Quem mexeu no meu queijo?
Nota previa: Não tenho conhecimentos especiais de Gestão ou Economia, nem um conhecimento preciso das contas do Sporting, o que pretendo com este post é partilhar a minha visão de adepto comum sobre os números que “andam na rua” relativos ao passivo do Sporting Clube de Portugal.
€ 340.000.000,00 É um número assustador, tão grande como os maiores da Europa, como chegámos aqui?
Numa resposta simples o Sporting acumula hoje este passivo porque – Investiu.
Pior, investiu num determinado momento em todos os sectores ao mesmo tempo, património, reforço da equipa principal de futebol, reforço de quadros na sua estrutura directiva.
Ainda pior, não tinha dinheiro para fazer esses investimentos e esgotou a sua capacidade de endividamento, ficando à mercê da banca e de um acordo de amortização rígido que limitava (e limita) a acção de qualquer Direcção eleita.
Antes de continuar um esclarecimento, tenho visto em várias caixas de comentários uma confusão entre passivos diferentes, o passivo da Sporting SAD (aprox. 230 milhões de euros) e o passivo consolidado de 340 milhões de euros, este número que surgiu agora não é um aumento do passivo que andámos a discutir durante o último mandato, é sim a soma dos passivos de todo o Grupo Sporting (Clube, SAD, Património e Marketing, Multimédia, SGPS).
A pergunta que se coloca de seguida é obrigatoriamente, mas será que ninguém viu isto a acontecer? É claro que sim. Aquilo que recuso, pessoalmente, é a visão de chulos e ladrões que grassa pela massa adepta leonina.
Então o que aconteceu? Na minha opinião, há três factos que destruíram a essência do chamado “Projecto Roquette”.
Euro 2004 – Para mim o principal factor de perversão, obrigou de uma assentada a ainda maior investimento do que aquele que estava previsto (com o consequente aumento do passivo bancário), que foi negociado de urgência pois o Sporting já estava no terreno a construir. Obrigou também a alterações estruturais profundas no património a edificar (projecto do estádio e seus “intestinos”), desapareceu o pavilhão, adaptou-se o Shopping, mudou-se o Bingo, etc..
Insucessos desportivos – No pico do investimento na equipa de futebol principal (último campeonato ganho), seguem-se ausências da Liga dos Campeões. Ora se o custo da equipa era elevado e as suas receitas têm uma diminuição acentuada o resultado é, desequilíbrio das contas – prejuízo - aumento de passivo.
Incapacidade reivindicativa – Sucessivas Direcções do Sporting Clube de Portugal foram aceitando alterações, atrasos, omissões, falhas de decisão, sem acautelarem devidamente os nossos interesses e sermos ressarcidos de modo suficientes de todos os prejuízos que nos foram causados por terceiros. O melhor exemplo disto é o impasse que permanece relativamente aos terrenos do antigo estádio, a reivindicação não se trata de uma questão de feitio (como disse Soares Franco), mas da mais elementar justiça.
Então e agora?
O caminho mais “duro” já está percorrido e esse trabalho começou a ser feito na Direcção de Dias da Cunha, primeiro ao parar o aumento de passivo através do equilíbrio das contas da Sporting SAD (deixou de gerar prejuízos, mas estagnou o investimento), que como vimos atrás é a sociedade responsável por 2/3 do passivo global consolidado, posteriormente já nesta Direcção com a diminuição do passivo total da Sporting SAD de 300 milhões de euros para os actuais 230 milhões de euros através da venda de património não desportivo.
Feita esta purga, onde ainda falta subtrair ao passivo o valor da venda dos terrenos do antigo estádio, o Sporting verifica que ainda não é suficiente, há ainda necessidade de gerar maior receita, ou vender mais património de modo a podermos competir estruturalmente de igual para igual com os nossos adversários.
Há várias ideias válidas nas listas que se apresentam ao próximo acto eleitoral, sendo que se estão genericamente a digladiar dois conceitos, um mais associativista com a tónica no aumento de receitas através das pessoas, mais sócios, mais vendas de merchandising, mais actividades onde os adeptos possam contribuir, etc.. Outra mais financeira/empresarial, com venda de património (VMOC’S), entrada nas sociedades de parceiros financeiros, reordenação dos activos, etc..
Qualquer uma tem vantagens e desvantagens, e vai competir aos sócios escolher o caminho a seguir, no final a maior vitória para mim seria que a confiança dos Sportinguistas nos seus Órgãos Directivos fosse restaurada possibilitando que a nossa atenção se vire em definitivo para o apoio maciço às nossas equipas.
€ 340.000.000,00 É um número assustador, tão grande como os maiores da Europa, como chegámos aqui?
Numa resposta simples o Sporting acumula hoje este passivo porque – Investiu.
Pior, investiu num determinado momento em todos os sectores ao mesmo tempo, património, reforço da equipa principal de futebol, reforço de quadros na sua estrutura directiva.
Ainda pior, não tinha dinheiro para fazer esses investimentos e esgotou a sua capacidade de endividamento, ficando à mercê da banca e de um acordo de amortização rígido que limitava (e limita) a acção de qualquer Direcção eleita.
Antes de continuar um esclarecimento, tenho visto em várias caixas de comentários uma confusão entre passivos diferentes, o passivo da Sporting SAD (aprox. 230 milhões de euros) e o passivo consolidado de 340 milhões de euros, este número que surgiu agora não é um aumento do passivo que andámos a discutir durante o último mandato, é sim a soma dos passivos de todo o Grupo Sporting (Clube, SAD, Património e Marketing, Multimédia, SGPS).
A pergunta que se coloca de seguida é obrigatoriamente, mas será que ninguém viu isto a acontecer? É claro que sim. Aquilo que recuso, pessoalmente, é a visão de chulos e ladrões que grassa pela massa adepta leonina.
Então o que aconteceu? Na minha opinião, há três factos que destruíram a essência do chamado “Projecto Roquette”.
Euro 2004 – Para mim o principal factor de perversão, obrigou de uma assentada a ainda maior investimento do que aquele que estava previsto (com o consequente aumento do passivo bancário), que foi negociado de urgência pois o Sporting já estava no terreno a construir. Obrigou também a alterações estruturais profundas no património a edificar (projecto do estádio e seus “intestinos”), desapareceu o pavilhão, adaptou-se o Shopping, mudou-se o Bingo, etc..
Insucessos desportivos – No pico do investimento na equipa de futebol principal (último campeonato ganho), seguem-se ausências da Liga dos Campeões. Ora se o custo da equipa era elevado e as suas receitas têm uma diminuição acentuada o resultado é, desequilíbrio das contas – prejuízo - aumento de passivo.
Incapacidade reivindicativa – Sucessivas Direcções do Sporting Clube de Portugal foram aceitando alterações, atrasos, omissões, falhas de decisão, sem acautelarem devidamente os nossos interesses e sermos ressarcidos de modo suficientes de todos os prejuízos que nos foram causados por terceiros. O melhor exemplo disto é o impasse que permanece relativamente aos terrenos do antigo estádio, a reivindicação não se trata de uma questão de feitio (como disse Soares Franco), mas da mais elementar justiça.
Então e agora?
O caminho mais “duro” já está percorrido e esse trabalho começou a ser feito na Direcção de Dias da Cunha, primeiro ao parar o aumento de passivo através do equilíbrio das contas da Sporting SAD (deixou de gerar prejuízos, mas estagnou o investimento), que como vimos atrás é a sociedade responsável por 2/3 do passivo global consolidado, posteriormente já nesta Direcção com a diminuição do passivo total da Sporting SAD de 300 milhões de euros para os actuais 230 milhões de euros através da venda de património não desportivo.
Feita esta purga, onde ainda falta subtrair ao passivo o valor da venda dos terrenos do antigo estádio, o Sporting verifica que ainda não é suficiente, há ainda necessidade de gerar maior receita, ou vender mais património de modo a podermos competir estruturalmente de igual para igual com os nossos adversários.
Há várias ideias válidas nas listas que se apresentam ao próximo acto eleitoral, sendo que se estão genericamente a digladiar dois conceitos, um mais associativista com a tónica no aumento de receitas através das pessoas, mais sócios, mais vendas de merchandising, mais actividades onde os adeptos possam contribuir, etc.. Outra mais financeira/empresarial, com venda de património (VMOC’S), entrada nas sociedades de parceiros financeiros, reordenação dos activos, etc..
Qualquer uma tem vantagens e desvantagens, e vai competir aos sócios escolher o caminho a seguir, no final a maior vitória para mim seria que a confiança dos Sportinguistas nos seus Órgãos Directivos fosse restaurada possibilitando que a nossa atenção se vire em definitivo para o apoio maciço às nossas equipas.
Como nota final, julgo que o vencedor das próximas eleições vai ser obrigado a fazer um investimento “mediático” na equipa de futebol (seja um Schmeichel ou um Jardel), senão tiver outro efeito servirá para estancar o abandono que se verifica e unir os Sportinguistas num sonho de Glória.
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