Sturm Graz 1 - Sporting 2: Que Sporting é este?
Tal como a maior parte dos Sportinguistas, também eu sofri e senti uma enorme frustração durante grande parte do embate com o Sturm Graz. Mais, cheguei a temer o pior quando sofremos um golo fortuito
numa das únicas jogadas de real perigo que os austríacos criaram.
Hoje, depois de ter falado com o travesseiro, sou obrigado a concluir que o Sporting dominou o adversário na maior parte do jogo e, se alguma acusação fará sentido, foi a de não conseguir materializar esse domínio criando perigo real para a baliza do enorme Scherpen, na primeira parte. O número de passes transviados foi enorme, algo que já aconteceu em Braga e evitou que sejamos, ao momento lideres isolados da Liga.
Mas o Sporting não jogou sozinho. Este adversário é o mesmo que está em segundo lugar na respectiva liga e ainda há pouco impôs um empate em casa do líder, nada mais nem menos que o nefando ex-Casino de Salzburgo, hoje Red Bull Salzburg. Sim, esse mesmo que na passada quarta-feira cortou as asas ao nosso rival do lado de lá da estrada. Se ontem pareceu um adversário vulgar ao Sporting e à estratégia de Amorim se deveu. E, ao valor do adversário, acresceu um relvado miserável que, se fosse em solo português, a UEFA teria lançado, por certo, um intimador aviso.
Ao fim e ao cabo o Sporting de Amorim continua a escrever páginas inéditas no nosso curriculum. Já ganhamos na Alemanha e agora na Áustria, onde ocorreu um dos momentos mais amargos que adeptos da minha geração jamais esquecerão: a eliminação da equipa de Sir Bobby Robson e de todo o arraial suicidário que se seguiu.
Para minha tranquilidade, apostaria numa estratégia mais conservadora, ao invés da mudança de sensivelmente meia equipa. Mas o futebol é assim mesmo, imprevisível. Ninguém poderá afirmar que, se jogássemos com Pote, Nuno Santos e Morita logo de inicio, teríamos logrado melhor resultado e sobretudo uma passagem mais tranquila pela Áustria, tal como Amorim lembrou depois na conferência de imprensa.
E quando se ganha e ainda por cima se roda a equipa, sem lesões nem castigos, e se faz o que ainda nenhuma equipa do Sporting havia conseguido é mais difícil contestar a estratégia. A verdade é que este Sporting de Amorim vai dando ares de estar cada vez mais maduro e saber bem ao que vai. É um Sporting muito mais preparado e com saúde física e mental, mais longe das escorregadelas monumentais e traumáticas. Isto sem nunca perder de vista que o futebol ainda é um jogo, onde a sorte e o azar continuam a conviver de mãos dadas.
É que, não parece, mas, na nossa história recente, eliminar o Arsenal é muito mais acidental do que soçobrar ante os desconhecidos Skanderbeus que nos pareceram no caminho. Mas às vezes parece que é o contrário.
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