Nota:
todas as fotografias são da autoria da @Idzabela. É expressamente
proibida a modificação e/ou reprodução destas fotografias sem
autorização expressa da autora. (clique nas imagens para ampliar O jogo com o Farense é apenas mais de um de muitos exemplos em que a Glória só vem depois de muita dedicação, esforço e a indispensável sorte. Esta, que tantas vezes nos tem perdido por falta de comparência ontem esteve presente num lance de penalty que caiu do céu, já com o pano a descer sobre o palco. É verdade que não foi merecida pelo lado da qualidade de jogo, mas sim apenas pelo esforço e pela perseverança.
Há muito mérito do Farense nas dificuldades sentidas. Pode-se dizer em seu desfavor que nunca quiseram muito mais do que o empate, mas é preciso ter em conta o seu trajecto no campeonato - muito difícil - agravado pelas dificuldades habituais de um recém-promovido. A isso deve-se somar a postura muito conservadora de Rúben Amorim, que nunca abdicou do controle total do jogo, apesar do tempo ficar cada vez mais escasso e o resultado permanecer imóvel em nosso desfavor.
A verdade é que a estratégia de Sérgio Vieira é bem capaz de ser uma espécie de mapa do tesouro para os adversários e um avisado guia de resolução de problemas para Rúben Amorim para o que nos espera. A receita parece ser simples: recuar as linhas para um bloco baixo, metendo assim areia entre as peças fulcrais da nossa engrenagem, impedindo a ligação entre si e, isolando-as, contribuindo para a sua baixa produção. Parar ou reduzir a produção do nosso sector mais forte e homogéneo - o meio-campo - é uma boa receita. Para o conseguir é preciso trabalhar muito e ser solidário - e isso o Farense conseguiu - e contar com a nossa menor inspiração e jogo sem grande risco, o que também aconteceu.
Como sector mais recuado e os últimos com a missão de impedir as investidas à baliza de Adan, os defesas chegaram e sobraram para as encomendas. Com o posicionamento baixo do adversário não havia costas para explorar em lançamentos longos e fazer chegar a bola dentro do bloco quase nunca foi uma tarefa bem sucedida, por o adversário condicionar a recepção da bola de costas a João Mário, Pote e Nuno Santos. Os laterais não conseguiam dar profundidade por encontrarem sempre a passagem de nível fechada pelos extremos adversários.
Por isso não houve o ouro habitual dentro de Pote, João Mário não conseguiu ser maestro, Nuno Santos foi estóico, mas não teve quem o acompanhasse. As jogadas repetiam-se vezes sem conta, quase sempre com o mesmo resultado inglório. Pedia-se gente capaz de tirar da manga lances de magia que criassem desequilíbrios ou pressão suficiente para obrigar o adversário a recorrer à falta e, a partir de lances de bola parada, chegar ao golo. E assim foi, já quase no apito final.
Não vou discutir o lance do penalty. Ele divide as opiniões, uns porque não sabem mais, outros porque não lhes apetece ou não dá jeito concordar ou discordar do árbitro. Se o lance não tivesse o dramatismo de ter ocorrido naquele contexto - estivesse o jogo decidido para qualquer dos contendores - e quase não se falaria dele. Mais importante do que isso será perceber o que fará o CA de arbitragem a este seu elemento, por comparação com o sucedido, por exemplo, com Luis Godinho que, depois de espalhar a sua magia em Famalicão, ainda foi dar uma mãozinha ao SC Braga contra o Estoril.
E assim chegamos ao Natal em primeiro lugar. É verdade que não ganhamos nada, mas não é menos verdade que é bom não ter adversários a impedir-nos a vista para o horizonte tão desejado. Vamos ter que dobrar muitas vezes este cabo das tormentas para poder lembrarmo-nos dele como o da Boa Esperança.
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