A carreira de Rui Patrício, que hoje completa dez anos, é o exemplo paradigmático e condensado da célebre fase de Thomas Edison, que aqui vai ser dita em forma revista e adaptada: o sucesso é construído por 10% de talento e 90% de transpiração.
O elevado grau de profissionalismo e uma personalidade ímpar de tenacidade e superação de Rui Patrício fazem-no ser inteiramente merecedor deste momento. Mas também a perseverança e convicção de Paulo Bento, que o lançou e, pode-se dizer sem rodeios, o aguentou na baliza muitas vezes contra o que me pareciam ser os interesses do Sporting e mesmo até do próprio Rui Patrício.
A verdade é que não sabemos como teria sido, sabemos, isso sim, que foi por aqui que se começou a construir aquele que hoje é, de forma incontestável, o melhor guarda-redes português da actualidade e que tem já um lugar de destaque reservado nos melhores de sempre:
"O grande contributo ao Rui não foi colocá-lo a jogar... foi, mais
tarde, não o tirar. Não era fácil um jovem entrar para o aquecimento e
já estar a ser assobiado. Aliás, houve um momento, acho que nunca lhe
contei, após um jogo em Setúbal [derrota por 1-0, num lance em que Rui
Patrício é mal batido], disse para mim que nunca o iria tirar. Foi o
empurrãozinho que lhe podemos ter dado, o resto foi dele"
Para além de tudo o que foi dito, é um bom exemplo também de alguém que foi várias vezes desrespeitado, tanto como atleta como cidadão e homem que é, e que conseguiu responder e amainar essas vozes com a força do seu trabalho. Calar não as cala, porque ainda há por aí muitos palermas, como se viu antes do Europeu, que continuam a fazê-lo.
Passado o período inicial e até para lá dele, onde ele se viu destratado por alguns / muitos adeptos do Sporting, nos últimos 6 anos e (aqui e ali) hoje, R. Patrício não reúne opiniões unânimes porque não vence títulos e porque nunca saiu do Sporting. Quando V. Baía regressou a Portugal também foi mal-olhado durante algum tempo, num período em que o FCP não ganhava. Aquando do estrondoso sucesso em duas épocas consecutivas com José Mourinho recuperou o estatuto de outrora. É infelizmente fácil "suspeitar" de R. Patrício como sendo um dos melhores da Europa quando representa uma equipa que não vence e quando joga no Sporting. Gostemos ou não esta psicologia é inultrapassável. Olhe-se por exemplo para João V. Pinto que passou quase 10 anos a engonhar no Benfica, e compare-se com Luís Figo.
Os clubes e os títulos contam muito, porque com eles vem a fama.
Estes anos de casa são um pau de dois bicos. Por um lado é cada vez mais raro um jogador ficar mais de 10 anos num clube, se ele qual for. Por outro, são 10 anos sem vencer um campeonato.
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Para além de tudo o que foi dito, é um bom exemplo também de alguém que foi várias vezes desrespeitado, tanto como atleta como cidadão e homem que é, e que conseguiu responder e amainar essas vozes com a força do seu trabalho. Calar não as cala, porque ainda há por aí muitos palermas, como se viu antes do Europeu, que continuam a fazê-lo.
ResponderEliminarPassado o período inicial e até para lá dele, onde ele se viu destratado por alguns / muitos adeptos do Sporting, nos últimos 6 anos e (aqui e ali) hoje, R. Patrício não reúne opiniões unânimes porque não vence títulos e porque nunca saiu do Sporting. Quando V. Baía regressou a Portugal também foi mal-olhado durante algum tempo, num período em que o FCP não ganhava. Aquando do estrondoso sucesso em duas épocas consecutivas com José Mourinho recuperou o estatuto de outrora. É infelizmente fácil "suspeitar" de R. Patrício como sendo um dos melhores da Europa quando representa uma equipa que não vence e quando joga no Sporting. Gostemos ou não esta psicologia é inultrapassável. Olhe-se por exemplo para João V. Pinto que passou quase 10 anos a engonhar no Benfica, e compare-se com Luís Figo.
EliminarOs clubes e os títulos contam muito, porque com eles vem a fama.
Sem duvida que tem razão na avaliação que faz.
EliminarRealmente quando uma pessoa faz essa conta, 10 anos e nenhum titulo de campeão...doí muito...
Estes anos de casa são um pau de dois bicos. Por um lado é cada vez mais raro um jogador ficar mais de 10 anos num clube, se ele qual for. Por outro, são 10 anos sem vencer um campeonato.
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