholas Ward neste desafio com 20 pontos marcados, sendo 15 nos primeiros 20 pontos da nossa equipa, mas que poderiam ser muitos mais se não tivesse falhado 11 lance-livres, nos 17 que teve ao seu dispor. Juntamente com Jeremiah Bailey com 21 pontos e Diogo Ventura com 15 foram os três melhores marcadores leoninos neste desafio. Os próximos jogos desta equipa serão ambos em Albufeira defrontando o Imortal na terça-feira 14, jogo relativo à 12ª jornada da Liga Betclic, e na quinta-feira 16 em jogo para a Taça de Portugal.

As leoas do basquetebol foram, no domingo, até Carnide para defrontarem as meninas locais no jogo da 12ª jornada do Campeonato Nacional e regressaram com a vitória por 99-43, com 46-10 ao intervalo e com os parciais de 27-7, 19-3, 33-8 e 20-25. Hannay Pratt com 30 pontos, Sienna Durr com 22 pontos e Luana Serranho com 15 pontos foram as jogadoras que mais marcaram neste jogo. As leoas voltam no domingo 12 ao PJR para defrontarem a equipa do SIMECQ em jogo da 13ª jornada do seu campeonato.

Os leões do futsal receberam no domingo no PJR a equipa do Caxinas no jogo relativo à 10ª jornada da Liga Placard, obtendo uma folgada vitória por 8-3, com 4-0 ao intervalo. Depois da derrota no jogo da Supertaça com o Braga por 2-1, os nossos futebolistas não acusaram essa derrota, ou pelo contrário acusaram-na pelo lado positivo, e entraram muito fortes perante uma equipa que há pouco tempo nos tinha criado muitas dificuldades no seu campo em jogo da Taça de Portugal. Logo com 2 minutos e meio jogados Taynan serviu muito bem Sokolov que não se fez rogado para fazer o 1-0. Mais cinco minutos e desta vez foi Merlim que passou a bola a Sokolov para o 2-0. Mesmo em vantagem a equipa não abrandou e nos últimos quatro minutos da 1ª parte a nossa equipa conseguiu mais 2 golos. O 3º foi de Zicky, na recarga a uma defesa de um remate de Taynan e o 4-0 foi de Wesley a passe de Diogo Santos. Na 2ª parte foram os forasteiros que marcaram o seu primeiro golo logo no terceiro minuto, mas a reacção leonina não se fez esperar e 30 segundos depois Merlim rematou para o 5-1. Um minuto depois numa jogada combinada, na marcação de um canto, Merlim proporcionou que Wesley aplicasse um excelente remate que fez o nosso sexto golo. Houve algum abrandamento dos leões e já depois do meio desta 2ª parte os caxineiros conseguiram dois golos em 3 minutos. Os leões não gostaram muito e Sokolov fez o seu terceiro golo, sétimo da nossa equipa, na transformação de um livre de 10 metros. Já no último minuto também o Caxinas beneficiou de um livre de 10 metros, mas que Bernardo Paçó defendeu muito bem, resultando um contra ataque em que Pauleta fez o oitavo golo e o resultado final. Foi uma exibição muito boa dos leões sendo de salientar o regresso de Andriy Dzyalo, após longa ausência por lesão, continuando Tomás Paçó ausente. O próximo jogo dos leões do futsal será no sábado 11 indo ao Pavilhão da Luz para defrontarem o Benfica no jogo relativo à 11ª jornada da Liga Placard, sendo muito importante que regressem com um resultado positivo.

As meninas do futsal, que no jogo anterior tinham empatado no Feijó 2-2 em jogo relativo à 13ª jornada da Liga Placard, receberam, no domingo, o Gondomar para a 14ª ronda e ganharam por 5-2, com 1-0 ao intervalo. Os golos leoninos foram obtidos por Diana Silva, com 3 golos, Edna Peralta e Beatriz Crespo. O próximo jogo das meninas do futsal será na sexta-feira 10 indo ao Pavilhão da Luz para defrontarem o Benfica no jogo relativo à 15ª jornada da Liga Placard.

Os leões do voleibol voltaram no domingo ao PJR para receber o Leixões em jogo da 14ª jornada da Liga Una Seguros tendo vencido por 3-0, com os parciais de 25-19, 25-18 e 25-22. Foi um jogo em que a vitória nunca esteve em causa graças à superioridade leonina, que se pode confirmar até pelos resultados dos sets. No 1º set depois de 1-2, passámos para 4-2, 6-3, 9-4, 11-5, 13-6, houve uma pequena reacção dos leixonenses que chegaram aos 14-11, mas voltaram os leões a alargar a vantagem para 21-15 terminando o set em 25-19. No 2º set de 3-3 passámos para 8-3, 12-6, 16-8, 21-12 para acabar o set em 25-18. No 3º set ainda o Leixões conseguiu empatar até aos 4-4, mas na resposta os leões saltaram para 12-4, seguindo até aos 20-9 e 24-12 para permitirem aos visitantes 3 pontos seguidos para o 25-15 final. Martin Licek com 19 pontos e Edson Valencia, com 13 e foram os maiores marcadores da equipa leonina neste jogo. O próximo jogo dos leões do voleibol será no sábado 11 indo a Guimarães defrontar o Vitória em jogo da 15ª jornada da Liga Una Seguros, voltando para seguirem para a Bélgica onde na quarta-feira 15 irão defrontar o Decospen Volley Team Menen no jogo da 1ª mão dos 1/4 de final da CEV Challenge Cup.

As meninas do voleibol foram jogar no domingo a casa do Leixões, para o jogo relativo à 14ª jornada da Liga Solverde, regressando com uma vitória por 3-0, com os parciais de 25-14, 25-15 e 25-14. Sara Dias com 14 pontos e Amanda Cavalcanty e Leslie Tagle cada uma com 11 pontos foram as leoas que mais se distinguiram neste jogo. As leoas voltam a jogar no domingo 12 em casa do Benfica no jogo da 15ª jornada da Liga Solverde. 

Como vai o Sporting sair desta tempestade perfeita?

É consensual afirmar que há um campeonato até à 11ª primeira jornada e outro depois dela. A saída de Amorim, substituído por João Pereira, provocou a queda a pique do Sporting em resultados e exibições. De tal forma que Frederico Varandas se sentiu obrigado a mudar novamente o comando técnico da equipa, estando agora entregue a Rui Borges. Perder o treinador vencedor e carismático, tendo que encontrar quem o substitua num momento decisivo da época, em que ainda por cima o tempo para treinar escasseia, foi a tempestade perfeita que se abateu sobre o Sporting. Isto quando  até os adversários admitiam a mais do que evidente superioridade leonina. Por muito que custe pensar e até admitir, começou tudo de novo nesta Liga e a nossa vantagem esfumou-se. É desse período até aos dias de hoje que se debruça o post de hoje.

Talvez a última vez sobre Amorim

Quem "folhear" os artigos aqui escritos testemunhará a profunda admiração pelo trabalho do antigo treinador. Mesmo até quando falhou, e foram várias as vezes que tal sucedeu, não deixei de manifestar a minha vontade que permanecesse por muitos mais e bons anos. Mas Amorim queria sair, como ficou demonstrado pelo triste episódio da viagem de verão e que se viria a confirmar agora. Deixei-me iludir pela promessa feita no Marquês, o que foi prometido como "vamos ver" era apenas um compasso de espera por uma proposta irrecusável, não um compromisso solene. Essa proposta irrecusável nunca teria um timing ideal, ter acontecido num momento como o actual, onde se definem as sortes nas diversas competições, acabou por funcionar como verdadeiro terramoto. A ambição de Amorim é legitima e, com frieza, fomos agora vitimas da mesma ambição que o levou a deixar o Braga com poucos meses de liderança no clube.

A hora da SAD demonstrar o estado da arte

Ter que escolher o sucessor do melhor treinador das últimas décadas nunca seria uma tarefa fácil. Porque Amorim não tinha ganho apenas títulos no Sporting, tinha conquistado os adeptos e era o dono do balneário e do plantel que foi construído nos mais de quatro anos de liderança. Frederico Varandas começou por gerir bem a passagem de testemunho, conseguindo a manutenção de Amorim por um período onde foram alcançados resultados importantes que mantêm em aberto as nossas ambições em todas as competições em que estamos envolvidos. Os jogos com o City e Braga parecem tirados de uma produção de Hollywood, pelas exibições, pelos resultados e pelas emoções. Seguir-se-ia a apresentação de João Pereira, onde se dispensaria bem a hipérbole da apreciação sobre as qualidades de um treinador praticamente desconhecido e sem trajecto no futebol ao mais alto nível. 

Hoje é fácil castigar a escolha, na altura a todos pareceu natural. Para se defender Varandas poderia escolher um "treinador de topo", como muitas vezes se ouviu dizer. Despejar nomes é fácil, especialmente sem ter em conta quanto custam e se quereriam vir. Pelo que se percebeu nem Abel  nem Vítor Pereira quiseram trocar os campeonatos onde militam para o regresso a uma liga menor e pior paga. Mas o que mandam são os resultados e estes é que validam as escolhas e, nesse sentido, João Pereira juntou-se a uma lista de treinadores cuja escolha marcam negativamente os mandatos de Frederico Varandas.  São do acaso e méritos de terceiros a contratação de Amorim e o período que se seguiu são mérito exclusivo do próprio treinador. Varandas ficou apenas com a loucura de entregar em mão a choruda cláusula de rescisão a António Salvador.

Varandas não tem muitas preocupações em fazer amigos, quer fora do clube, quer internamente e por isso não surpreende que se assista a considerações como "o Sporting era o Amorim e o resto era paisagem" como uma forma de menorizar o que alcançou o clube sobre a sua liderança e dessa forma todo um clube centenário. Não creio que isso seja uma preocupação para ele e não creio que precise de advogado de defesa. Mas é uma afirmação injusta para o trabalho que tem sido feito na requalificação do futebol profissional do Sporting, muito em particular para as dezenas de profissionais que o suportam. Trabalho esse do qual o próprio Amorim também beneficiou e lhe permitiu evoluir para o treinador que é hoje. O Sporting está hoje muito melhor preparado e de forma transversal para estar à altura das suas ambições. Ninguém ganha sozinho como certamente hoje Amorim percebe melhor do que ninguém em Manchester.

Rui Borges, o que se segue à entrada de Leão?

Acertar na escolha da liderança técnica é um segredo que clubes como por exemplo o Manchester, Arsenal, bem pagariam para possuir. Será ele Rui Borges? 

A coragem de assumir uma equipa campeã que se encontrava completamente derrotada logo para um compromisso para o dérby rendeu dividendos ao novo treinador. Enquanto teve pernas o Sporting foi melhor e além de ter sido a única a marcar foi a que criou os lances de maior perigo. Um verdadeiro milagre operado por Rui Borges ao resgatar o plantel das profundezas da descrença e da parede que se parecia ter levantado entre o presente e o passado. Mas o jogo de Guimarães veio recolocar muitas interrogações. Um jogo que até começou bem, mas o hat trick de Gyokeres ajudou a iludir quem não viu a equipa do Sporting demasiadas vezes e demasiado tempo à mercê do adversário. 

Não foi uma equipa autoritária, não conseguiu controlar o adversário, não se percebe muito bem como quer pressionar ou reagir à perda e, dessa forma, não surpreende que tivesse menos bola que o antagonista, ao que também não será alheio o facto de acumular erros consecutivos na construção, entregando bolas atrás de bolas. Uma coisa tenho como certa: uma equipa que defende tão mal não consegue ser campeã. Uma equipa com tais ambições não pode perder ou empatar um jogo onde consegue marcar quatro (!) golos.

Não deixa de ser curioso que o que tanto se criticou ao infeliz João Pereira - querer impor rapidamente ideias próprias sobre uma equipa rotinada pelas ideias do antecessor - agora pareça ser o grande mérito do actual treinador. Isto quando ainda por cima existe muito pouco tempo para treinar e por isso para implementação e consolidação de novas ideias. O mais evidente de todas as mudanças operadas por Rui Borges foi o recurso da defesa a quatro. Não sendo propriamente uma novidade, também não é menos verdade que foi nesse sistema que a equipa soçobrou na Supertaça, depois de parecer já com o troféu no bolso, tal como aconteceu agora em Guimarães.

O treinador tem razão quando diz que o sistema é apenas o desenho inicial com que as equipas se apresentam, sendo tão ou mais importante a forma como a equipa o interpreta em função do que o jogo pede. E aí o jogo de Guimarães deixou muitas interrogações. Como pretende ele que a equipa pressione? Como se organiza após a perda? Como reage de forma a evitar a pressão do adversário? `Questões que saltaram à vista pela forma como o Sporting se viu impedido pelo adversário de ter bola, anulando assim a possibilidade Gyokeres continuar a explorar o muito espaço que dispunha. E veremos nos jogos seguintes que ferramentas fornecerá para desmontar os autocarros estacionados em pleno relvado de Alvalade.

Rui Borges tem muito trabalho para frente e sobretudo muitas decisões difíceis para tomar sobre um plantel que não foi construido por si nem à sua imagem e semelhança. Há posições claramente deficitárias em número (para alternativa a Pote, é mais gritante) como em qualidade, sendo a baliza o mais notório. Num campeonato que prevê disputar ao milímetro a posição de guarda-redes tem de valer pontos, mas não para os adversários. Na época passada era possível ser campeão sem guarda-redes, tão poucas oportunidades o Sporting concedia. Este ano não vai ser assim. 

O que pude ver de perto em Guimarães, pela posição privilegiada na bancada, foi uma defesa desconfiada de um guarda-redes que não saía debaixo da trave da sua baliza. E já todos tínhamos visto o primeiro golo perfeitamente defensável. De pouco nos valerão os golos de Gyokeres sem uma presença que infunda confiança aos nossos defesas e seja olhado como uma autoridade no seu posto pelos adversários.