Desenganem-se os que, ao ler o título do post, supõem tratar-se de uma provocação ao clube vencedor da Taça de Portugal, que andou bem perto de revisitar o final traumático do ano passado. O Rio Ave esteve bem perto de conseguir algo mais do que ser apenas um digno vencido. Tivesse sido tão eficaz como o adversário e provavelmente estaríamos a falar agora de um vencedor inédito da segunda competição mais importante do nosso calendário futebolístico. Acabou por prevalecer a lei do mais rico e a repetição da "tragédia" não chegou a ocorrer mas fica o registo de uma equipa digna, que representou de igual forma a cidade e as gentes vilacondenses.
Mas a tragédia de que fala o título não tem aspas e não se compara à que foi abordada no parágrafo anterior. Falo da tragédia que poderia ter ocorrido à entrada do estádio Nacional e de que
o MaisFutebol deu conta.
A ocorrência de uma situação como a descrita só colhe de surpresa quem acompanha de muito longe o futebol ou até por quem já se deslocou ao Jamor para a festa anual que a Taça de Portugal representa, mas só por incompetência ou irresponsabilidade pode surpreender que tem a cargo a segurança dos adeptos, como são as forças de segurança. O que se passou ontem, e vem descrito na referida noticia, assemelha-se em tudo aos mesmos
episódios vividos por mim e amigos com que me desloquei há dois anos ao Jamor. Só por uma conjunção favorável de factores completamente aleatórios não se registaram ferimentos graves e até perda vidas na confusão que se instalou à porta da entrada para a superior destinada aos adeptos do Sporting.
Dessa conjunção de favorável de factores não se contam a da acção das forças de segurança, policia e empresa de segurança contratada pela FPF. Antes pelo contrário. A sua acção conjunta pautou-se pelo total alheamento pela sorte dos envolvidos e só a percepção da necessidade de evitar males maiores por parte dos adeptos terá mudado o destino dos acontecimentos. Infelizmente, mais uma vez, as forças de segurança sacodem as culpas do seu capote para cima dos adeptos, ficando por saber se o ocorrido há dois anos foi mencionado em relatório ou simplesmente ignorado. Este enfiar a cabeça na areia é uma irresponsabilidade que tende a cobrar um preço elevado em circunstâncias menos favoráveis. Uma final entre os grandes infelizmente pode não ter os mesmos resultados.
Só quem nunca teve a sorte de viver uma final no Jamor, especialmente os que não vivem em Lisboa, não percebe o quanto do melhor futebol ainda se pode viver nas matas do Jamor. Perdê-lo equivale a encerrar em definitivo das portas do romantismo no futebol português, registando o triunfo do futebol tecnocrático. Quando tal acontecer a Taça de Portugal, que será provavelmente um fenómeno único, tornar-se-á igual a qualquer uma das outras competições, mas sem as peculiaridades que tornam querida entre os adeptos de futebol.
Noticias como esta são um maná para quem acha que a final do Jamor não faz sentido. E que o faz apenas por não conseguir mais do que olhar para o umbigo dos seus próprios interesses. Porém a discussão sobre as condições do Jamor é necessária, uma vez que não há força da tradição que justifique a perda de vidas ou a sua simples ameaça.
Essa discussão tem de começar pela constatação de que há ainda muito que pode ser feito pela segurança dos adeptos. Por exemplo, para evitar os ajuntamentos caóticos junto às entradas - falo em particular das entradas para os topos, onde a maioria dos adeptos acorre - bastaria que a revista ocorresse bem antes, formando-se corredores de grades que obrigassem à formação de filas, anulando a possibilidade da formação de aglomerados de largas centenas ou até milhares de adeptos com a consequente instalação do caos. Culpar os adeptos, como faz a PSP, recomendando-lhes que não cheguem atrasados é mera desresponsabilização. Para o perceber basta constatar que se o mesmo número e adeptos acorressem mais cedo o problema tinha... ocorrido mais cedo também.
A malta do Norte anda há anos a dizer que o jamor não tem condições, mas o centralismo cego da federação portuguesa de futebol não consegue ver isso! façam obras no jamor, e enquanto as obras não estiverem prontas, que se jogue a final da taça no estadio da luz ou alvalade!
ResponderEliminarSó quem nunca entrou num estádio moderno é que não percebe o que se passou ontem no Jamor. E longe de mim estar a insinuar que o Jamor não tem solução, precisa é de mais alguma coisa que ainda aumentar a lotação e depois é tudo ao molho e fé em Deus.
ResponderEliminarTodos os anos o pessoal se queixa dos acessos e todos os anos ninguem faz nada. Quando acontecer uma tragedia, talvez o pessoal se mexa.
ResponderEliminarUm post no seguimento das desinformações da comunicação social. A ligeireza com que se escrevem babuseiras e incompreensível, com que então as forças de segurança " pautou-se pelo total alheamento pela sorte dos envolvidos e só a percepção da necessidade de evitar males maiores por parte dos adeptos terá mudado o destino dos acontecimentos." só quem não sabe o que escreve, oou escreve por não ter conhecimentos das factos, o pode pensar.
ResponderEliminarAo contrário do que escreve o ajuntam,ento de pessoas dá-se na maratona, pela fisionomia do estádio, da mata, ali localizada, das roloutes também ai existentes. As pessoas ficam nestas até muito tarde, apesar de chegarem cedo ao recinto e depois precepitam-se para as entradas, e ao efectuar-se a revista, que se quer rigorosa, faz com que se juntem muitas pessoas, a querer entrar ao mesmo tempo. Situação que não se passa nos topos. Cheguei a houvir á pouco na tvi 24 pelo fernando correia que apenas existem entradas na maratoma e no sitio oposto, ou seja onde se entrega a taça, esta desinformação, só ajuda quem quer, não pela segurança, mas por ser a taça de lisboa, a tender a acabar naquele local, pena que aqueles que não são do dito local, fomentem também aquela opinião mal fomentada. escrevo com conhecimento de causa, e não pelas imagens tiradas ao jeito de quem quer construir uma opinião. Não se quer acreditar na opinião da dita policia, só para desqualificar, a opinião fundamentada de quem organiza, e tenta, menorizar as deficiências das pessoas e do espaço.
Digno vencido? Não concordo.
ResponderEliminarO Rio Ave tem um presidente que é um convicto benfiquista. Desde o apuramento para a final que se mostrou ao mundo com discursos ridículos, manifestações incríveis de pequenez. Não sei se há video mas vi eu, depois do apuramento para o Jamor, o Sr. dizer "esperemos que o slb ganhe a liga europa e que chegue ao jamor cansado dos festejos e que dê hipóteses ao Rio Ave. Um discursos destes de quem vai jogar uma final é indescritível. Imagino o que passou para o balneário.
Depois, a venda dos bilhetes em Vila do Conde: prioridade para os residentes em Vila do Conde e sócios do Rio Ave, onde cada um podia comprar... 8(!) bilhetes! O resultado foi o que se viu, meia duzia de pessoas vestidas de verde e branco e uns milhares que ficaram em Vila do Conde sem bilhete.
Ontem, foi o que se viu. O Rio Ave parece que entra em campo convencido de que vai perder o jogo. Só na segunda parte os jogadores parecem perceber que não são tão maus como o seu próprio presidente os vê.
E depois foi aquele espetaculo, para quem reparou, de ver o presidente do rio ave com um sorriso de orelha a orelha na hora de o seu clube levantar o caneco. Antes disso deu para ver ainda a forma com felicitou um a um os jogadores do benfica. finalmente perto dos ídolos para os felicitar pela grande época.
Digno vencedor? sim. Digno vencido? não.
Eu acho que a estratégia é ir deixando o Jamor morrer aos pouco. Nunca haverá dinheiro para fazer uma reabilitaçao total do estádio, e o tema nunca será discutido abertamente na praça pública pois abriria questoes antigas que os senhores do Norte iriam certamente aproveitar.
ResponderEliminarVi duas finais naquele estádio, e obviamente que quem lá esteve, sabe da mística daquele estádio. Mas nao acredito que se pense em jogar ali por muito mais tempo...
Relva,
ResponderEliminarBaboseiras é escrever
babuseiras
precepitam-se
houvir á pouco
etc, etc
PedroS,
ResponderEliminaré melhor informares-te melhor sobre o clube do presidente do Rio Ave.
Post pertinente (antes que aconteça ainda algo mais grave naquele estádio).
ResponderEliminarAs soluções que o Leão propõe (e não foi preciso criar uma comissão ou qualquer coisa para pensar "nisto") são óbvias e urgentes.
Se o Estádio é aquele (e eu quero que continue a ser - a 1ª vez que lá fui foi num Sporting-Covilhã, para o Campeonato, em que o Sporting tinha o Estádio interdito, acho eu), então têm de existir condições para tal.
Festas, febras, roulottes e vendedores têm de estar mais afastados, muito mais afastados. A cerca de 50 a 100m das entradas, criam-se barreiras (como o Leão diz), proporcionado filas e não "garrafões". Assim, haverá entradas ordeiras e em que TODOS serão devidamente revistados, não entrando em pânico ou correndo o risco de ser empurrados/esmagados.
Já fui muitas vezes ao Jamor na final da Taça (Porto, Marítimo, Benfica, Porto, Leixões, Porto e Académica) e só por uma vez entrei sem problemas (a do Tiui). E isso aconteceu porque arranjei convite para a Central. Quando fui para as cabeceiras houve sempre a confusão que, ontem, se repetiu.
Na final do very-light, quando me sentei, ainda tinha o bilhete na carteira e na mochila duas garrafas de água (com tampa). Isto quer dizer que não fui revistado nem mostrei o bilhete a ninguém. Por acaso a minha mochila só tinha comida e bebida. Mas havia (pelo menos) uma que tinha um very-light...
Quantos adeptos não foram, ontem, revistados? Quantos entraram sem bilhete?
A responsabilidade ser dos adeptos é típica deste país onde quem é responsável nunca assume tal posição (só os privilégios). Repara: quando o país assumiu o pedido de ajuda financeira, as causas foram o endividamento dos portugueses, o facto de estes gastarem mais do que deviam, de quererem ter casa, tv, comer carne, ter filhos, férias, etc. Responsabilidade dos políticos? Népia (pois estão lá todos e foi a eles que se confiou a resolução). Bancos? Também não, pois foram os primeiros a serem salvos. Grandes empresas? Claro que não.
A culpa foi daqueles que fazem o país/espectáculo acontecer, os adeptos, nós.
Ontem a culpa foi da Polícia? Organização do jogo?
Não, foi dos adeptos.
É como dizes, para o ano o jogo começa às 17h. Que todos os adeptos, ouvindo os pedidos da polícia para entrarem mais cedo, tentem entrar às 14h. Veremos se não acontece o mesmo.
Mas vem aí o Mundial e a selecção de todos vós!!
Lembro-me bem do que passamos há 2 anos, LdA...
ResponderEliminarNão há meio de arranjarem uma solução. As cenas repetem-se. É uma vergonha. FPF = FDP.
Ir mais cedo? Uma hora e meia antes do jogo começar não chega para entrar a tempo? Diria que em qlq estádio do mundo é mais que suficiente... menos no Jamor!... Qlq dia acaba-se com o convívio na Mata. Independentemente da hora a que o pessoal chegar às imediações do Estádio e vai logo prá molhada. Só assim, se evitaria o acumular de gente. Convívio? Festa? Sardinhada? Bejecas? Que se lixe. Isso é coisa de malta agarrada à tradição e ao passado...
Abç
Caro leão, não contra argumentou em nada do que escrevi, como já escrevi, "uma hora e meia do jogo começar", até chegam a ir várias horas antes, mas o problema é que só vão para os torniquete junto à hora, e normalmente do lado da maratona, que não tem condições para receber todas as pessoas ao mesmo tempo. Também acontecem casos noutros estádios, mesmo os adeptos sendo conduzidos pela dita policia dispensável, para locais diferentes, o que faz com que não se aglomerem junto ao mesmo local, o que acontece na jamor, também como os adeptos no estádio nacional não são conduzidos para entradas diferentes, faz com que estes fiquem ao seu livre arbítrio de irem para onde quiserem, e como bons portugueses.. Quem quiser entrar nos topos, verá que a situação é muito diferente. Nos novos estádios, nos bilhetes está inscrito sector x, y e de uns setores não dá para ir para outros, no jamor, não é assim, entra-se pela maratona, e depois tem um corredor à volta do estádio que se pode circular para onde se quiser, lá dentro até se anda bem, o problema é na estrada e na saída. O dito convívio da mata, que é salutar, é mágico, e chega até a ser o mais importante, isso claro depois do nosso clube ganhar, depois tem o inconveniente do ajuntamento no mesmo local. saudações leoninas.
ResponderEliminarNão me parece que exista qualquer vontade de resolver este problema... A Festa da Taça de Portugal no Jamor é uma chatice que obriga um monte de gente a ter de trabalhar no terreno. Nem sequer se pode fechar o recinto e obrigar a malta a consumir apenas os habituais franchisings, há porcos no espeto e leitões, sandes e minis vindas de casa em malas térmicas, sardinhas assadas, vinho em garrafões, horrível... E depois até querem entrar sem ser como gado...
ResponderEliminarNa última final a que fui (a que fomos) entrei, ou melhor, tentei entrar com uma antecedência de 90 min., principalmente porque tinha más experiências anteriores e levava uma criança, a criança teve de ser "arrancada" da multidão enquanto gritava por estar a ser esmagada, viajou por cima de cabeças e ombros até aos seguranças do outro lado das barreiras onde ficou à minha espera, assustador e ainda mais assustador a cara dos seguranças sem saber bem o que fazer ou como reagir. Isto já se repetiu durante anos suficientes para se encontrar uma solução, e essa solução tem um desafio, a Final da Taça não pode sair do Jamor.
Pessoalmente, o Cantinho já me deu uma solução, abrir os cordões à bolsa e ir para a central.
Relva:
ResponderEliminarDisse e repito: dirigi-me para os torniquetes com hora e meia de antecedência... A confusão já estava instalada, mas depois, à media que se concentrava cada vez mais gente, ía piorando até se transformar num verdadeiro caos terrível e absoluto... Gente passou mal, houve feridos, desmaios, choro de crianças, idosos em sofrimento, insultos contra tudo e todos... Pessoas saltavam vedações como podiam... Um verdadeiro inferno. Qd finalmente consegui entrar, precisamente porque saltei uma vedação, fi-lo ñ pq estava farto de me sentir como sardinha em lata, mas essencialmente pq senti a minha integridade física em risco como nunca antes na minha vida. Não mostrei bilhete a ninguém e qd consegui chegar à bancada, fiquei de pé e já o jogo tinha começado (não me recordo quantos minutos perdi, mas creio que perto do primeiro quarto de hora foi pró galheiro)... Repito: uma hora e meia antes de começar o jogo!!!
E repete-se isto tds os anos… até um dia existir alguma vitima mortal… Depois quero ver quem assumirá a responsabilidade… Ninguém, como de costume… O tratamento a que os adeptos são submetidos no estádio nacional é indigno, é miserável, é vergonhoso. O que se sucede na final da "prova rainha" do futebol português, nem num país do terceiro mundo se justifica!