Dormindo com o inimigo I
O rumor já circulava há um par de semanas, a confirmação ocorre agora: quatro meses depois de ter começado a WL Partners cessa a colaboração estabelecida com o clube, transferindo-se para o outro lado da estrada, poucos quilómetros mais acima. Mesmo sem poder avaliar se esta excursão da referida empresa a Alvalade pode ou não corresponder a potenciais danos para o clube, isto não deixa de pelo menos ser embaraçoso.
Quanto deste triste episódio foi meramente casual ou devidamente planeado era o que certamente todos gostaríamos de saber. O facto de estarmos a falar de uma empresa que é liderada por um conhecido benfiquista só serve para adensar suspeitas. O futebol não é um negócio como outro qualquer.
Dormindo com o inimigo II
Costuma-se dizer que um mal nunca vem só. No caso dos nossos avançados goleadores parece que o ditado popular pode fazer sentido. Ao fumo que se vai vendo no caso de Slimani e Teo Gutierrez pode corresponder a existência de alguma fogueira já em curso. O colombiano apostou numa declaração inequívoca, revelando a sua vontade em voltar à Argentina, o que não é propriamente novidade. Slimani optou pela descrição, embora a sua ausência dos trabalhos entretanto iniciados constitua uma declaração tácita do que é o seu actual comprometimento com o clube.
Sendo casos diferentes a merecer tratamento diferente (Teo quase não tem mercado, exceptuando a China para onde não quer ir, Slimani quase pode escolher, faltando saber quem quererá pagar o que o que o Sporting pedirá) não podem deixar de ser considerados problemas para resolver com urgência, mais ainda atendendo ao que representaram para a equipa no ano passado. Aqui, o pior que pode acontecer é ficar com jogadores contrariados, tornando-se numa espécie de células adormecidas, prontas a fazer despertar problemas a criar ruído.
Dormindo com o inimigo III
O empréstimo de Tobias Figueiredo a um clube como o Nacional de Rui Alves só pode ser entendido de duas formas: ou por uma súbita amnésia por parte da SAD ou um novo período de relacionamento entre os dois clubes. Esperemos que, mais uma vez, não tenha que ser lembrada a história do sapo e do escorpião. Quanto à necessidade de Tobias rodar, essa parece-me uma evidência. O jogador está numa fase da sua carreira em que necessita de aprimorar os seus recursos bem como de desafios que a permanência no plantel principal do clube dificilmente assegurariam no presente.
Dormindo com o inimigo IV
O negócio da aquisição de Bruno Paulista, bem como a forma como foi financiado, nunca ficou devidamente esclarecido. As declarações do jogador à chegada contradizem o que se sabia sobre relação contratual do jogador com o clube (emprestado, com opção de compra) e vieram adensar a nebulosa em torno do negócio. O preço a pagar por um jogador que nada fez no seu primeiro ano também não ajuda muito. A ver o que entretanto dirá o clube, porque seguramente que o vai fazer.
Qual é ou qual era a relação do clube com essa WL Partners?
ResponderEliminarNo actual momento não é nenhuma. A ligação que existia (direcção de comunicação) cessou.
EliminarLeão de Alvalade,
ResponderEliminarSobre o 1º ponto, não serão os dois principais acontecimentos (Sporting recrutar os serviços dessa empresa e agora vê-la mudar-se para a a Luz) perfeitamente desnecessários e unicamente o resultado da forma deficiente e parola como ambos os clubes percebem a comunicação? Não seria legítimo presumir que se a comunicação fosse entendida e tratada de forma genuína, reconhecendo o seu carácter importante mas não lhe atribuindo mais atenção e recursos do que os merecidos, evitar-se-iam problemas ou inconvenientes que doutro modo nem teriam a oportunidade de existir?
Para o exterior, pior do que similar, Benfica e Sporting enxergam a comunicação de forma idêntica, quer no conteúdo do que comunicam, na forma como utilizam os veículos de comunicação ao seu dispor e nos objectivos que muito provavelmente traçam para as suas políticas de comunicação, objectivos que serão variados mas onde sobressai a nítida tentativa de usar a comunicação como ferramenta manipuladora das respectivas massas adeptas.
Contribuirão os serviços dessa empresa para que dentro do Sporting (entre as largas centenas de pessoas que nele exercem funções) a comunicação se desenvolva de forma o mais eficiente possível retirando daí o clube inegáveis benefícios?
Contribuirá para que a informação se veja tratada com rigor?
Viram-se os serviços dessa empresa recrutados para que o clube comunique de forma o mais eficiente e verdadeira possível com os seus adeptos e sócios, apelando à sua participação, mantendo-os informados e interessados?
Diz alguma ou muita gente que o Sporting vê-se forçado a recorrer aos mesmos meios e às mesmas soluções que o seu rival. Fundamentalmente para que não fique dele atrás nem se deixe prejudicar em qualquer coisa que nunca sabem explicitar ou sequer nomear mas que tem implicações no seu (Sporting) sucesso desportivo ou em sentido mais largo no seu sucesso enquanto instituição. E do outro lado dizem a mesma coisa. Razão pela qual para os benfiquistas o seu clube ganha sempre esta guerra. E razão pela qual para os sportinguistas o seu clube ganha sempre esta guerra. Tratando-se de uma ideia e uma mensagem logicamente estúpidas, elas demonstram a importância que estas agências realmente têm. Não na vida dos clubes como contribuidores para o seu sucesso, mas na percepção que as respectivas massas adeptas têm do sucesso dos seus clubes. Por arrasto, na percepção que têm das pessoas que os lideram.
Leão de Alvalade, já agora sobre o 2º ponto: em virtude da oferta de 80 milhões recusada em Janeiro, caso Slimani se veja transferido nas próximas semanas, interpreteria qualquer valor abaixo de 60 milhões como uma derrota não para o Sporting mas para os melhores alunos e praticantes da disciplina "champions de gestão". Não só porque acredito convictamente na existência da oferta de 80 milhões, como tenho a certeza que Bruno de Carvalho não nos informou da sua existência apenas porque 2 semanas antes o Benfica transferira Renato Sanches para Munique por 35 milhões que podem segundo se diz ascender a 80 milhões consoante objectivos.
ResponderEliminarPor outro lado, rejeito evidentemente o cenário de qualquer transferência de algum dos principais jogadores do Sporting já que o clube respira uma saúde financeira invejável. E também porque Bruno de Carvalho sendo intransigente na defesa dos superiores interesses do clube, não tolera caprichos de jogadores que dada a oportunidade desejam transferir-se para campeonatos melhores ou auferir salários superiores.