A grande aquisição
Fechou ontem o mercado de futebol. Não totalmente, uma vez que há ainda muito jogador livre, alguns dos quais interessantes, e em Inglaterra pode-se contratar até ao final da tarde. Como balanço pode-se concluir que este período até não correu nada mal para o Sporting, uma vez que apenas perde um dos titulares indiscutíveis, Cédric, atendendo a que Nani não era do nosso campeonato. A estabilidade do plantel será, por certo, a grande aquisição do defeso. Não menos importante foi o saldo entre gastos e proveitos, porque a sustentabilidade é um bem precioso.
O caso especial
Carrillo, aquele que, por circunstâncias especiais, seria o principal candidato a fazer as malas, parece que se vai manter por cá. Um risco quer para o clube quer para o jogador. O clube porque não poderá mantê-lo a jogar por muito mais tempo sem conseguir renovar o contrato. O jogador porque não deve querer que o resto da sua época se resuma entre visitas aos treinos em Alcochete e a bancada.
Neste momento desta novela peruana, quem está em posição mais frágil na negociação é o clube, que se arrisca a ver partir o jogador sem qualquer contrapartida. Isto pressupõe alguma flexibilidade, quer no que diz respeito à fixação da cláusula de rescisão - o jogador não vai querer ficar atado a um cláusula absurda a três meses da carta de alforria - quer no ordenado a oferecer, pelas mesmas razões. Dessa forma poderia aliciar o jogador a estabelecer um compromisso que, envolvendo risco, tem também muito para compensar. Carrillo, tendo uma visão menos imediatista, mas também de grande risco, pode apostar numa grande época e fazer o contrato de uma vida no final da época. A seguir os próximos capítulos.
Negócio do século
Conseguir que alguém esteja interessado em Shikabala já se afigurava muito difícil. Lograr alguém que pague por ele e não o contrário é mesmo o negócio do século.
Negócios estranhos
Rúbio, Héldon, e Wilson Eduardo negociados com clubes que normalmente nos são hostis, como é o caso do Braga, ou que o verdadeiro dono (Jorge Mendes, no caso do Rio Ave) tem na mão mas em rédea curta, é muito estranho. Estranho aqui também vale como surpreendente. Mais estranho e também surpreendente quando se sabe que não ficamos com Hassan porque o empresário não quis. O mesmo jogador, que não foi para o rival SLB por razões estranhas, serviu de tampão a Rúbio, quando este podia ter ido para Braga, por intervenção directa do empresário.
Entre Rúbio e os outros dois jogadores há também outra diferença: a idade. Rúbio ainda pode ser que..., mas Héldon é que mantém a ligação contratual ao clube e Rúbio foi dado. Estranho. Parece que andamos a dormir com o inimigo.
De Betinho já tinha falado aqui. Um jogador promissor, com boa relação com o golo e que renovou com o clube por cinco anos, com cláusula de sessenta milhões de euros, é entregue de bandeja ao Belenenses, sem sequer haver uma cláusula de opção ou mesmo de recompra é estranho. Sim, o Belenenses, que tem servido de barriga de aluguer do SLB e aliado incondicional nas estratégias de poder.
Chaby volta ao U. Madeira, que ajudou a subir. Mas onde já não está o treinador anterior, mas sim Norton de Matos, ligado ao rival SLB. Vamos ver...
Wallyson também já mereceu aqui destaque anterior. O que foi surpreendente, para lá de não ter ficado no plantel, tendo o Sporting gasto a soma mais elevada do defeso num jogador que pode desempenhar funções semelhantes, foi a cláusula - quinze milhões - que lhe põe o regresso como incerto.
Capel é um bom exemplo de como o futebol é o momento. No final da primeira época chegou a ter vários clubes interessados a abrir as bolsas e um estádio a cantar o seu nome, para sair pela porta pequena e quase de borla. Perdeu ele e certamente perdemos nós.
Miguel Lopes não terá ficado pelos custos relacionados com o seu vencimento. Fica a pergunta se, entre os valores associados à contratação do segundo, mais respectivos vencimentos, não teria sido melhor manter o primeiro. Do ponto de vista estritamente desportivo não era pior seguramente.
Hóspedes que partem
Gazela, Ciani e Geraldes,foram embora, depois de um curto e anónimo período de hospedagem. O último ainda mantém ligação ao clube. Tal como vários outros que aqui são falados, correspondem a período de expansão experimentalista, sem resultados que o justificassem
Expedição de encomendas
Talvez os melhores exemplos do que é dito na derradeira afirmação do parágrafo anterior sejam Sarr, Slavchev e Rábia. Só o búlgaro permanece com ligação ao clube. O que de melhor se pode dizer deles é que saíram melhor do que a encomenda...
Bons negócios
É um bom negócio dar tempo de jogo a Kikas, Mica Pinto, Luís Ribeiro, Semedo, Palhinha e Iuri Medeiros. Os três primeiros dificilmente alguma vez farão parte da primeira equipa, mesmo considerando que são bons jogadores, à semelhança de tantos outros que todos os anos saem de Alcochete. De Iuri, como aqui disse anteriormente, preferia que tivesse voltado a Arouca, como parece que era a também a intenção dele, por causa do treinador.
Inscrições de última hora
Depois de não ter conseguido alienar Viola, Labyad, Edilino Ié, Cissé e Salomão o Sporting acabou por inscrevê-los. O que é preferível, tendo que lhes pagar os ordenados, de forma a que sua contribuição, se necessária, seja possível. Além de que o Sporting não pode ter um discurso moralizador para fora e um comportamento laxista dentro.
Os dois primeiros podem muito bem ter lugar na primeira equipa, quando se vai instalando a dúvida se Ruiz e Teo têm toda a corda necessária para tanta solicitação. Sobre os três últimos não seria preferível, mesmo pagando o ordenado na íntegra, como tem que ser, oferecê-los para rodar, do que ficar parados ou na equipa B a fazer sombra?
Concordo com algumas coisas, mas não todas. Sinceramente acho que a direcção teve uma actuação positiva. Claro que gostava que labyad e viola tivessem saído e com alguém a pagar. Mas nós não os queremos por alguma razão. Os outros clubes não andam a dormir.
ResponderEliminarTambém gostava que o Carrilho renovasse, mas só devemos ceder até certo ponto. Acredito que a direcção foi até ao ponto que acho que era possível ir. Se calhar não chegou, mas também não posso criticar o jogador se tiver maiores ambições. É jogador para ganhar mais do que o Sporting lhe pode pagar.
Sobre o Betinho, fiquei surpreendido pela dispensa porque via nele qualidade. Mas também fiquei surpreendido quando não conseguiu aproveitar os empréstimos para dar nas vistas. Ser "dado" ao Belém dos benfas ainda mé parece mais estranho. Será alguma maneira de ver como o presidente do Belém gere agora a situação. Ele não vai poder por o jogador a jogar contra nós (se bem que por mim até devia). Em relação à não ter opção de compra, acabamos por ter, Uma vez que temos percentagem dpasse. Ou seja, se a % é 50%, se alguém oferecer 1 milhão nos temos possibilidade de pagar só metade e ele vem para nós.
A entulheira de Alvalade, que o ano passado custou 15 milhões a encher, aos poucos vai esvaziando. Contas por baixo são dois Pongolles e uns trocos. Ou seja a excelência de gestão.
ResponderEliminarCaro Leão de Alvalade.
ResponderEliminarConcordo com a maior parte das suas opiniões mas discordo da questão Miguel Lopes/João Pereira.
Discordo porque acho que há partida Miguel Lopes é um fantasma... Podemos pensar de forma racional que o que se gastou com o João Pereira dava para o Miguel e se calhar tinhamos poupado uns cobres. Totalmente de acordo, também, com a valia de um e de outro sempre idênticas.
O problema é que contratámos um treinador para potenciar jogadores... Miguel Lopes se fosse potenciado para ser vendido teriamos sempre que dar muito dinheiro ao porco. Se vendessemos Miguel Lopes por 20M (especulação pura. praticamente impossível) estavamos a dar-lhes 10M. Se por acaso vendessemos Miguel Lopes por 4,5M (como foi o caso do Cédric) ainda tinhamos de pagar 500.000 ao porco. Além de que lhe andávamos a pagar ordenados...
Por outro lado podiamos pensar em mantê-lo na equipa e pagar-lhe os ordenados até acabar o contrato mas, mais uma vez batemos na questão do treinador... muito bem pago para potenciar e dar lucro. Iamos estar 2 ou 3 anos a potencair Miguel Lopes para sair a custo zero? Penso que daqui a dois anos se vendermos João Pereira, mesmo que seja por 300 ou 400.000 será sempre lucro e não temos qualquer despesa com Miguel Lopes... será um fantasma até acabar o contrato.
SL
Basco "O Leão"
Um concorrente e amigo um dia perguntou-me, o que é que tu fazes com os nabos? Acho que este é o segredo de qualquer excelência de gestão, como gerir os nabos. Não vejo ninguém com grandes problemas a gerir o Ronaldo, o Messi, o Neuer ou o Cech, já gerir o Balotelli, o Shikabala ou o Izmailov é uma grande encrenca.
ResponderEliminarComo não tenho ilusões sobre a permanente lotaria que acontece a cada mercado de compra e venda de direitos desportivos de jogadores, vão existir sempre erros e pérolas a acontecer. As pérolas poucos problemas terão, os erros vai ser uma trabalheira para os resolver.
Os ricos, resolvem à rico, atiram mais dinheiro para cima dos problemas e está resolvido (ou contratado um novo problema...), os pobres aguentam e no limite entram em austeridade.
Carrillo, não sou grande fã do jogador, acho que tem uma técnica fantástica, um bom pique, mas não sabe o que é ser um jogador de futebol e ainda não descobriu os seus colegas, seja para trabalhar com eles, seja para os ajudar. Ao final deste anos para ser uma pérola, já devia ter percebido isso, assim é um problema porque parece que é muito bom mas depois na realidade é só um gajo com muita técnica. Por mim já teria sido vendido, passando o problema para outros, e se for para renovar era sempre nesse sentido, vender o mais rápido possível.
Labyad, Viola, nem sabemos bem o que são, bem decerto que são caros e aparentemente ninguém acha que pelo menos podem ser pérolas e arrisque a sua contratação ou no caso do Sporting a sua utilização regular nas equipas profissionais (A ou B). Posso incluir neste problema outros jogadores, como, Gauld, Slachev, Sarr, Dramé, Sacko, etc.. O preço não será igual, mas o "tipo" de contratação é são todos jovens que se compraram com risco para ver no que dava, em todos estes casos fica a pergunta, sendo o Sporting um clube formador não tinha já nos seus quadros "potencial" suficiente para se livrar deste risco?
Se os recursos forem excedentários ou infinitos não faz grande mossa acumular quadros, mas não me parece que seja esse o caso de nenhum clube português.