Viva o VAR!
Nesta segunda jornada da Champions a expectativa era grande. O Marselha chegava a Alvalade no comando da Liga 1 e com exibições convincentes quer no seu campeonato, quer na Champions. Para lhe fazer frente o Sporting entrou em campo determinado e intenso, demonstrando desde o apito inicial uma excelente entrada no jogo. A equipa começou a pressionar alto, com grande agressividade, impedindo o Marselha de se organizar como gosta.
Porém, aos poucos, quer porque o Marselha foi ajustando o seu jogo, quer porque não era possível ao Sporting manter o mesmo ritmo, os franceses conseguem equilibrar o jogo e virar a tendência inicial a seu favor, dominando o corredor central. A partir daí, os franceses passaram a controlar a posse, criando cada vez mais desequilíbrios na organização defensiva do Sporting.
Aos poucos ia-se percebendo que um golo francês poderia estar iminente. E assim foi. Resultante de uma transição defensiva mal gerida, com uma enorme distância entre a linha defensiva e o resto da equipa muito avançada no terreno, a banana perfeita de Paixão deixou os franceses em vantagem. Quer Inácio do lado esquerdo, quer Quenda do lado direito deviam ter ajustado melhor e mais cedo. O mais estranho é que este tipo de comportamento colectivo, que já vem do ano passado, tarda em ser solucionado. O Sporting fica muitas vezes à mercê do adversário por isso. A este nível qualquer erro é fatal e este género de falha é imperdoável.
A primeira parte arrastava-se, como Marselha dominador sem contudo arriscar muito, preferindo esperar o Sporting. A equipa, acusando o toque e sem ideias, não conseguiu voltar a ter posse. É aí que entra em cena Emerson, talvez o “nosso” jogador mais importante no jogo. A sua expulsão por simulação grotesca deixava em aberto a possibilidade de recuperação na segunda parte.
Como lhe competia, o Sporting sobre do balneário com vontade de assumir o controlo total do jogo, subindo linhas e mais afoito na procura da baliza adversária. A equipa respondeu com personalidade, dominou por completo a segunda parte e conseguiu uma reviravolta justa, fruto da atitude, da qualidade coletiva e do impacto individual de Catamo, Ionadids e Alisson saídos do banco. O miúdo brasileiro tem ainda muito que crescer, sobretudo ao nível da decisão, mas a sua irreverência acabou por render frutos, sendo decisivo no resultado final, o que lhe proporcionaria o saboroso titulo de “homem do jogo” pela UEFA.
Outro elemento decisivo foi o VAR. Ao contrário do seu colega em campo, o homem à frente dos ecrâs revelou acerto e uma coragem que nem sempre se vê nestas competições internacionais. Foi para isto que se criou esta ferramenta auxiliar de decisões que nem sempre encontram os árbitros nas melhores condições para as tomar. A verdade desportiva foi outra grande vencedora da noite.
Mais do que os três pontos, esta vitória representa um momento de afirmação e confiança para o grupo. O Sporting precisava deste resultado para recuperar ânimo e consolidar o processo. Foi uma demonstração clara de caráter, de capacidade de reação e de crença até ao fim.
Agora, é tempo de capitalizar esta energia positiva e preparar o próximo desafio: Tondela.
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