Em futebol não há exibições perfeitas, ao longo de noventa minutos há sempre lances que podem ser melhor executados e ter outro desfecho. Feita a devida ressalva, o jogo com o Paços de Ferreira foi uma afirmação de maturidade, solidez e de total concentração competitiva e essas foram as armas que permitiram ao Sporting poder voltar ao topo da tabela classificativa. Do campeonato decorrido até agora é um lugar que lhe cabe por direito e de inteira justiça, face ao que se vem observando.
Para que não houvessem dúvidas sobre ao que vinha, a equipa do Sporting entrou de forma autoritária na partida. Algumas nuances diferentes na colocação dos jogadores talvez tenham baralhado Calisto e os seus homens. Quando eles se ajustaram às nossas peças já perdiam por 1-0 e nunca lograram fazer um remate que fosse em direcção à baliza de Patrício. Apesar do domínio intenso dos primeiros vinte minutos ter sido esbatido, a verdade é que o Sporting controlou totalmente todos os movimentos do adversário.
Mudança de maior destaque e que teve efeitos práticos na partida foi a posição de André Martins mais descaído sobre a direita. Com Capel encostado à linha e Cédric, num excelente momento, a entrar nas suas costas, André encarregou-se de ensaboar o juízo ao central e defesa-direito, criando lances atrás de lances. Houvesse quem soubesse explorar o arrastamento que Montero obrigava os restantes defesas, aparecendo a oferecer linhas de passe para o espaço entre a marca de penalty e as costas de Montero e tínhamos goleado.
Alto! Goleamos mesmo! Pois, mas a produção atacante poderia ter proporcionado uma chegada mais precoce ao sossego de um resultado confortável e posto algumas almas agoirentas a gozar o jogo de forma tranquila.
Certamente que não faltarão dificuldades ao virar da esquina, provavelmente já em Barcelos. Porém há que concluir que há ainda recursos há disposição da equipa que a podem fazer crescer. Jardim parece estar atento a eles, o que é um um excelente sinal e motivo de esperança, em particular para quem, como eu, viu no jogo de Guimarães um motivo de preocupação e uma equipa a jogar nos seus limites.
Num jogo em que praticamente todos os jogadores estiveram à altura das exigências é ingrato e até injusto fazer destaques individuais. Mas ainda assim aqui ficam.
Do lado menos bom Carrillo e Capel. Apesar de ambos terem contribuído para a vitória - de Capel já falei e Carrillo desbloqueia o jogo com a assistência a Montero - é óbvio que eles têm muito mais para dar à equipa. São as melhores peças para a função à disposição de Jardim.
Do lado muito bom os jogos de Cédric, André Martins e, claro, William Carvalho. Começando pelo fim o nosso 6 esteve quase imperial participando de forma mais assertiva nas recuperações de bola do que vinha fazendo nos últimos jogos. Como se não chegasse ainda fez o golo de abertura, de importância capital num jogo com a conjuntura deste. Cédric não deu qualquer chance a quem lhe apareceu pela frente e ainda deu comprimento ao nosso jogo em algumas jogadas que até podiam ter terminado de forma mais feliz. André Martins foi o jogador mais influente no último terço, merecendo o prémio alcançado no golo.
Este foi também o fim ou pelo menos o intervalo do "psicodrama Montero". Com o Sporting tendo marcado em todos os jogos até agora e a registar o melhor ataque da prova, quem marca ou deixa de marcar só pode ser um problema para ajudar a vender papel e tinta. Realçar um e esquecer outro não é apenas estúpido e de vistas curtas, é olhar olhar para o futebol de forma enviesada.
Não termino sem concluir que o que esta equipa está a fazer até agora merece mais gente em Alvalade. Não que o apoio dos que lá estiveram ontem não se tenha feito ouvir. Mas menos de trinta mil leões em casa é muito pouco para o luxo que nos está a ser oferecido.
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Estavam lá perto de 30000... Acho sempre que estes números oficiais pequam por defeito... E dia 21 lá estarei outra vez...
ResponderEliminarMais de 26.000 num Domingo à noite, com um frio de rachar e num tempo de crise não me parece pouco,,.
ResponderEliminarTb acho pouco... aos números oficiais da assistência ao jogo de ontem em Alvalade. Se estava mais gente ou não, já não me pronuncio até pq não estive presente para poder especular sobre números.
ResponderEliminarConcordo com as apreciações individuais que aliás, foram demasiado evidentes: William, Cedrid e André Martins tiveram uns bons furos acima de todos os outros, que tb não estiveram mal. Mesmo Carrillo, que em Guimarães estivera bastante bem, não foi tão irritante hoje. Curiosamente o Fredy, que até bisou, mostrou-se ontem menos inspirado no passe...
Sobre o jogo:
A equipa não tremeu e isso é de salutar. Nota-se cada vez maior coesão defensiva e mt solidariedade entre todos os elementos e sectores. A equipa não se desconjunta... No processo atacante, apesar dos mts acertos que ainda há para fazer, as soluções têm aparecido, ou não fosse o SCP o ataque mais produtivo da Liga com uma média superior a dois golos e meio / jogo.
Somos lideres à 11.ª jornada. Fredy Montero lidera os melhores marcadores com 11 golos (a continuar com esta média alcança os 30 só para a Liga no ano de estreia!). Igualamos a maior goleada infligida ao adversário deste domingo (4-0). Há mt para nos mostrarmos satisfeitos e confiantes.
Nota para o apaf (convém nc esquecer este importante elemento da equação) que ontem não se portou mal... apenas se notaram umas faltas esquisitas marcadas logo após o golo inaugural junto à nossa área e que ajudou a equipe Pacense a respirar e a atrever-se no nosso meio campo...
FORÇA, SPORTING!
SL!
Para ser honesto pensei que o Paços de Ferreira, com a uma táctica ultra defensiva, fosse um obstáculo maior. Este facto só vem confirmar a ideia que o Sporting enfrenta mais problemas quando encontra uma equipa que faz uma pressão alta, que não se resume a pôr o autocarro em frente à sua grande área, impedindo a construção do jogo por partir do nosso meio campo mais recuado.
ResponderEliminarPor esta razão, antevejo problemas nas nossas próximas saídas (Gil Vicente e Estoril), são equipas bem orientadas, praticantes de um futebol estruturado e caso o Sporting se apresente no seu melhor e sem aquela ponte de sorte ou como uma arbitragem habilidosa, ou uma combinação das duas, dificilmente traremos os 3 pontos.
Em todo caso, por muito mal que tudo corra até ao final da primeira volta, acho que nem o Sportinguista mais optimista esperaria melhor... o que torna o sofrimento de um eventual desaire muito maior.
Continuas a escrever que te desunhas. Abençoado sejas!
ResponderEliminarPor ora quero dizer o quanto estou feliz por termos chegado aqui depois de correr com as sanguessugas. Valeu a pena!
Mais uma bela análise.
ResponderEliminarJá no jogo contra o Marítimo eu tinha falado em "chumbo" aos adeptos por faltarem ao jogo.
Penso que neste a nota negativa ainda tem de ser mais baixa.
Não vou abordar o frio, o ser ao Domingo ao fim do dia (o Paços tinha jogado na 5ªfeira, não podia ser antes), nem nada disso.
Já há alguns jogos que tenho reparado que as bancadas centrais, especialmente a bancada A, estão muito muito vazias, os lugares VIP, camarotes e etc também. A Superior Sul, e este ano a Norte estão muito bem compostos, devido ao óptimo produto Gamebox Low-Cost.
Fui então dar uma olhadela pelos preços das bancadas centrais, e é notório que estão muito desligadas da realidade nacional. Sobre o vazio nos camarotes e lugares mais especiais, parece-me que é um sintoma da poupança das empresas que os detinham, deixaram de os ter, e assim estão ali ao vazio.
O Sporting devia arranjar forma de contornar isto, porque um lugar vazio, é um lugar que não vale nada.
Bem sei que enquanto muitos lugares estiverem "alocados" à pessoa que o adquiriu por 20 anos, mesmo que esta não compre o seu bilhete para cada jogo, é complicado reverter a questão.
Mas deixo aqui algumas ideias:
- Bilhetes família, e Anti-Crise são boas ideias, mas são produtos altamente complexos de comprar (vejam a explicação que é colocada no site e digam se acham fácil perceber aquilo);
- Utilizar os sectores mais extremos das bancadas centrais (que 90% dos jogos estão vazios) para produtos como Gamebox Família.
Acho que o foco na vinda de famílias inteiras ao estádio é importante: fideliza muitas crianças, e serve para colmatar o celeuma que é vir apenas um elemento da família ao estádio, e todas as implicações que isso tem na dinâmica familiar.
Para cumprir este objectivo, é mesmo importante ter jogos a terminar no máximo às 20h (crianças não é suposto andarem na rua até 23h).
Os jogos do campeonato vão voltar ao sinal aberto. Vamos ver como as TVs generalistas vão fazer para não meterem o futebol depois do telejornal...
Para quem foi ao estádio em todos os jogos, é evidente qual das duas centrais está mais vazia. É a "A" poente. E não é nas "extremas" que ela está vazia, é mesmo no meio e nos camarotes. São lugares que (obviamente, por sorte...) calharam a famílias inteiras, incluindo cão e periquito (ao contrário de mim, sócio com cativo há 30 anos, e da dúzia de pares Sportinguistas que eu conheço, que ficaram com filas de baixo e laterais), que parece que, desde há uns meses, não estão motivadas para vir à bola (porque não é certament o preço que os inibe). Não fazem falta NENHUMA. Outros leões se levantarão (ou, no caso, se sentarão). SL
ResponderEliminarEstive em Alvalade e também acho que o estádio podia ter estado com mais gente! Mas, verdade seja dita, o que têm ido tem sido inexcedíveis no apoio à equipa!
ResponderEliminarLdA, em relação aos destaques do jogo são esses mesmos: William, André Martins, Cédric...e claro Montero. O melhor em campo para A Bola foi Montero, para o Record foi André Martins...mas para mim foi William Carvalho. A continuar assim, e com Man Utd e Arsenal já com observações, não sei se o Sporting o consegue aguentar para a próxima época.
A parte positiva é que poderá render muitos milhões. Á atenção de Inácio...era muito importante estar já com alguém na mira para o substituir. Fokobo ainda não renovou, o medio defensivo do Leixões parece-me uma boa aposta. João Palhinha será o dono do lugar mas só daqui 1 ou 2 épocas.