Não há boas derrotas nem más vitórias. Mas nem sempre que se perde se está longe do melhor caminho e há vitórias que se sobrepõem a uma realidade inquietante. É nos segundos quadros das duas asserções anteriores que encaixilho a vitória de Barcelos: é uma boa e muito necessária vitória, pela conjuntura e porque os clubes alimentam a sua grandeza com vitórias. Mas esta última em particular mascara uma realidade que provoca desassossego em relação ao que pode vir a ser o futuro próximo do futebol do Sporting.
A primeira constatação que fui construindo enquanto via o jogo em Barcelos - ao vivo não temos as repetições, mas temos uma melhor perspectiva da movimentação colectiva e individual - foi a de uma equipa alguns níveis abaixo do que foram os primeiros jogos de Jesualdo. As saídas de Inverno e as lesões limitam em muito as opções, mas o discurso da Europa, que começou por ser o 3º lugar, não sofreu actualização. Isto é o mesmo que dizer que com uma escada mais pequena e mais frágil se consegue chegar tão alto e de forma tão segura como o inicialmente proposto, o que não só é irrealista como uma falácia.
É certo que no futebol tudo pode acontecer mas é bom ter a noção dessa realidade: TUDO significa mesmo tudo. O bom e mau significa poder subir ou descer na classificação e, na posição em que nos encontramos, é no mínimo preocupante . Está na altura de adequar o discurso à realidade e jogar com olhos apenas para o próximo jogo. Isto faz ainda mais sentido quando se joga com a média de idades com que se jogou em Barcelos. É não só um sinal de precaução inteligente como da mais elementar justiça, por não se exigir agora a miúdos o que os graúdos não conseguiram.
Disse-o aqui na caixa de comentários ao
post do Virgílio, e reitero: não me parece que da vitória de Barcelos se possa partir para conclusões precipitadas, julgando que estamos agora melhor do que estávamos antes da "debandada geral" que se abateu sobre o plantel do Sporting. Há que considerar as condições quase excepcionais em que ocorreu o jogo de Barcelos: começamos o jogo praticamente a ganhar, fazendo com que alguma sobranceria e necessidade do adversário nos permitisse um jogo diferente do que foram quase todos os outros esta época. Isso fez com que o Gil Vicente nunca estivesse na situação que lhe seria mais confortável, gerindo o jogo e o tempo a partir de trás. A propósito, convém mencionar um registo terrível e que deve ter um carácter extraordinário:
esta foi apenas a 8ª vez que o Sporting inaugurou o marcador antes do adversário!
Mas num clube que vive constantemente a surfar ondas emocionais, sem grande suporte racional, ter ganho um jogo com uma equipa suportada por jogadores da formação de idade muito tenra pode ajudar pouco, nada, ou até ser pior a "ementa que o cianeto". Explico:
1- Pode ajudar a criar a ideia que, com este plantel, a época desastrosa poderia ter sido evitada. Continuo a a pensar que, apesar de termos perdido qualidade em relação à época anterior, o problema não começou nos jogadores, na sua qualidade individual, mas sim na impreparação da equipa técnica, agravadas pelas decisões da administração, tomadas na sequência dos maus resultados.
2- Potencia a ideia, agravada pela situação de extrema necessidade financeira, que podemos
projectar a próxima época com esta base, o que é seguramente uma ilusão. A quase todos os jogadores, que tantas loas se tecem hoje - e que
o Cantinho muito bem lembra, foram
muitos deles corridos há 8 dias a "palhaços joguem à bola" - interessaria mais poder crescer mais alguns anos a todos os níveis (emocional, técnico, físico) longe da obrigação de serem eles a fazer a diferença. Um erro cometido no passado que devíamos evitar repetir.
O lote de jogadores da actual equipaB e que se anunciam nos escalões mais jovens da formação tem um potencial global extraordinário mas a nível individual não se adivinham Ronaldos ou Figos. É bom ter presente que, neste momento, nenhum dos que jogaram sábado* jogaria em qualquer um dos outros 2 grandes ou sequer no Braga, e desses alguns em quase nenhuma equipa da I Liga. Isto não é o mesmo que negar-lhes o potencial, o talento ou o futuro. Mas dá-nos a noção da nossa posição relativa na competição se for essa a base de partida actualmente.
Quando se invoca, por tudo ou por nada, o modelo Barcelona porque não se constata que uma das razões do seu sucesso está precisamente ligado à forma cautelosa como os seus jogadores são chamados a contribuir para o sucesso? Com que idade se afirmaram Xavi, Iniesta?
3- Participar nestas vitórias, neste contexto difícil, também ajuda a potenciar nos jogadores uma ilusão sobre o seu próprio valor, de que os seus empresários e o mercado estarão mais próximos de recolher dividendos, mais até do que os próprios neste momento das suas carreiras. A estes interessaria mais ficar em Alvalade, como testemunham os muitos exemplos dos que fizeram as malas à pressa. A este propósito é bom lembrar que a aposta na formação é, com justiça, um monumento que engrandece a marca Sporting. A sua importância deve ser reconhecida pela administração do clube, pelos adeptos, pela tutela, mas também pelos jogadores que dela fazem parte. Muitas vezes olhadas como dramáticas para a clube, as deserções extemporâneas representam para muitos deles um eclipse total ou parcial onde se imaginavam carreiras fulgurantes.
Gostar da formação tem de significar dar-lhe o justo valor. Nem muito, nem pouco. E agora, que estamos em fase pré-eleitoral, saber o que os candidatos preconizam para essa fracção tão importante para o clube deve merecer a nossa particular atenção e constituir factor diferenciador.
*Um parêntesis para Eric Dier. Dos que vi jogar até agora é o jogador mais maduro, parece que sempre esteve ali, nasceu para jogar futebol, para ser um líder. E isso não tem a ver com a idade, nasce-se assim, potencia-se com uma grande escola. Isso viu-se em campo no sábado quando ele e Illori estavam fora de campo e, apercebendo-se disso, entrou sem autorização do árbitro, não se poupando a um cartão amarelo. Isto acontece quando o Gil Vicente, de forma suja e com a conivência do árbitro, se queria aproveitar da inferioridade numérica. E ouviu-se depois do jogo nas declarações que proferiu à imprensa.
"Isso viu-se em campo no sábado quando ele e Illori estavam fora de campo e apercebendo-se disso entrou sem autorização do árbitro. Isto acontece quando o Gil Vicente, de forma suja e com a conivência do árbitro, se queria aproveitar da inferioridade numérica."
ResponderEliminarNão me apercebi disto. Podes elaborar?
PS: Uma coisa que foi definitivamente melhor que os outros jogos da era Jesualdo foi a reação da equipa quando o Gil empatou. Não se foram abaixo. Isso já revela alguma maturidade.
Concordo em absoluto com a sua crónica/análise.
ResponderEliminarAliás a referência extemporânea por parte de JF ao objectivo europeu deixou-me altamente perplexo.
Mas, como em tudo, à 1ª vitória a bandeira sobe ao arco.
Acho muito avisado e prudente a sua postura de "retranca" cujo objectivo creio ser o evitar as grandes desilusões. E aí o queimar na fogueira dos jovens bombeiros.
SL
O Dier é sem dúvida alguma aquele que tem lugar no plantel principal. Dos outros, quem segue a equipa B sabe que oscilam imenso e nem sempre decidem da melhor maneira. Poderão ser muito bons jogadores? concerteza que sim mas ainda não o são, alguns nem sabemos de que forma vão evoluir e outros nem vão evoluir grande coisa. Tempo paciência e persistência e depois avaliação e decisão.
ResponderEliminarQuero apenas salientar o facto do A. Martins ter jogado...Finalmente. Dos poucos jogadores que pensa e é inteligente no seu jogo. Como em tudo na vida a inteligência faz a diferença e, por isso, não se percebe a dúvida na sua utilização.
1 - Ninguém defende que se jogue para sempre com seis jogadores de 19 anos.
ResponderEliminar2 - O que se defende é que o Sporting baseie a construção da sua equipa na formação, permitindo aos jogadores crescerem (em futebol e em idade) no Sporting
3 - Dizer que estes jogadores não têm lugar no Braga vale tanto como dizer que o Sporting não tem neste momento capacidade financeira para contratar no Braga e muito menos tem capacidade financeira para pagar o que o Porto e o Benfica pagam pelos seus reforços
4 - Dier, Zezinho e Bruma vão ter 19 anos para sempre?
5 - A vitória de sábado mostra que há um caminho alternativo. E é isso que incomoda, não é?
Caro Leão de Alvalade,
ResponderEliminarConcordarei com este necessário e avisado "gole de água na fervura", que a nação leonina pela enésima vez já estará a preparar!... É bom que os sportinguistas tenham a noção da realidade...
Mas a minha profunda concordãncia vai para este magistral trecho do seu texto:
"... Pode ajudar a criar a ideia que, com este plantel, a época desastrosa poderia ter sido evitada. Continuo a a pensar que, apesar de termos perdido qualidade em relação à época anterior, o problema não começou nos jogadores, na sua qualidade individual, mas sim na impreparação da equipa técnica, agravadas pelas decisões da administração, tomadas na sequência dos maus resultados..."!...
Nem mais! Estiveram aí e só aí, as razões para o descalabro desta época desgraçada. Porque como vem acontecendo há bem mais de uma dezena de anos em Alvalade, estraga-se na farinha e quer-se equilibrar o barco com a poupança no farelo! Espero que o próximo Presidente compreenda que poderá poupar e muito com o recurso à formação. Não em exclusivo, mas com pronunciada preponderância. Estará no entanto proibido de poupar na equipa técnica e em especial no seu lider. Gastar 1, 2, 3 ou 4 milhões com uma equipa técnica de excepcional qualidade e reconhecidos méritos, nunca será um erro e muito menos um desperdício!...
SL
Mike,
ResponderEliminarJá não me recordo exactamente se já estávamos a ganhar mas creio que sim.
O Ilori estava no chão e o Sporting (Miguel Lopes?) colocou a bola fora para aquele ser assistido. O Gil, ao invés de permitir a assistência do jogador, jogou a bola com algum perigo, com a conivência do árbitro, que se deveria pelo menos inteirar do estado do jogador para aferir se era uma tentativa de perda de tempo. Quando o Ilori foi assistido o Dier também foi e tiveram que sair os 2 de campo. O Dier apercebendo-se que ficaríamos sem centrais e intuindo ( e bem como se viria a verificar) que o Gil não ia devolver a bola entrou de imediato a correr para o seu lugar, uma vez que o Ilori continuava a ser assistido. Viu o cartão amarelo por causa disso. Ninguém lhe mandou fazer aquilo, (ou teria sido o médico, o que não me pareceu, pois este estava com o Ilori) até porque isto se passou do lado oposto ao banco.
Anj,
ResponderEliminara entrada do A Martins equivaleu ao período em que a equipa melhor conseguiu respirar. É de facto um jogador inteligente, que sabe muito bem gerir os tempos e as decisões. Se o Carrilo, o Labyad, o Viola, o Bruma, o Rúbio puserem os olhos nele melhorarão muito.
kovacevic,
ResponderEliminarEsse teu último comentário/provocação cabe em muitos lugares menos aqui. Não vou ceder à tentação de te responder no mesmo tom, remeto-te apenas para as etiquetas da "formação" "equipaB" e "estratégia desportiva" deste blogue. Como verás devo ser dos poucos a quem a aposta na formação não deve incomodar.
O que já não acho é que ela possa ser feita nos actuais moldes porque mais tarde ou mais cedo essa aposta reverte contra os jogadores e contra a própria formação. Exemplos do passado recente não faltam.
O exemplo do Braga é apenas um. Há algum jogador da formação que tire o lugar ao Hugo Vieira, ao Ghilas, ao Licá, Josué, Vitor, André Leão, Edimar, Diego Lopes, Roberge, Danilo Dias, Soudani, Steven Vitória, Diogo Amado, César Peixoto, pegando de forma aleatória em alguns nomes que poderiam dar o tempo que os miúdos precisam e que não significam grande investimento?
E quanto custou o Éder ao Braga? E o Hugo Viana não está em fim de contrato?
E porque não desmistificar, um pouco, a "juventude do Ajax"? Exemplo sempre usado para invocar a aposta na formação, desde mais tenra idade?
ResponderEliminarEdwin van der Sar (24)
Michael Reiziger (22)
Frank de Boer (25)
Frank Rijkaard (32)
Danny Blind (33)
Clarence Seedorf (19)
Ronald de Boer (25)
Edgar Davids (22)
Marc Overmars (22)
Finidi George (24)
Jari Litmanen (24)
Nwankwo Kanu (18)
Patrick Kluivert (18)
Média de idades - 23,7 anos.
Estes foram os 13 jogadores que jogaram a final da Champions, em Maio de 1995. Até ao final do Verão, Van der Sar, Kanu, Kluivert, Seedorf, Finidi, Litmanen e Blind, viriam ser aumentada a sua idade em 1 ano, o que subiria a média de idades.
Este é o exemplo claro de como se deve usar a formação. 3 jogadores abaixo dos 22 (curiosamente, ou não, os que jogaram menos tempo nessa final; Seedorf foi o primeiro a sair e Kanu e Kluivert vieram do banco); dupla de centrais bem experiente; grande grupo de jogadores na casa dos 24 e 25. Grupo muito experiente (Campeão holandês) e larga vivência internacional (Champions League; Mundial 90 [Holanda], 94 [Holanda e Nigéria], Campeonanto da Europa de 92 e forte presença em fases de qualificação para o Euro de 1996 [Holanda e Finlândia].
É grupo com muitos jovens? É, claramente. Mas com muita experiência, com jogadores mais velhos para "levarem" com a responsabilidade maior. E, para não se tentar paralelizar, é um grupo Vencedor, com Dinâmica de Vitórias e Títulos, onde é mais fácil um jovem se integrar, aprender e revelar todas as suas qualidades.
Não foram lançados para as feras com a responsabilidade toda em cima deles.
Todo o amadurecimento que puderam, lentamente, ter, levou-os à conquista dessa Champions, impensável 2 ou 3 anos antes, pois não estavam preparados para tal.
O Leão de Alvalade não renega a presença de jovens no plantel ou, mesmo, no 11 base. O que não pode acontecer é chegar-se ao cúmulo do André Martins, Patrício, Rinaudo e Capel serem considerados Veteranos, pois foi isso que eles representaram no último jogo do Sporting. Martins tem 23 anos, e outros, somente, 25 (Capel fez nesse dia e Patrício no dia antes).
LdA, subscrevo na integra. Foi um jogo de exaustão onde a equipa foi espremida até ao tutano. Venceu. Que maravilha é colher frutos do trabalho árduo.
ResponderEliminarA única diferença dos putos para os graúdos é a confiança, os putos transpiram-na os graúdos vislumbram miragens desse sentimento.
Se esta aposta for para manter é trabalhar jogo a jogo na corda bamba. Risco enorme que o treinador parece querer assumir de peito feito, claro que também só o faz porque nada tem a perder.
Espero que não se esteja a estragar mais uma geração de luxo.
Cantinho,
ResponderEliminarSugiro ver as idades com que começaram a jogar na equipa principal do Ajax.
A final da taça dos campeões é o fim, não é o começo.
De qualquer modo, reforço: apostar na formação não é jogar com seis putos de 19 anos.
É fazer da formação a fonte principal da equipa sénior.
Caro Kovacevic,
ResponderEliminara única coisa que incomoda neste post é o seu comentário acerca do putativo incómodo do propalado caminho alternativo.
Quer concretizar?
SL
Caro Alamo
ResponderEliminarcreio que o Sporting tão cedo não precisará de se preocupar com a equipa técnica. O Prof, tem os predicados suficientes para juntar a experiência à irreverência e colocar-nos num lugar que não nos envergonhe. Basta um pouco de normalidade.
Pois por mim, era apostar nos miúdos no que resta no campeonato. Pode ser que contagiem os graúdos e lhes devolvam a confiança perdida na final da Taça de Portugal. É que nunca mais foram os mesmos. E não tenho medo nenhum de que entrem aos cinco de uma assentada, nem contra fcp nem contra esselbê, nem contra seja quem for. Medo tenho eu que entrem 11 amorfos e medrosos. Preparar a próxima temporada com uma aposta forte na miudagem e com o Jesualdo Ferreira, isso é que era… Quem prometer isso nas eleições, leva os meus 7 votos.
ResponderEliminarLda,
ResponderEliminarConcordo com grande parte do teor do post. Também estou ciente dos vários riscos que corrremos com esta aposta. Mas estaremos de acordo de que a formação terá de ser a base da equipa principal. E temos de ter a humildade de asssumir de que nas próximas 3 épocas não lutaremos pelo título (já algumas épocas que não lutamos mas isso nunca foi claramente assumido). Teremos de dar uns passos atrás para conseguirmos andar para frente. O caso do Dortmund é um bom exemplo!
Penso que Bruma, Dier e Ilori se quisessem ter saído para fazer melhores contratos já o podiam ter feito. É bom que continuem a ter os pés bem aceites no chão! O Pedro Mendes vai dar um salto no escuro. O Rafael Veloso quis dar um passo maior que a perna...apanhou um susto mas lá encontou um clube, o Belenenses.
Em relação à frase sobre o André Martins: "É de facto um jogador inteligente, que sabe muito bem gerir os tempos e as decisões. Se o Carrilo, o Labyad, o Viola, o Bruma, o Rúbio puserem os olhos nele melhorarão muito." Eu acrescento, do André Martins até o Rinaudo tem muito a aprender nomeadamente no momento de soltar a bola.
E dos jogadores que referiu havia 2 que ia buscar sem qualquer dúvida no final da época:
Josué do Paços (que grande pé esquerdo) e Ghilas!
LdA:
ResponderEliminarBom post com o qual concordo na integra.
'Desassossego' é mesmo a palavra certa para caracterizar não só o jogo de ontem, mas tb o que levamos de época e o que se perspectiva até ao seu final. De tantos jogos que levamos recordo-me apenas de um, que assisti de forma serena e seguro de que mt dificilmente a vitória nos fugiria, mesmo considerando todos os imponderáveis existentes no futebol (com o SCP particularmente sujeito a circunstâncias pc comuns...). Foi em Olhão, quando vencemos tranquilamente por dois a zero na única vitória com exibição segura e resultado 'folgado'. Já JF era treinador...
De modo, que sim, prevê-se que o desassossego continue. Não foi à toa o título do post de ontem. Mais ainda pq é compreensível (e basta um pc de bom senso para o perceber), que a equipa principal do SCP não consegue jogar com o excesso de juventude de ontem sem correr tremendos riscos decorrentes não só da natural inexperiência da maioria dos integrantes do 11 principal, mas tb devido às, já não tão naturais, circunstâncias actuais. Ontem, correu excepcionalmente bem, com o inicio do jogo a ser decisivo no seu desenrolar...
Mais uma nota para a 'treta' do fair play. No lance que referes não percebi que o Eric Dier tb necessitava de ser assistido, mas reparei que antes já o SCP tinha lançado a bola para fora, permitindo a assistência a jogadores lesionados do Gil Vicente. Invariavelmente a devolução da bola acabou nas mãos de Patrício, bem longe do local onde a bola se encontrava a ser disputada... Enfim, é o costume e dou essa atitude 'de barato', mas a questão que coloco e que ontem me irritou é a seguinte: só se devolve a bola qd são colegas de equipa e ignora-se qd quem necessita de assistência médica é adversário?...
Abç.
D. Ana I... De cognome: "A destemida"! :P
ResponderEliminarSL!
Quem quiser que comente.
ResponderEliminarVia Cacifo do Paulinho:
"Que Dias Ferreira se passou da tola e que transformou a conferência de imprensa do Futre num momento para aprendizes. É verdade que Dias Ferreira terá várias velux, sem cortina de protecção, no seu telhado, mas não posso deixar de assinalar o grito de revolta de alguém que sempre pareceu atarantado perante a hipótese de mudança.
Pego nas palavras do José (não sei quem és, mas um obrigado pela reportagem) e publico-as com um “aleluia!”.
- “Haverá mais uma vez os candidatos que têm a protecção da banca, designadamente do BESI e do seu presidente José Maria Ricciardi e os outros”
- “já foi tornado público que os candidatos só a partir de dia 22 terão acesso à real situação do clube. Se só no dia 22 é que vou ter acesso aos problemas reais do clube, como é que eu até dia 21 sei quais são os problemas e apresento a solução para eles?”
- “No dia a seguir às eleições é publico que os candidatos precisam de 25M, mas depois precisarão sempre de mais algum valor que podem ser 40M e depois ainda podem ser 60M, ou seja, a situação do clube é um cenário tão negro, tão negro que, a ser verdade, inspira respeito.
Se um individuo avançar e for eleito corre o risco de vir a ser acusado de fechar a porta do Sporting.”
- “Não sinto coragem para avançar perante esta situação…porque provavelmente iria branquear tudo o que de errado se fez para trás…qualquer dia o BPN parece um assunto de amadores”.
- As pessoas que são reponsáveis falam que são precisos 25M para que o clube não feche, falam de rescisões de jogadores, como se não tivessem nada a ver com isto. É uma falta de amor e de respeito pela história do Sporting…fazem mal ao clube e com total desplante ainda fazem chantagem sobre os sócios ao dizer que quem for candidato tem de trazer 25M, como se não tivessem responsabilidade nenhuma. Foram eles os responsáveis pela situação do clube e essa sua responsabilidade é criminosa.”
- “Talvez tenha sonhado, mas parece que para pagar algumas despesas correntes, algum capital social da SAD já estará comprometido.”
- “Só no 1º Conselho Fiscal da era Roquette é que José Maria Ricciardi não fez parte do Conselho Fiscal…do mesmo Conselho Fiscal fazem também parte aqueles que são os auditores. E depois é impressionante que criticam a gestão do clube e a situação a que o clube chegou.
Eu pergunto_:
- Então para que é que serve o Conselho Fiscal?
- Para que servem os auditores?
- O Conselho Fiscal não tem obrigação de chamar a atenção para os negócios que são feitos?
- Vêem os ordenados que são pagos, os negócios, etc, e não alertam para estas situações?”
- “(sobre os responsáveis pela situação do clube), não percebem nada de futebol. Isto é má gestão, cria revolta e têm de ser responsabilizados. E é ver um sorriso cínico desses responsáveis que dizem que quem quiser presidente tem de apresentar um cheque de 25M.
É triste ver que se reduz a história de um grande clube a um cheque.
Os valores que fizeram o Sporting desapareceram”
Kovacevic,
ResponderEliminar2 épocas antes (92-93)dessa da Champions, quando começaram a aparecer Davids, Overmars, os manos de Boer e Van der Sar, ainda jogavam Bergkamp, Bryan Roy, Menzo (guarda-redes titular de quem o Silas tornou a vida num inferno umas boas épocas antes) e Pettersson, um avançado sueco, quase trintão.
E não convém esquecer que estamos numa época em que as transferências para o estrangeiro eram raras, devido à limitação de lugares no 11 titular. Por isso, o Ajax dividia com o PSV o facto de terem os melhores jogadores holandeses (excluindo Gullit, Van Basten, Rijkaard, Koeman e Aron Winter, no Milan, Barcelona e Lazio) [Bergkamp sairia, com Jong, para o Inter, no final dessa época].
Hoje em dia, para não se poder comparar, Sporting, Porto e Benfica não têm nos seus planteis os melhores jogadores portugueses. Por isso, os jovens holandeses desse Ajax estavam a treinar, conviver e jogar (na mesma equipa ou contra) com os melhores holandeses, facto que hoje não ocorre em Portugal, com os portugueses da nossa Liga.
Boa tarde a todos,
ResponderEliminarComeçando pelo aviso prévio: Não sou sportinguista. Sem costela, dedo mindinho ou unha que me salvem. Mas gosto de futebol, e mesmo torcendo pela equipa da minha terra gosto de conversar, ler e debater sobre ele.
Leio com atenção o vosso blogue, e tenho que confessar, com muito prazer. Salvo raríssimas excepções, o nível é elevado. Gente bem formada, com opiniões sólidas e válidas e que, surpresa, conseguem escrever o nome dos adversários sem automaticamente os qualificar depreciativamente.
Em relação ao futebol de formação, e sendo eu dirigente da mesma num pequeno clube, confesso que já tive ideias mais sólidas. Mas nos ultimos tempos estremeceram. Por um lado sou defensor de uma estrutura sólida, coesa e eficiente, que permita acolher os jovens no seio da equipa profissional. Não tanto pela idade em si da equipa base. Porque ter 30 anos não garante por si só mais maturidade e responsabilidade que ter 22 ou 25.
Mas defendo a existência de um plantel sólido de 18/20 jogadores com provas dadas. Não falo só de futebol em si. Falo de profissionalismo, cidadania, competência e sobretudo capacidades humanas de acolhimento, de sensibilidade e de companheirismo.
Depois disto assegurado, defendo a integração progressiva de 3/5 jogadores da cantera, que demonstrem estar no caminho certo de aquisição dessas referidas competências.
Por outro lado, e pelo que tenho presenciado, no decorrer desta minha actividade de carolice com os meus putos (a palavra certa é mesmo "os meus putos"), é que nos dias que correm a existência de escalões de formação inferiores aos Juniores A é cada vez mais uma questão monetária. Nos clubes pequenos é cada vez maior porque as mensalidades equilibram as contas e nos clubes maiores a sua existência já é olhada de lado... Porque a verdade é que os chamados "clubes esponja" absorvem os verdadeiros valores mal eles despontem, ou no momento que quiserem. Ou seja, eu posso gerar (salvo seja) meia dúzia de craques, mas sei que no máximo eles saem quando forem Juvenis. Basta acenar-lhes. E com a nova legislação até é quase grátis.
Por outras palavras, o efeito camisola está a desvanecer-se. Nos pais como nos filhos. Eu lidero uma equipazinha (enfase no zinha) mas acreditem que metade dos meus pais têm a mania que são Jorge Mendes.
Finalizando, agradeço a vossa disponibilidade para me "ouvirem" e desejo que tudo corra bem. Bem... quase tudo.
E outra coisa, a mim não me tratem por "Caro". Sou um homem do Norte, carago.