Sporting 1 - Rio Ave 1: O regresso de King Edwards no reinado de Paulinho.
Houve dois Sporting's ontem em Alvalade: um triturador, o da primeira parte, e outro controlador, o da etapa complementar. Obviamente que a primeira versão será a que recolhe mais adeptos, mas a segunda também é absolutamente necessária. O Sporting vinha de um jogo europeu e, com o resultado favorável só por loucura entraria na segunda parte no mesmo plano.
Porém, a minha dúvida, já registada em jogos anteriores, é se a versão controladora de Rúben Amorim não é demasiado conservadora, ao ponto de o recuo acabar por condicionar mentalmente a equipa de tal forma que esta depois perde o tal "killer instinct", tornando-se incapaz de se aproximar com perigo da baliza adversária. Isto é, se se compreende a necessidade de economizar esforço e de ser previdente, parece que esta versão controladora está ainda inacabada.
O resultado de ontem ao intervalo convidava a recuar, mas deveria também criar situações que atraíssem o adversário, para depois de criados espaços e movimentar-se de forma mais letal, sem nem o equilíbrio atrás ou o sentido de baliza. Este último parece ter ficado esquecido ontem, contribuindo para o sentimento de que menos seis centímetros mais seis centímetros ser a distância do renascimento do adversário. Claro que isto de ser adepto e querer sol na eira e chuva no nabal é muito fácil. Mas injusto também para Amorim, a quem cabe gerir o plantel e a quem acima de tudo interessam os três pontos.
Vale a pena dar relevo à aproximação de Edwards a um plano mais parecido com o que dele se espera, e é muito, como muito bem vincou Amorim, quando muitos comentários pareciam desistir já do jogador, numa fase tão precoce da época. E o mesmo seria muito bom que acontecesse com Trincão, embora tal pareça ainda muito distante de acontecer. Muito do sucesso de um sistema como o de Amorim passa pela performance daqueles cujo talento poderia oferecer surpresa e o inesperado.
Inesperado para muitos deve ser o regresso de Paulinho a um pecúlio de golos mais natural com o que também se espera dele. Há quem o associe à entrada de Gyokeres na equipa, mas ele ontem não jogou e Paulinho marcou, o que desconstrói um pouco a teoria. O que parece afinal que está a acontecer é mesmo isso: o regresso a uma normalidade, o que aconteceu anteriormente era a excepção de que se fazem todas as carreiras dos jogadores.
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