A planificação - A defesa - O "6" - Os reforços - Os destaques
Já aqui o havia dito no passado dia 17: a planificação da época deixou muito a desejar. Ontem JJ confessou o seu desencanto com o número reduzido de jogos e com razão. Senão vejamos:
- Número de jogos bastante reduzido para uma equipa com as obrigações e ambições do Sporting.
- Qualidade dos adversários escolhidos, onde a Roma é a excepção entre a mediania e falta de categoria.
- A escolha do local do estágio, não apenas longínqua como a participação de um torneio e com adversários de pouco prestigio, num país que vive a estação oposta à que os jogadores terão que treinar e jogar os próximos 2 meses.
- Com os compromissos que o Sporting tem logo no inicio da época (Supertaça, 3 jogos fora de casa nos primeiros cinco do campeonato e adversário seguramente muito dificil na C.L.) a que nível se poderá apresentar a equipa? Isto quando se percebe que há ainda muito a fazer a todos os níveis e há muitos jogadores com muito pouco tempo de jogo?
Defesas lentos
A observação do treinador adversário após o primeiro jogo fez algum sentido e seguramente muito eco. Contudo parece-me excessivo culpar do facto apenas os centrais e que tal deriva de uma concepção e forma de entender o futebol já ultrapassada. Defender tal como atacar tem que ser entendido como uma tarefa colectiva e não apenas de uns maduros que ficam lá atrás. Todos os defesas centrais, os mais rápidos e os mais lentos, estão em desvantagem sobre os avançados quando a bola lhes é colocada em profundidade e na suas costas. Enquanto o avançado está de frente para a bola o defesa tem ainda que se virar perdendo-se aí quase todas as possibilidades de ser bem sucedido.
Os melhores defesas centrais que vi jogar nem eram especialmente rápidos, o que os distinguia dos outros era a sua compreensão do jogo, fazendo com que conseguissem ou antecipar os movimentos dos adversários ou, através de um posicionamento correcto, anular ou minimizar os perigos. Mas nenhum poderia fazer nada se os colegas do meio-campo deixassem o adversário de cadeirão fazer lançamentos para as suas costas.
Concluindo, a melhoria da eficácia defensiva passa pelo envolvimento de todos os onze jogadores, a partir do momento em que se perde a bola. É um facto que o Sporting não tem defesas centrais muito rápidos. Mas Luisão e Jardel eram rápidos?
O problema da posição 6
A lesão de William veio trazer um problema acrescido para JJ, mas talvez seja providencial ter sucedido nesta altura. A forma como se reagiu à sua sua ausência diz-nos que não havia plano B para uma possível lesão em fase mais adiantada do campeonato, onde a procura de uma solução poderia ter custos elevados na produção da equipa.
Do que pude observar nestes dois jogos, parece-me que se perdeu algum tempo que espero venha a ter alguma utilidade. Adrien e João Mário, sobretudo pela falta de agressividade deste sobre o portador da bola e capacidade de sofrer na sua procura, não parecem oferecer garantias. Semedo é esforçado e reactivo, mas diminuido na capacidade de entregar a bola à distância. O pouco tempo de Rosell deu para perceber que, não sendo William, é o jogador melhor habilitado no imediato para a função.
Os reforços
- Não se percebe muito bem a diferença de qualidade entre João Pereira e Esgaio, pelo menos para já. Isso é dizer quase tudo sobre como parece estarmos mais fracos na lateral direita relativamente ao que sucedia o ano passado.
- A supresa é Naldo. Mantenho o que disse aquando do anuncio da contratação, uma vez que não é um craque. Mas a sua simplicidade de processos e concentração permanentes serão de grande utilidade. É natural que possa começar a época a titular.
- Ciani não surpreendeu no pouco tempo que esteve em campo. A forma como intervém num lance em que acaba como réu corresponde em plenitude à imagem de um central cujo peso e altura pode ser as suas melhore e piores qualidades em simultâneo.
- Gutierrez não engana quanto à qualidade técnica mas ainda lhe falta muita coisa para poder ser considerado um reforço e merecer a fama que o precedeu.
Os destaques
- Patrício foi o melhor em campo em ambos os jogos. Está tudo dito
- Mantenho o que disse sobre Slimani (o Sporting precisa de ter um ponta-de-lança que jogue a titular com maior nível de aproveitamento) mas as suas características são cruciais para dar comprimento e presença ao nosso jogo ofensivo.
- Montero mostrou ontem porque se deve contar com ele.
- Com Carrillo ainda a começar e ainda sem Ruiz, estamos um pouco coxos nos extremos.
A culpa da planificação é do Marco Silva. Ou do Luís Duque.
ResponderEliminarEm relação á planificação da pré época foi ao nível de um clube pequeno mostrando a incompetência que existe no clube.
ResponderEliminarEm relação a pensar se que JJ vem inovar alguma coisa como treinador parece me um engano que mais tarde se verá.
Em relação ao sistema de jogo implantado por JJ nada é novidade e desconhecido de todos no futebol
português.
Em relação a reforços que vieram ainda será cedo para opinar mas parece me que alguns não têm qualidade para um clube que forma dos melhores jogadores do mundo.
Em relação á famosa posição 6 no esquema táctico de JJ é mais um mito pois todos os treinadores usam um jogador na posição 6, e quem anda no futebol sabe perfeitamente o que precisa da posição 6 conforme o esquema táctico que utilize.
Resumindo vivemos um estado de graça normal num inicio de época feito de manobras populistas, agora o que vai contar no fim são os resultados.
Rui Patricio cada mais merece o respeito de todos os Sportinguistas.
ResponderEliminarEm relação ao Slimani que continua com um rendimento elevado, veremos mais tarde se o seu rendimento se manterá com o esquema táctico hoje utilizado.
Montero sempre mostrou qualidade só que quem o foi buscar deixou de acreditar no seu valor, será sempre um jogador útil.
Em relação Carrillo mais uma vez vamos ver alguém a dizer que a culpa é de alguém, acho que 2 anos para resolver este assunto e não o fazer, será tão incompetente como alguns o foram no passado em situações semelhantes, esta visto que vamos ter novela.
A culpa é sempre de alguém e vai continuar a ser assim noutras novelas que se aproximam.
ResponderEliminarNão sei o que prejudica mais a pré-época, os compromissos das selecções, o mercado aberto até 31 de Agosto ou estágios com longas viagens. Infelizmente temos o pleno. Também não sei bem como introduzir muito mais jogos quando a distância entre o inicio da época e o primeiro jogo oficial são pouco mais de 5 semanas, isto com os atletas a chegar (e a sair) a conta-gotas.
ResponderEliminarA Super-Taça será sempre mais um jogo de preparação, o foco deve estar na pré-eliminatória da Champions e no arranque do campeonato.
Tenho gostado de ver a equipa mais próxima e com mais jogo na zona central do campo, o Sporting estava a tornar-se uma equipa fácil de defender para as equipas nacionais do meio da tabela para cima, vejo agora a procura por uma maior imprevisibilidade táctica. Mas nota-se que ainda falta muito trabalho para aumentar a fluidez de jogo e a confiança.
Espero que finalmente se veja algum aproveitamento substancial das bolas paradas. Onde não estou nada satisfeito é com os nossos extremos, na teoria os mais fortes deveriam ser Capel e Carrillo, não consigo ver nenhum dos dois com rendimento para titular, os putos são melhores mas estão verdes e aquilo que queria era a venda das duas supostas estrelinhas e a aquisição de dois extremos mais incisivos no jogo.
"Não sei o que prejudica mais a pré-época, os compromissos das selecções, o mercado aberto até 31 de Agosto ou estágios com longas viagens."
EliminarCorrecto. Mas eu já me dava satisfeito que não se jogassem torneios no 3º Mundo e com árbitros dessa categoria, que apitam cerca de 50 faltas por jogo (dá + ou - 1 falta em cada 2 minutos). Assim, mais o vento e frio (mais os motivos acima enunciados pelo LMGM), não grandes milagres (pelo menos para já).
(e a tudo isso se acresce as lesões de 2 titulares, um deles de importância vital, William Carvalho).
Para já destaco:
- Patrício
- Patrício
- Patrício
- defesa subida
- sectores mais juntos
- mais gente no processo ofensivo
- menos bolas longas e cruzamentos para 1 homem só
- mais e melhor jogo interior
- boas indicações de Martins e Wallyson (no pouco tempo que jogaram)
- bem Gelson (na direita)
- Teo é reforço e Naldo também será
- sub-21 ainda têm muito a recuperar
- Slimani seria excelente se pudéssemos jogar com 12
- Carrillo a fazer o que lhe pediram...
Faltam 2 semanas (ou 1 semana e meia, visto que só voltam a treinar na 4ª feira, após 16h (!!!) de viagem da África do Sul até à Holanda e depois, finalmente, Portugal). Incrível...
Não compreendo as palavres de JJ como uma critica a pré época em si mas mais ao pouco tempo disponível para implantar ideias.
ResponderEliminarO SCP devia ter-se apresentado uma semana mais cedo mas a verdade é que o facto de parte importante dos jogadores estar de ferias fez com que não se tomasse essa opção. No dia em que nos apresentamos já sabíamos que íamos ter 5 semanas de preparação antes do 1ºjogo oficial por isso parece-me que houve uma opção de passar o máximo tempo em Alcochete a treinar e menos tempo em viagens e jogos, veremos se isso foi a opção indicada.
Olhando para os rivais passaram mais tempo dentro de 1 avião do que em campos de jogo, percebo os proveitos financeiros dessa opção tenho alguma dificuldades em perceber a mais valia desportiva.
Tenha calma. Espere para ver. Com tranquilidade, como diria o Paulo Bento.
ResponderEliminarIsto é a pré época. Faltam ainda alguns jogadores, outros estão a tentar perceber as ideias, temos jogadores recém chegados de outros países. O próprio jj ainda esta a ver como se comporta a equipa. E X jogador a y ideia.
A preparação foi má, ? A distância ? As equipas fracas ? Talvez. O futuro o dirá. Mas se com o Ájax lá da terra foi preciso ir a penaltis, tenho medo do que aconteceria com o Ájax de Amsterdão. Porque visivelmente, não estamos preparados para mais.
O tempo de grandes embates esta aí a chegar. A ver vamos como a equipa vai reagir.
MLV
Para quem tinha dúvidas que era preciso mais experiência na estrutura, está aqui a demonstração, sem querer atacar ninguém, apenas tenho olhos na cara. O Jesus só entrou no final de Junho, quando já estava tudo marcado. O anterior treinador estava já de relações cortadas com o presidente e foi este que organizou tudo. O Sporting não pode ir para um torneio só porque lhe pagam 500 mil euros e ainda tem a estadia e as passagens de avião pagas pelo organizador. O torneio na África do Sul teve pouco interesse competitivo, para além de se ter perdido imenso tempo com deslocações. À conta disso perdeu-se quase uma semana. Ainda por cima, o Sporting programou poucos jogos antes das competições oficiais e com adversários que não são de monta. Sabendo que é muito importante começar bem a época, é lógico que a programação da pré-época foi mal feita. Já o ano passado haviam sido feitos poucos jogos, e não sei se por causa disso ou não, o Sporting perdeu muitos pontos nas jornadas iniciais. Esperemos que este ano seja diferente.
ResponderEliminarA minha opinião, por tópicos:
ResponderEliminar- a planificação: não foi a melhor; poderia e deveria ter mais jogos; a qualidade dos adversários parece-me a do costume; começa-se com equipas do terceiro escalão e vai-se subdindo até chegar à Roma (que, para os menos atentos, está fortíssima e acaba de fazer dois grandes jogos, sem perder, contra o Real Madrid e City); prefiro isto a jogar exclusiovamente com equipas de topo e trazer um cabaz de derrotas "a la benfica 2015/16".
- a defesa: totalmente de acordo; por norma, os centrais são os jogadores mais lentos de qualquer equipa; defender cabe a todos;
- o "6": sem William e com dois jogos decisivos à porta, só vejo uma solução - ir ao mercado o quanto antes.
- concordo com tudo, menos com uma coisa - acho o João Pereira muito superior ao Esgaio que, by the way, está a ser queimado a defesa direito, coisa que nunca foi, nem sabe ser (talvez venha a dar num dd razoável à custa de tanta insistência)
- os destaques: mais uma vez de acordo com uma única excepção: o Slimani é o matador que o Sporting necessita. Só precisa de uma época inteira, sem começos tardios nem CANs pelo meio, para marcar mais de 20 golos.