Uma fatia de pizza fria e amarga

É muito difícil de digerir a derrota em Nápoles, onde o Sporting, tendo realizado um bom jogo, acabou traído por erros individuais e colectivos que retiraram a possibilidades de pelo menos pontuar em Itália.

Começando pelo princípio há que dizer que se de todos nós há alguém que não merecia tamanha desfeita esse alguém é Rui Borges. Não apenas preparou muito bem o jogo, com decisões que revelam autoridade e coragem, como pela gestão feita durante o jogo. O Sporting cresceu sempre, mesmo ante os dois fiascos que se pagam sempre muito caro, e muito em especial ao nível de uma Champions, seja qual seja a equipa adversária, mas mais ainda se estivermos a falar do campeão italiano.

Relativamente à equipa é inequívoco que esteve quase sempre bem e que a este nível, com este grau de foco e empenho, só podemos esperar coisas boas a nível interno, onde a exigência é quase sempre menor. Mas a este nível continuamos a cometer os erros de sempre, ficando por dar o salto que tanto preciso é dar para afirmar o nome do Sporting a nível internacional. 
A pergunta é inevitável: quantas vezes já vimos isto, nas competições europeias? Isto dito, e atendendo ao bom jogo efectuado não é difícil concluir que ontem foi uma oportunidade desperdiçada para pelo menos somar um ponto e coleccionar a atenção da Europa.

Agora que mais nada se pode fazer sobre o jogo derramado é necessário que o deglutir esta fatia de piza fria e amarga fique registado na memória para que em desafios semelhantes que nos aguardam a breve trecho sejamos mais capazes. Não basta considerar injusta a derrota. Aprender com os erros é necessário para melhorar, e assim também dar sentido ao que de bom foi feito e que não foi assim tão pouco.