Chamavam-lhe um... Figo
O alivio de uns é agora o pesar de outros, mas é já certo que Luís Figo não será candidato à presidência do Sporting. Prefiro não cair na quase incontornável discussão sobre o Sportinguismo de Figo. Não que não tenha opinião sobre a forma como saiu do Sporting ou sobre o festejar ou não um golo ou uma vitória sobre o clube que diz ser seu. Ou até sobre a aparente necessidade que o nosso ex-jogador tem de cifrões para lhe lubrificar os interesses.
Não falta quem o julgue e condene, como não faltam exemplos de quem, a coberto do propalado amor ao Sporting o prejudique muito mais do que o há muito tempo distante ex-jogador. O que prefiro relevar são as reiteradas declarações públicas do jogador, reafirmando a sua condição de Sportinguista e não apenas um mero adepto, mas sócio de pleno direito. E continuo a pensar que o Sporting não deveria desperdiçar a projecção de Luís Figo, até como forma de receber uma parte do muito que lhe deu.
Relativamente à possibilidade aventada de Figo concorrer às próximas eleições, era um processo condenado à partida cuja morte à nascença é preferível ao nascimento de um filho torto. Haverá imensas condições que um candidato deva preencher à priori para se dispor ao sufrágio dos seus consócios. Mas há uma elementar, onde radicarão todas as outras: a vontade própria. E essa nunca pareceu ser a de Luís Figo, pelo menos neste momento. Ao contrário do processo que parece ter sido iniciado, não tinha que ser Luis Figo a ser convencido a ser presidente do Sporting, ele é que tinha que nos convencer - a todos os associados - da sua vontade e da bondade das suas propostas.
Falar em Pedro Paiva dos Santos com areias movediças debaixo dos pés
É-me indiferente que o próximo presidente seja branco, negro, amarelo ou vermelho. Ou que seja muçulmano, judeu, católico, hindu, ou professe qualquer outro credo. E também me são indiferentes as suas opções politico-partidárias, desde que inseridas no espectro dos partidos democráticos. Mas seria um embaraço ter um presidente do Sporting com uma relação equívoca em relação ao passado recente do meu País e com o culto de personalidades e tempos em que em Portugal ter a simples opinião era considerado um delito sumariamente condenado e arduamente expiado.
É isso que se depreende do que
uma das suas páginas de uma das muitas redes sociais ainda ontem exibia, e que hoje sofreu um rápido facelift, desaparecendo a fotografia do
"Presidente do Conselho" ou da ponte que ontem era
"Salazar" que hoje ainda não é
"25 de Abril" mas apenas
"Sobre o Tejo". Pior do que ter convicções discutíveis é não estar convicto das suas próprias convicções. Sei o quanto isto é polémico e quão pouco ou nada o Sporting precisa de mais uma polémica, mas é uma questão de principio que não estou disposto a fechar os olhos, o que não obsta a que cada um faça o julgamento que entender.
Couceiro, uma certeza
Não tenho uma opinião formada sobre Couceiro como presidente do Sporting, já tenho poucas dúvidas que é uma mais-valia que o Sporting deveria aproveitar. Não é uma opinião nascida
"porque sim" é uma convicção que resulta do que lhe fui ouvindo e lendo e que se cimenta pela recente participação no
programa Zona Mista, que pode ser visto na íntegra aqui. Um discurso seguro e fundamentado em conhecimento que significa uma grande e assinalável diferença em relação ao desfiar de vulgaridades, chavões e barbaridades à mistura.
Equivoco colectivo
É sempre difícil saber da representatividade das vozes que a blogosfera dá como maioritárias. Basta para isso ter em conta o que foram os resultados das AG´s mais recentes, ou até os mais recentes resultados eleitorais. Mas fosse qual fosse a sua importância é-me cada vez mais evidente que o momento escolhido para fazer cair a direcção - acabaram por cair todos - foi o pior.
Algumas dessas razões são abordadas por Couceiro no referido programa, outras têm sido trazidas à discussão por Jesualdo Ferreira nas suas conferências de imprensa. A perigosa situação em que a equipa se encontra na tabela classificativa, com duas alarmantes derrotas consecutivas, cada vez mais vinca a ideia de uma errada percepção da realidade complexa em que o clube está imergido, bem como duma equívoca avaliação das prioridades. Infelizmente isso aqui isso não foi muitas vezes bem interpretado.
P.S.: Agradecimentos a B. K. pela colaboração na elaboração do post
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Nota:
Deixo a seguinte nota a pedido da Candidatura Independente (CI) ao Conselho Fiscal e Disciplinar do SCP.
Se
pretenderem subscrever a candidatura (acto cujo único compromisso que
acarreta é o de ajudar na admissão desta lista ao acto eleitoral),
deverão:
1) Imprimir, preencher e assinar este documento:
http://cfdindependente.files.wordpress.com/2011/03/recolha-de-assinaturas-cfedi1.pdf
2) Fazer "scan" do documento, bem como do BI/CC e do cartão de sócio
3) Enviar tudo para
cfdindependente@gmail.com.
Como
não há ainda a garantia de que a assinatura digitalizada será aceite,
pedimos que enviem o documento assinado para a morada Rua Marcos
Portugal, nº6- 2º Direito, 1495-091 Algés, ou em alternativa que me
contactem para este e-mail, que alguém irá ter convosco para recolher o
documento.
Se for possível angariar mais assinaturas entre os vossos familiares, amigos e conhecidos, agradecemos.
Notas importantes:
1)
Para a assinatura ser válida, é necessário ter a quota de Janeiro paga
aquando da verificação das assinaturas (~ 21 de Fevereiro).
2)
Para poder votar na AG eleitoral, é necessário ter a quota de Fevereiro paga até ao dia 3 de Março (20 dias antes).
Poderão consultar toda a informação (lista, programa, historial, etc.) sobre a CI no site http://cfdindependente.wordpress.com/.
Vou esperar para conhecer todas as candidaturas mas das já apresentadas e das possíveis e ainda não confirmadas concordo com o LdA...para já e se vier mesmo a ser candidato Couceiro seria a melhor opção. Mas vamos esperar para ver.
ResponderEliminarMais que não seja, e acho que não é só por isso, couceiro, se vier, e até mesmo que não venha, vai servir para colocar o discurso no sitio certo. Viver acima sdas possibilidades, mais tarde ou mais cedo dá nisto que o sporting se tornou.
ResponderEliminarEmbora com opiniões nem sempre coincidentes, este post tem muito de comum com o que escrevi no Sporting até morrer, mas mesmo discordando acho que é assim que se deve discutir o Sporting e não ofender quem tem ideias diferentes, desconfio sempre de quem tem certezas absolutas, mas concordo totalmente com o facto do Couceiro ser um recurso que o Sporting não pode prescindir.
ResponderEliminarFigo seria de uma total inutilidade, qualquer dia estamos a candidatar a Presidente uma fotografia de um qualquer ex-atleta já desaparecido... Não tenho preconceitos relativamente a ele nem ao seu Sportinguismo, mas tenho quanto à sua capacidade para liderar uma estrutura da dimensão do Sporting. Ficava muito bem no futebol profissional ou nos negócios estrangeiros a ajudar o Diogo.
ResponderEliminarFocas a principal questão do momento, quem quer ser Presidente do Sporting? Quem tem esse desejo intimo e incontrolável sem depender de apoios/amigos/fundos, etc..
E destes, neste momento, só vejo Severino e Bruno Carvalho.
A troika Bancos/Kosovares manda no Sporting: está na hora de os repudiar!
ResponderEliminarOra portanto, o futuro presidente tem de ser contra o governo,contra a troika,a favor do Obama,a favor do casamento gay resumindo,"politicamente correto"!?Por favor não façam mais mal ao meu querido Sporting e não misturem o que não deve ser misturado.
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ResponderEliminar2 'Riscados'.
ResponderEliminarPara já, existe o... Severino...
Campanha durante um jogo de futebol era (e é) uma 'minhoquice' sem qlq importância. Já fazer campanha Salazarista é outra minhoquice (no sentido nojento do termo) e com muita importância.
Abç e SL, LdA.
LMGM, tiro no porta avioes quanto ao Couceiro.E no fundo a analogia da fotografia aplicada ao Couceiro tambem seria apicavel.Alias, Figo tambem era para a fotografia. Para mandar, estao la outros...Mandar e... serem DONOS! Literalmente!
ResponderEliminarQuanto ao timing das eleicoes,LdA, se GL continuasse em funcoes, daqui a 3 meses nao terias pedra sobre pedra.Quando e se se souber como se alimentou a tesouraria nos ultimos tempos, vao haver muitas lagrimas...
Ja agora,a continuidade nao vai largar o osso.Porque os esqueletos nao podem sair do armario...
O Couceiro a candidato imposto pela troika/banca e com a equipa directiva que a banca lhe der (amigos e compadres) não vejo com bons olhos, seria o fim, agora se o Couceiro POR INICIATIVA PRÓPRIA e sem pressões dos "notáveis" concorrer com uma equipa escolhida por si proprio e com ideias proprias e investidores escolhidos por si, então acho que seria um excelente candidato!
ResponderEliminarexcelente análise, LdA.
ResponderEliminarLdA
ResponderEliminarRealmente dos candidatos e proto-candidatos Couceiro é o único que me convence minimamente. Infelizmente os nomes que ouço ligados à sua candidatura(?) não me agradam.
Não tenho por hábito entrar en futurologia. Apenas em expeculação. Como tal, considerando que a realidade nos apresenta 3 candidatos, é sobre eles que falarei. E a questão apenas se pode medir em expectativas.
ResponderEliminarConfesso que elas divergem na intensidade, consoante o protagonista.
Por ordem cronológica.
1-Carlos Severino.
Confesso que não tenho qualquer tipo especial de espectativa. Curioso o apoio de Jorge Gabriel o qual ao fim e ao cabo se compreende por camaradagem decorrente da profissão.
A sua constante participação na blogosfera onde não esconde o seu vinculo à crítica, se bem que o torna um candiadato com conhecimento dos assuntos e bastante acertividade, coloca-o irremediavelmente fora da zona do poder.
2- Bruno de Carvalho.
Expectativas altíssimas. Com todo o tempo de preparação que dispôs para construir uma alternativa credível, tem forçosamente de concretizar. Esta aparente calmaria à qual se votou, faz adivinhar que vem aí coisa.
Se não surpreender, perderá as eleições caso surja um candidato ligado à esfera do poder.
Se esse alguém não aparecer ganhará naturalmente. Sem mérito, por falta de concorrência.
Caso tenha algo bem estruturado para apresentar, rostos com credibilidade, discurso forte, mobilizará praticamente todo o seu eleitorado e será o rosto da mudança.
3- Paiva dos Santos.
Lda disse exatamente o que eu penso e o juízo que faço deste indivíduo.
Falou-se de José Couceiro. Confesso que como a maioria creio que o Sporting não se pode dar ao luxo de poder não contar com pessoas com a capacidade de José Couceiro.
Não adianta estar a adicionar encômios à sua personalidade e forma de estar.
Mas não o consigo imaginar fora das competências para as quais o enquadro. Um funcionário na alta esfera admnistrativa.
Mas também um funcionário que já foi despedido por Pinto da Costa.
Não gostaria de conviver com o facto do presidente do porto um dia ter despedido o presidente do Sporting Clube de Portugal.
É que nestas coisas, o passado também pesa.
SL