O Sportinguismo pelas escadas abaixo...
Era minha intenção falar hoje aqui da oportunidade que o momento nos concede a todos para descansarmos dos dias de tensão sentidos neste atribulado inicio de época. Qualquer que seja a nossa reacção ao até agora sucedido, ninguém negará que a prestação da equipa de futebol, abaixo do esperado, provocou um desgaste a pedir restauro nas próximas semanas. Infelizmente, deixarei o descanso para depois. Como Sportinguista não posso deixar passar em claro a observação feita pelo meu amigo JVL, chamando a atenção para o inqualificável artigo de Dias Ferreira, Presidente da AG do nosso clube. Na Bancada Nova, aquele escrito também não passou em claro.
Sempre achei que a sua chamada para as funções como “entidade mais representativa do clube”, presidindo ao órgão “onde reside o poder supremo do Clube” – cito, entre aspas os estatutos do Clube - iam contranatura às suas características e história pessoais. Mas esperei, desejei até, estar enganado na minha avaliação. Mas não.
Pensei que à investidura nas nobres funções com que foi honorificamente distinguido pela vontade dos seus consócios, correspondesse Dias Ferreira com o recato e comedimento que obriga o cargo. Mas, no início de cada semana lá temos nós o próprio, no programa onde é comentador residente, a coleccionar prestações entre o sofrível e o inenarrável, tal a ligeireza e impreparação com que aborda os mais diversos assuntos. Como se não lhe bastasse, ainda colecciona crónicas como a que assina esta semana no Record.
Lembro, se preciso fosse, que Dias Ferreira representa todos os sócios do Sporting, e não apenas a percentagem que nele votou, por maior que seja. Sejam eles agnósticos, católicos, judeus, muçulmanos, liberais, socialistas, democratas-cristãos, casados, divorciados ou em união de facto. E, na minha humilde opinião, não se pode esquecer que, por muito que não queira, quando fala ou escreve, representa o Grande Sporting Clube de Portugal. Se Dias Ferreira se quer eximir do que obrigaria o bom senso, deveria pelo menos escrever muito melhor, na forma e na substância. E, convenhamos, acabar o artigo da forma como o faz, (“Só uma coisa não sei se é crise ou não: haver cada vez um maior número de tipos que não sabem o nome do pai ou andam à procura da mãe!...”), refira-se a quem se referir, é atirar o Sportinguismo pelas escadas abaixo.
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