Bruno de Carvalho disse à chegada da viagem à China que o Sporting não ia comprar ninguém no mercado de inverno que entretanto abre portas. Este assunto foi aqui em parte objecto de reflexão mas a afirmação do presidente de alguma forma reabre a questão.
Naturalmente que a afirmação deixa algumas interrogações:
- A afirmação deve ser tomada à letra ou é meramente circunstancial e estratégica?
Inclino-me para a segunda hipótese até porque estávamos a 24 horas do inicio de um jogo que nos poderia dar, e deu, a liderança isolada no campeonato. Um jogo de futebol encerra uma miríade de condicionantes e poucas delas são verdadeiramente controláveis. As declarações públicas já o são e, uma vez que as respectivas repercussões podem ou não vir a surgir, por isso o cuidado é justificável.
Não levo à letra o que foi afirmado porque quando o mercado abre é impossível saber à priori que ofertas cairão nas secretárias. Nesta conformidade é pois bem provável que, a haver negócios, eles ocorram já depois do Natal e entre o último jogo do ano para a Liga - fim-de-semana de 21 - com o Nacional e o jogo com o Estoril, já a 12 de Janeiro do novo ano.
Por outro lado não me parece que, nesta abertura de mercado, algum jogador chave venha a ser transaccionado, mesmo que venham a ser invocadas cláusulas de rescisão, o que também me parece improvável. Tal não corresponde ao conceito de reforço nem têm sido esses os sinais que vêm de dentro.
- O Sporting tem necessidade de recompor o seu plantel, quer para colmatar algumas fragilidades quer para introduzir maior competitividade/concorrência em lugares devidamente identificados (e com isso mimetizar o sucedido em 1999/2000, com a chegada de André Cruz, Mpenza e César Prates?)
Começando pelo fim a situação de hoje só com muita dificuldade pode ser equiparada à de então. Desde logo porque no Natal desse ano a turbulência era muito maior, já tinha ocorrido uma chicotada psicológica e não estávamos no primeiro lugar do campeonato, que só alcançaríamos apenas em Março.
Relativamente a fragilidades julgo que, com mais ou menos discussão, facilmente se consegue encontrar algum consenso.
O centro da defesa é um dos sectores mais apontados mas talvez só se justificasse caso ocorresse alguma lesão que implicasse paragem prolongada. Do ponto de vista desportivo não faz muito sentido interromper a afirmação da actual dupla, que tem Dier à espreita e a situação económica dificilmente permite contratar alguém que equivalha à possibilidade de um titular absoluto.
No meio-campo (e linha avançada) é nos extremos de cada lado onde a necessidade de maior rasgo individual e capacidade improviso é clara. Carrillo não "encarrilha", Capel é Capel e Wilson, não sendo um ala puro e apesar do esforço, tem limitações evidentes. Jogando o Sporting preferencialmente em 433 seria mais por aí do que a necessidade tantas vezes um "10", para cujas funções quer Vitor, quer André Martins estão habilitados para exercer.
Conclusão
Para cumprir o que foi prometido aos sócios no inicio de época relativamente ao comportamento da equipa "já quase tudo está feito", bastando para tal meter velocidade de cruzeiro no que vem sendo feito. Dessa forma o 3º lugar dificilmente fugiria e a hipótese, mesmo que remota, de ficar com o 2º permaneceria em aberto. Isto em teoria, porque na prática num clube com a grandeza real e a que os seus sócios e adeptos idealizam é obrigatório pensar sempre no melhor lugar.
Olhando para a sua equipa em 1º lugar qualquer Sportinguista projecta a sua manutenção e está disposto a fazer qualquer coisa para o defender. Melhorar a equipa é uma dessas "qualquer coisas" e em futebol não há equipas ou grupos de trabalho imelhoráveis. E a nossa, apesar da boa conta que tem dado de si própria, está longe de o ser.
Acontece que esta janela que agora se abre tem características muito diferentes das do verão e o tempo de integração do(s) novo(s) jogador(es) é diminuto. Não é por acaso que poucos são os casos em que as aquisições resultam em claras mais-valias.
O de 1999/2000 foi-o porque também não se olhou a gastos: André Cruz veio de Itália (Torino) e era internacional brasileiro. César Prates veio do Corinthians, era também internacional brasileiro, com passagem fugaz pelo Real Madrid. Mbo Mpenza veio do Standard de Liége e também era internacional pelo seu país.
Não estão apenas em causa verbas necessárias para aquisições ou empréstimos. É necessário encontrar também jogadores que se enquadrem na politica salarial seguida. Fazê-lo com pouco dinheiro é sempre muito mais difícil e, nestas circunstâncias, o risco de errar é ainda maior do que o habitual.
P.S.- Obviamente que tenho alguma coisa a dizer sobre a auditoria de gestão. Correndo bem falarei disso no próximo post.
Atenção que as clausulas de rescisão, normalmente, só podem ser invocadas no período de Julho/Agosto e não agora. Os contratos costumam estar protegidos contra isso.
ResponderEliminarQuanto às contratações, eu só as faria se houvesse vendas (Elias/Jeffren/Labyad). E mesmo assim, só contratava o tal central e/ou médio, se fossem mesmo de valia indiscutível para serem titulares.
Mike,
ResponderEliminarDesde do outro espaço em que trocamos mensagens, já mudamos de opinião, muito bem, este é o caminho.
Respondendo a pergunta do post, para mim a resposta é muito simples, nada.
Para mim é até ao final do ano com estes jogadores e os que se encontram na equipa B. Como é referido no post, porvavelmente já estamos muito proximos do primeiro objectivo, o terceiro lugar, claro que queremos o melhor possível e esse é o primeiro, mas a regra deve ser, ganhar cada jogo que se segue, depois veremos onde ficamos.
Se queremos valorizar o que temos, se houver alguma lesão ou algo inesperado, é arriscar alguém novo, porque não? Alguém esperava um Montero ou um Jefferson ou mesmo um Mauricio, já ninguem se lembra que vinha da segunda divisão brasileira.
O jardim já o disse, ninguem se lembra o que se dizia à 6 meses atrás? Era tudo mal, estava tudo mal, nada está a ser feito bem, reuniões em esplanadas e coisas do genero.
Vamos cosntruir uma equipa e vamos ver se os outros são assim tão fortes com os milhões que gastam, eu tenho dúvidas, acho até que ter muito dinheiro por vezes é mau, quando quem gere não o sabe gastar, Não é Real Madrid, Quanto custou aquele senhor do Real Sociedade comprado este ano? Foram a quantidade de sérvios do vizinhos e os jogadores da equipa B dos senhores das Antas.
Espero sinceramente que não venha ninguem no mercado de Inverno, conforme disse o Presidente.
ER
ER,
ResponderEliminarEu não mudei a minha opinião. Continuo a achar que o SCP precisa de 1 ou 2 reforços se quiser ser campeão esta época. Mas se for para virem que nada acrescentam à equipa, mais vale não virem.
Mike,
ResponderEliminarisso é verdade e devia ter ficado entre parêntesis, que ficou esquecido. Mas as menções às cláusulas de rescisão era sobretudo para referenciar os valores elevados que elas representam.
Quanto aos jogadores de que falas continuo na minha: não faz qualquer sentido estar a pagar-lhes para estarem na bancada.
Quanto aos reforços serem de "valia indiscutível para serem titulares" exceptuando quando se contrata apenas como oportunidade de mercado com vista ao futuro, não é o que se pretende de todos?
Eu como atribuo metade do nosso défice ao malfadado mercado de janeiro ficava quieto, mas tenho mais razões para ficar quieto.
ResponderEliminarRelativamente aqueles que penso terem sido os objectivos traçados no inicio da época considero que estão a ser cumpridos e até superados, apenas falha a ausência prematura da Taça de Portugal o que ainda menoriza mais a necessidade de reforços. O plantel actual e a equipa B são suficientes para atacar as competições internas com ambição e sem qualquer pressão de posições classificativas, apenas a ambição de vencer cada jogo.
Na hipótese de existirem entradas estas seriam para colmatar eventuais saídas, principalmente dos erros de casting. Muito se fala da eventual ausência de William, por castigo ou lesão, mas para esse lugar temos Rinaudo, eu não sei quem substitui Adrien (p.ex.) sendo que Magrão não trouxe a qualidade ao meio campo que se esperava, se este sair concordaria com a entrada de um médio mais criativo seja para reforçar as laterais (apenas Capel é acima da média) ou o interior. Não sei como anda Chaby na equipa B mas seria um médio com as suas características que gostava de ver no leque de opções de Jardim.
A existir dinheiro dava prioridade a algumas renovações ainda não concluídas (prioritário Eric) e melhorava em grande alta William.
Claro que concordo com as carências que apontas no post, mas esta época não é para investimentos é para respirar e crescer.
Das melhores prendas que este Natal podia trazer era a hipótese de Labyad e Jeffrén se tornarem alguma coisa para o futebol pela mão do Leonardo Jardim.
ResponderEliminarSe no ano passado qualquer jogador com a camisola do Sporting era um perna de pau, penso que pelo menos o Labyad poderia vir a ser bem útil tanto no meio como na ala (com o treino, e enquadramento correctos).
Se depois ainda desse para trazer o Tiago Ilori num empréstimo de 18 meses...
Reforços?
ResponderEliminarLabyad, Jeffren e Ilori.
JPDB,
ResponderEliminarquando eu escrevi o meu (mt pequeno) comentário, o teu ainda não estava visível!!! o administrador que confirme!!!!
Para mim, era mesmo isso. Claro que tinham que ter o mesmo nível de compromisso que os outros que lá estão têm (ou até mais).
Era uma grande prova de força de toda a estrutura e dos próprios atletas.
Labyad, Esgaio e Iuri seria o suficiente
ResponderEliminarQuero que o Ilori se vá valorizar para o Sunderland. Não tenho nada contra o rapaz, muito pelo contrário, mas com o grupo de centrais que o Sporting tem sobre contrato para valorizar, dispenso ser barriga de aluguer de um jogador que deu um passo maior que a perna. Hoje Ilori poderia ser um potencial selecionado para o Brasil, em grande parte por sua opção, não é, temos pena. A vir alguém que seja para ser nosso de corpo inteiro.
ResponderEliminarLMGM,
ResponderEliminarSubscrevo integralmente.