De forma breve e sucinta uma apreciação à prestação individual dos jogadores que compõem o plantel do Sporting.
Os melhores: Patrício, Coates, Adrien, João Mário, Ruiz e Slimani.
GUARDA-REDES
Rui Patrício: "The one and lonely". Tanto assim foi que Boeck acabou por perceber que o melhor era continuar a carreira noutro lugar. Fez a melhor época de sempre desde que assumiu a titularidade no Sporting, chegando assim finalemente ao patamar que muitos lhe auguravam.
DEFESAS LATERAIS
João Pereira: Desaparecido em combate de forma misteriosa, até porque parecia vir a melhorar nos últimos jogos realizados.
Jefferson: Se fosse tão bom a defender como é a fazer cruzamentos seria um dos melhores no seu lugar. Mas a displicência com que defende deixa sempre muitas interrogações sobre a titularidade, agora que ganhou dois concorrentes de peso e altura.
Zeeglaar: Chegou em Dezembro e, sem deslumbrar, deixou sobretudo a interrogação de como será se começar o ano com Jesus.
Bruno César: acabou o ano como o melhor defesa lateral e, ao nível em que o fez, é o principal candidato ao lugar na próxima época. É mais inteligente que a concorrência, o que o leva a perceber melhor o que a função lhe exige.
Schelotto: É uma aquisição dificil de perceber, se atendermos à dispensa de Miguel Lopes. Porém a sua entrega total tem tudo para o tornar num ídolo das bancadas, o que não disfarça totalmente as suas limitações. Mas os progressos foram evidentes, no que beneficiou da aposta do treinador e consequente tolerância.
DEFESAS CENTRAIS
Tobias Figueiredo: a precisar de jogar, sendo provável que rode no próximo ano.
Ewerton: aquela que parecia ser a época de afirmação no clube tornou-se na época de decepção. De titular passou a central menos utilizado, isto mesmo tendo em conta o longo período de ausência de Naldo e Paulo Oliveira por lesão. Disse-o ainda no estádio, aquela saída no final do jogo e com o prolongamento à vista, no dérby da Taça, ditou-lhe o destino.
Naldo: Entrada a exibir alguma dificuldade, em particular na manutenção da linha e na definição de quando descer ou ficar em contenção. Superou-se pela concentração, acabando traído por uma lesão prolongada. Permanece a dúvida se ficará.
Paulo Oliveira: Também traído por uma lesão mas a chegada de Coates e a melhoria que se verificou indicam que a sua dedicação e entrega totais podem não chegar para ser titular.
Ruben Semedo: A revelação depois de ser resgatado ao empréstimo. Termina de forma imperial - a sua exibição em Braga foi de uma autoridade segurança soberbas - a confirmar os elogios públicos de JJ e parecer sepultar de vez a ideia de instabilidade interior a opor-se à sua afirmação.
Coates: Só as lesões o podem afastar da titularidade. O melhor central de longe e um dos melhores do campeonato.
MÉDIOS
William Carvalho: começo tardio, por força da lesão e, dizem algumas más-línguas, instável durante o período de renovação. Talvez também o que mais dificuldades revelou a adaptar-se a um modelo diferente, que lhe retira protagonismo. Terminou em ascensão, veremos que campeonato europeu será capaz de realizar, uma vez que continua a ser um grande jogador e amplamente sinalizado no exterior.
Adrien: A melhor época de sempre, confirmando tudo o que se adivinhava desde a grande época na Académica. Talvez a melhor forma de definir a sua importância, e para lá da confiança total do treinador, seja a diferença que se notou quando não jogou. Para lá disso, um capitão à imagem das melhores referências dos que conhecemos com aquela braçadeira.
João Mário: Grande jogador, grande personalidade. Um regalo para os olhos a inteligência que põe em cada execução. Inteligência que lhe permite jogar em qualquer lugar. Para ser o tal grande jogador que parece mesmo que vai ser falta-lhe apenas melhor indice de eficácia na finalização, ele que até tem um bom remate e aparece muitas vezes em condições de finalizar.
Aquilani: uma decepção confirmar que já passou algures no tempo o zénite. Continua a ter uns pés magnificos que o resto do corpo não acompanham, especialmente quando é necessário um pouco mais de intensidade. Não deve continuar.
AVANÇADOS
Gélson Martins: o menino de Jesus. Entrada surpreendente com algum ocaso com a chegada de Bruno César. Termina a prometer ser importante no próximo ano.
Mané: Gélson ofuscou-o quando parecia ser um dos que mais poderia ganhar com o futebol ofensivo de Jesus. A sofrer dores de crescimento num momento de definição da carreira. Falta saber se será um Djaló um Boa-Morte, este o máximo que me parece ao seu alcance.
Matheus Pereira: O que me surpreende é que, destes primeiros três, era o que parecia ter mais condições de ser protagonista. Atendendo à idade, ter passado ao lado da época não põe em causa o seu potencial, quem sabe não terá vivido um dos momentos mais importantes da sua carreira. É que às vezes mais vale passos seguros em terreno estável que subidas meteóricas sem sustentação. Sob escrutínio atento.
Teo Guttierrez: Sobreviveu ao Natal e ressuscitou pela Páscoa, quando parecia condenado. Não apaga porém a ideia de que não ia à mesma missa que Slimani.
Bryan Ruiz: ficará para sempre ligado à história do campeonato pelos jogos que acabaram por definir a perda definitiva do primeiro lugar e a fuga do título. Tem o seu quê de injusto pelo que deu à equipa e pelo requinte e distinção do seu futebol. Mas é também um pouco a história que se repetiu em muitos momentos da sua carreira e a explicação porque está connosco.
Slimani: Como já aqui disse, foi talvez o jogador cujos progressos mais me surpreenderam. Acaba a época a pedir e a merecer um outro campeonato. Oxalá encontre um treinador que lhe permita continuar a crescer. A confirmar-se a sua saída, deixará muitas saudades e um enorme problema para resolver.
Leão,
ResponderEliminarA coincidência de opiniões é tanta que me vou abster de escrever algo do género no fa3 e vou direto ao post do plantel da próxima época. Com a sua permissão, quando escrever sobre este tema, remeterei para aqui.
Um ponto de dúvida apenas: aposta em B César a DE. Gostei muito da prestação nos últimos jogos, principalmente no jogo de Braga, e parece-me evidente que Marvin não dá a dinâmica ofensiva que JJ exige. Mas será que é uma aposta para manter ou o Sporting deve tentar encontrar um DE titular de outro calibre?
Um abraço
MMS,
ResponderEliminarPois, a dúvida é essa. Mas é bom saber que existe já uma boa opção. E vamos ver o que faz Marvin, porque a pré época é sempre muito importante. Que o diga o Coentrao que, de extremo promissor se tornou no melhor DE de seleção.
MMS,
ResponderEliminarCreio que o Marvin tem potencial para evoluir bastante com JJ e ser titular do Sporting. É seguro a defender, e a sua formação como extremo faz dela uma boa opção para lateral ofensivo. Velocidade, bom cruzamento e capacidade para driblar adversários. Acredito que Marvin será o titular em jogos da Champions e com equipas com mais argumentos. Bruno César serve para 80% das equipas da Liga, especialmente aquelas que se encostam lá atrás durante os 90 mins. A sua facilidade de remate e bons cruzamentos, a lembrar o melhor Jefferson caiem em seu favor. Nas laterais acho que, a reforçar, só com boas oportunidades de negócio. Estamos bem servidos na defesa para atacar o campeonato. As minhas preocupações seriam dirigidas para um avançado que garante golos, mesmo que o Slimani continue, e para um extremo criativo, enquanto o Gelson e o Iuri não explodem.
Leão/Adriano,
ResponderEliminarO meu "problema" com o Marvin tem mais a ver com atitude do que outra coisa. Atitude não no sentido de entrega, etc., nada a dizer aí, mas no sentido do peso da camisola. Há jogadores a quem a camisola pesa. E eu este ano senti o Marvin algo "preso", jogando um pouco a medo, arriscando pouco, não tiveram essa sensação?