Por vezes o desenrolar dos jogos acabam por defraudar expectativas muito elevadas, mas dificilmente será esse o caso do nosso próximo jogo para a Liga dos Campeões. Frente a frente estarão dois treinadores que privilegiam a preparação minuciosa das suas equipas, sendo frequentemente apontados como inovadores. Sem dúvida um grande jogo em perspectiva, não apenas nos aspectos tácticos, mas também pela importância dos pontos em disputa, uma vez que grande parte das ambições de ambas as equipas terão que ser justificadas nos confrontos entre si. Um jogo que deverá merecer ser gravado para visionamento posterior.
Estarão em confronto duas equipas que debatem ainda na procura do seu equilíbrio, como o demonstram os resultados e as classificações abaixo do esperado. Porém estes jogos da Liga dos Campeões têm a sua própria dinâmica, que não é exclusiva apenas dos adeptos: são estes os jogos que qualquer jogador gosta de jogar. Mas é claro que nenhuma das equipas, pelo que tem sido o respectivo trajecto, desfruta de níveis de auto-confiança ideais, pelo que o percurso do marcador poderá adquirir influência decisiva no desfecho da partida.
São do conhecimento geral os constrangimentos que Thomas Tuchel, treinador alemão, encontrará para formar o seu onze e fechar a lista de convocados para a partida, tão extensa é a sua lista de lesionados. Por isso e pelo facto da sua equipa, na sua irregularidade de resultados e exibicional, estar ainda num processo de evolução e assimilação das ideias do seu treinador esta é capaz de ser mesmo a altura ideal para os defrontar.
Pensar contudo que os alemães se deixarão comer como uma salsicha em pão é puro delirio. Apesar das dificuldades que enfrenta, com a ausência de algumas das suas individualidades, a sua força assenta no colectivo. Se houvesse uma figura geométrica para definir o jogo ofensivo dos alemães ela deveria ser o triângulo. É frequente descortiná-la nas movimentações e posicionamentos dos jogadores alemães como suporte à progressão da equipa. A atenta e rigorosa marcação à zona será a única forma de contrariar a liberdade que os jogadores alemães utilizam para se movimentar em ataque posicional, explorando com frequência e eficácia os espaços entre as linhas adversárias.
A velocidade com que se movimentam e executam, explorando tanto a largura como a verticalidade, baralhando marcações e rompendo linhas, são de um predador atrás da presa. É aí que frequentemente aparece Aubameyang, em rápidas diagonais, quer a partir do exterior quer do interior, seja para finalizar, seja para assistir colegas melhores colocados. Este ano conta com a preciosa ajuda de Osmane Dembelé, um miúdo desconcertante de dezanove anos. Se no final do jogo os nossos defesas, em particular os laterais, tiverem mais cabelos brancos, certamente a responsabilidade deverá ser dividida por estes dois.
Será um pouco por causa deles que, com ou sem Semedo no onze, dificilmente veremos uma defesa tão subida como habitualmente vemos o Sporting em Alvalade por causa da facilidade com que exploram a profundidade. No rigor defensivo residirá a principal dor de cabeça para Jesus. Não que o seu plano de jogo não o preveja, mas têm sido as muitas falhas individuais a sobrepor-se às boas ideias do treinador.
O número de golos sofridos por jogo nesta época é quase escandaloso, quando comparado com os números da época passada. Onze, na sua totalidade e olhando com minúcia ressalta à vista algo que não pode ser visto apenas como coincidência: mais de 60% desses golos ocorreram na ausência do capitão Adrien. Acontece que a sua ausência está já confirmada, constituindo um poderoso contratempo.
Veremos como JJ resolve esta intrincada equação. Adrien seria muito importante, pelo comportamento individual, que acaba por contagiar o colectivo, na reacção à perda de bola, mas também na forma como sabe sair da pressão, que os alemães recorrem, sendo muitas vezes quase asfixiantes. Aí Elias estará já mais à vontade do que na recuperação, mas serão William e Gélson quem melhor apetrechados estão para infligir danos, aproveitando os desequilíbrios defensivos que pontualmente surgem, quando o Borússia coloca muitos jogadores na zona da bola. William com os seus passes a quebrar linhas e Gélson com a sua criatividade imprevisível. A rapidez de Markovic, desde que mais assertivo do que tem sido até agora, não deveria deixar de ser convocada.
Como foi dito acima, será deste resultado que se construirá muito do destino de ambos os clubes na competição. A vitória daria o conforto, mesmo que temporário, de assumir um lugar de qualificação e o alento para a evolução de confiança que a equipa parece estar à procura. Muita concentração, rigor e capacidade de sofrimentos, complementados pelos indispensáveis querer, coragem e ambição e tudo será um pouco mais possível.
Segundo os cabelos brancos do mais melhor bom foi só para aprender. Com uma equipa de putos e um treinador que parece um puto. Burro velho...
ResponderEliminarAgora parece claro que a única coisa que o Jesus tinha estudado era o discurso para a derrota. Não colar minimamente com a realidade é só uma questão de pormenor a que já nos habituou sempre que perde. E o Jesus hoje foi um mero espectador. E como os adeptos nunca aprendem nada nunca podem ensinar a segurar um resultado. Por exemplo. Perdemos contra a experiência diz ele. E 45' de avanço?
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