A entrevista de Luís Filipe Vieira foi indubitavelmente um excelente momento de comunicação para o clube a que preside. Lançar a dúvida sobre os vizinhos ou demais rivais foi obviamente um momento estudado para desviar a atenção das contas do seu próprio clube. Porque, apesar dos resultados recentemente comunicados, ninguém terá grandes dúvidas que o passivo acumulado é monstruoso e a aposta feita no título dificilmente proporcionará receitas para se chegar ao sempre ansiado break-even point. Isto é, sobrarão para os próximos anos facturas para pagar da festa feita este ano.
Para que se seja claro não há nas contas do clube da Luz nada que não possa ser observado nas dos seus concorrentes, Sporting incluído. As contas das SAD's dos clubes estão longe de serem um orgulho para os respectivos clubes e também a uma larga distância de cumprirem um dos objectivos primordiais que presidiram ao seu aparecimento: a transparência. Apesar das publicações periódicas a que estão obrigados, continua-se a não se saber muito bem quem deve e quanto.
O titulo de campeão que Luís Filipe Vieira tanto afã demonstra em nos atribuir está longe se poder afirmar taxativamente que nos pertence. Há no entanto um aspecto que urge contrariar: o de sermos o clube cujo o passivo é mais oneroso quando avaliado no rácio preço por cada titulo desde o inicio das SAD. Este era um campeonato liderado com honra e distinção pelo clube de Luis Filipe Vieira, mas que os últimos títulos sob comando de Jesus deve ter alterado.
O passivo torna-se preocupante precisamente quando não encontram as razões para o seu crescimento. Infelizmente este é um tema muito conhecido entre nós precisamente pela falta de êxito, um tema que este ano voltou à agenda portista precisamente pelas mesmas razões.
Num âmbito mais específico da evolução bolsista das SAD's de todos os clubes, o Expresso publicou no passado dia 25 de Abril um artigo de análise que hoje se torna ainda mais interessante de ler, pela reintrodução do tema na actualidade. Mais tarde ou mais cedo os clubes, isto é, os seus adeptos, terão que reflectir seriamente sobre a validade de um clube ter acções cotadas em bolsa sem que disso este retire vantagens palpáveis.
O falhanço dos projectos das SAD's pela falta de liquidez e interesse dos investidores
Evolução das cotações: desde a sua constituição as acções da SAD do SLB desvalorizaram 51%, as do FCP 90% e as do Sporting 84%
Accionistas de referência: as diferenças também se notam em cada cor
As multas da CMV
Só vem confirmar que o clube não pode, nem deve aumentar o orçamento, como fazia crer num dos últimos posts. Realismo deve ser seguido. Em frente Bruno.
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