Na champions não se pode falhar
Na liga dos campeões não se falham penáltis.
A crónica deste jogo até poderia terminar aqui. Mas seria injusto não deixar uma palavra de apreço aos 37.313 leões que proporcionaram em Alvalade um ambiente digno de grande noite europeia, das verdadeiras e não de fantasia, apoiando a equipa do primeiro ao último toque. Se tivermos em conta que na época passada, nem os gigantes Barcelona e Bayern levaram mais público a Alvalade e se realçarmos ainda que em todas as competições nacionais, apenas uma vez se ultrapassou a fasquia dos 37.000 espectadores, fica completamente esbatida a tão falada crise de militância que o anterior Presidente do nosso Clube tanto apregoou na imprensa.
Bem pode o incansável e fervoroso José Eduardo Bettencourt, acompanhado da sua dinâmica equipa, renovar o contrato a mais e mais Sportinguistas todas as semanas. Se o losango, o famigerado losango continuar a não dar frutos, mesmo numa equipa que joga praticamente junta há 4 épocas sob o comando do mesmo técnico, não há militância que resista.
Desde o minuto 23 a jogar contra 10, não se pode dizer que jogamos mal de todo. Na Champions não se falha, sob pena de essa falha, ainda que seja só uma falha, poder ser fatal. Esse minuto foi efectivamente fatal. Não só falhamos o golo, como o Twente fez entrar Nikolay Mihaylovum, um Guarda-redes que decidiu defender tudo que lhe foi aparecendo pela frente. Podemos também dizer que o árbitro não marcou deliberadamente um ou dois penáltis, mas isso pouco conta quando se falham os que são assinalados e não se marcam outros golos.
Continuo a pensar que neste jogo faltaram alas. A táctica certa contra esta equipa deveria assentar num jogo fluído e pelas alas, considerando que o ponto fraco deles é a defesa. Gostei de Veloso e de Fernández. Veloso, deixando-se de modas e outras loucuras, será dono do lugar. Fernández não engana. De resto, nesta altura ainda há jogadores que não estão naturalmente na sua melhor forma, como Liedson, Moutinho e Vuck. Mas acima de tudo, o problema desta equipa é continuar refém de um sistema táctico sem alternativa, sem plano de contingência.
E se ao minuto 23, o Twente não ficasse reduzido a 10? Jogaria com 11, é a melhor resposta. O jogo terminou com uma assobiadela monumental. Outra coisa não seria de esperar. De que vale afinal a estabilidade?
Na liga dos Campeões não se falham penáltis.
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