Lamentável é pouco para definir o que se passou no Pavilhão João Rocha
Pavilhão João Rocha, por ocasião da meia-final de hóquei em patins para emitir a minha opinião sobre o sucedido:
- Em primeiro lugar é da mais elementar justiça e bom-senso condenar a actuaçao violenta, e em muitos momentos provocatória, das forças de segurança. Se delas se espera que mantenham a ordem é por isso expectável que não sejam elas as instigadoras da desordem, fazendo da provocação gratuita e uso da violência de forma indiscriminada uma norma. Um comportamento reiterado nos mais diversos eventos em que o Sporting está presente e que não se vê igual registo com outros clubes. Pelo que se viu na transmissão, e o que foi testemunhado por algumas pessoas presentes, em muitos momentos pareceu estar-se na presença de um comportamento claramente ensaiado e deliberado, com um objectivo muito concreto de punir de forma preventiva sem nada de muito especial que o justificasse, do que reagir a acontecimentos. Por vezes até de provocar.
- Em segundo lugar estranhar o tempo que o Sporting levou a reagir e a forma pouco assertiva e tímida com que o fez. Um dia para escrever muito e dizer quase nada, permitiram que o palco fosse tomado pelos boatos da turma chalupa e deixou atónitos todos os que assistiram à forma indigna como foi tratado um elemento da direcção do clube, neste caso o vogal Miguel Afonso. É verdade que cautelas e caldos de galinha não fazem mal a ninguém, mas também não dão o vigor necessário quando é preciso convicção e força. E neste caso o Sporting devia ter exibido uma e outra, perante a actuação da policia sobre os adeptos e ainda por cima pela forma abjecta e reveladora de total falta de respeito institucional perante um representante do Sporting no evento. Desta forma a possibilidade de voltarmos a ser tratados de igual modo é bastante provável.
- Não conheço pessoalmente Miguel Afonso, para lá de o ter cumprimentado por ocasião de um evento ligado ao Sporting. Mas tenho entre amigos pessoas que o conhecem há muitos anos e que testemunham o seu profundo amor ao Sporting, vivido com muita entrega e paixão, quer no exercício de funções directivas, quer como um adepto como qualquer um de nós. A sua declaração de responsabilidade no papel exercido durante os tristes episódios só o enobrece. Revelou, nobreza, coragem e humildade ao reconhecer que se excedeu. Mas antes dele e durante muito tempo já aquelas que deveriam ser as forças da ordem o faziam, de forma discriminatória e violenta sobre os adeptos do Sporting e contemporizadora com os dos rivais. Essa atitude é razão mais do que suficiente para fazer perder as estribeiras ao mais razoável dos expectadores, muito mais o será a quem se sente na obrigação de os defender por inerência de funções. Em nossa casa resolvemos os nossos problemas e as nossas diferenças, mas defendemos os nossos porque, mesmo quando deles discordamos, porque são uns de nós.
Como nota final acrescentaria que não pretendo branquear comportamentos inadequados por parte dos nossos adeptos presentes. Infelizmente nos pavilhões e estádios há muito que há demasiada tolerância por comportamentos violentos, que acabam por afastar uma parte substancial de adeptos, que apenas pretendem apoiar o seu clube de coração, conviver com os amigos de sempre e divertirem-se. O preço a pagar para o poderem fazer excede muitas vezes a já exorbitante factura das deslocações e o preço dos bilhetes. O Sporting é nosso, quer dizer que é de todos nós, não é apenas de alguns.
Excelente, Zé, muito bem!
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