Na expectativa
Tenho estado a exemplo de muitos companheiros Sportinguistas um pouco reservado relativamente ao período eleitoral em que o nosso clube se encontra. Tal reserva não se deve a qualquer receio em manifestar a minha opinião sobre as candidaturas em jogo ou qualquer problema em declarar publicamente qual será o meu sentido de voto e apoio.
Estou expectante, procurando informação credível e séria, para depois decidir se vou ou não depositar os quatro votos que os retrógrados estatutos do nosso clube me conferem nesta eleição.
A saída de Soares Franco é até ao presente momento o aspecto mais importante para a vida do Sporting Clube de Portugal. Franco não soube ser Presidente de uma instituição como o Sporting, porque não conseguiu apelar ao sentimento leonino nem mobilizar o mais importante recurso e património do clube, que são os sócios e adeptos, a alma Sportinguista.
Ontem o grande Barcelona sagrou-se campeão da Europa. Eu fui a Alvalade ver o jogo entre o Sporting e o Barcelona na fase de grupos da liga dos campeões. Acontece que é muito triste ver o melhor clube do mundo ou um dos melhores na altura, vir jogar com a Alvalade com apenas 30.000 espectadores nas bancadas. É perturbador o Futebol Clube do Porto vir a Alvalade jogar para o campeonato nacional e estarem apenas presentes cerca de 38.000 espectadores, para não falar no jogo a contar para a Taça de Portugal cuja presença se cifrou nos 25.000 espectadores. A crise não explica tudo, longe disso. O Sporting ficou este ano mais perto da média de assistências do Vitória de Guimarães do que dos nossos verdadeiros rivais, que aumentaram a distância. Isto é muito preocupante e por isso considero que a saída de Filipe Soares Franco é porventura o aspecto mais importante deste ciclo em que nos encontramos e que cessará no dia 5 de Junho.
Vai começar um novo ciclo. Um ciclo que se pretende novo. Seria bom que José Eduardo Bettencourt, a quem reconheço capacidade e virtude, entendesse que o Sporting precisa de um novo paradigma. Um paradigma que realmente nos coloque na senda dos maiores da Europa, que consiga criar sinergias e potenciar o valor existente no Sporting Clube de Portugal como a maior potencia desportiva nacional que sempre foi.
Se Bettencourt seguir as pegadas do Franquismo, o Sporting corre sérios riscos de sobrevivência. Bettencourt é um homem inteligente, capaz e empreendedor. Creio que tem o seu próprio programa, o seu próprio caminho. O grande problema é que esse programa está preso pela sua credibilidade, porque o que se pode observar no site da candidatura é demasiado vago. Além disso, não abonam nada a seu favor, o episódio da composição da lista para a AG nem a recusa de debate com a outra candidatura.
Um treinador é efectivamente uma peça demasiado importante num projecto desportivo. Mas não podemos reduzir a discussão sobre esta eleição à continuidade ou não de Paulo Bento. Tem de haver mais debate para que efectivamente possamos perceber não apenas as diferenças, mas sobretudo que caminhos e soluções para aquilo que é proposto.
A candidatura de Paulo Pereira Cristóvão é efectivamente uma lufada de ar fresco no panorama actual em que se encontra o Sporting. Está repleta de ideias, projectos e medidas que qualquer Sportinguista gostaria de ver em prática no clube. Vem abanar com a nomenclatura existente e protagoniza um debate sobre temas que pareciam esquecidos propositadamente. Mas será que é um projecto sustentável?
Também saúdo a candidatura da Associação de Adeptos Sportinguistas ao Conselho Leonino, que recentemente nos concedeu uma entrevista esclarecedora dos motivos que os levaram apenas a candidatarem-se a esse órgão leonino. E pode ser que a sua presença no meio dos notáveis contribua para alterar algumas mentalidades que vão conferindo ao Sporting um tom cada vez mais verde-escuro, qualquer dia, cinzentão, em vez do verde e branco que todos gostamos.
Continuo na expectativa. Quem sabe se na ultima semana, uma das candidaturas não supera ou defrauda as minhas expectativas.
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