Vuk, O Impulsivo!
(Fotos: site oficial SCP)
Estádio José de Alvalade, 58 minutos de jogo… O Sporting perde por uma bola a zero num desafio europeu de carácter decisivo!... André Marques arrisca um remate… Cá de longe … Do meio da 'rua', como é habito dizer-se… Sai com força mas resulta disparatado, tal a falta de direcção… As hipóteses de êxito adivinham-se impossíveis… A bola ressalta uma… duas vezes e, como por artes mágicas de pingolim, Vuk isola-se dentro da grande área… Na cara do golo… A tensão dispara, as pernas dos adeptos arqueiam-se nas bancadas, a expectativa perante o sucesso que ainda à décimas de segundo parecia altamente improvável, aumenta radicalmente… Vukcevic domina a bola, enquadra-se com a baliza, calcula a posição do guardião adversário que lhe diminui, célere, o ângulo do sucesso… O seu pé esquerdo encontra a bola que segue, segue… O guarda-redes francês da equipe transalpina tenta opor-se-lhe… O esférico segue, ainda… Os olhos do Estádio calculam a sua trajectória… O tempo suspende-se quando, por fim, chega ao seu destino e beija as malhas da baliza… GOOOLOOOO!!!!
Uma explosão de alegria incendeia Alvalade, leões rugem, fazem a merecida festa… O gáudio ameaça converter-se em loucura pura, no estádio, no sofá, à mesa de jantar, à mesa do café, até dentro do carro ao ouvir o clamor roufenho do relatador e que se escapa das colunas do velhinho auto-rádio… Tantos e tantos milhares de leões espalhados pelo mundo expressam-se livremente, soltam-se… Libertam, finalmente, a adrenalina e tensão acumuladas durante uma hora de injúrias arbitrais e da malfadada fortuna.
No relvado, os jogadores leoninos correm com a pulsação a mil à hora ao encontro do n.º 10… A pele arrepia-se-lhes, o seu espírito rejubila, da garganta de alguns sai um grito misto de revolta, satisfação e justiça… As bancadas continuam num enorme brado comum, a plenos pulmões, uns pulam, outros abraçam o estranho que passou o jogo todo a impacientá-los, agitam-se cachecóis, avistam-se bandeiras verdes, brancas, frenéticas, atiram-se papelinhos em tons esmeralda e pérola, esvoaçam objectos mal presos nos bolsos, no pulso, na cabeça… Enfim, cada um festeja a sua maneira, perde-se, também, a razão e a Alma domina sobre tudo e todos, que nos permitimos perder o juizo momentaneamente…
Todos??? Não… O obreiro, que possibilita toda essa alegria incontida, NÃO PODE extravasar os seus sentimentos.
Esse, tem que ser comedido, ponderado, racional… Naquele momento em que todos em seu redor exultam, tem que friamente pensar nos milhões que aufere, num conceito muito sério denominado por ‘profissionalismo’, no cartão amarelo que recebeu no início do jogo, não-se-sabe-bem-há-quantos-larguissimos-minutos-atrás, numa confusão armada por um calmeirão do catenaccio que arriou porrada no colega… Ao fim de uma porção significativa de suor derramado no relvado e esforço até então vão, tem, finalmente, que pensar que existe uma lei com regras estúpidas, incompreensíveis, mesmo abjectas, consumada por um punhado de septuagenários emproados em ultra-confortáveis gabinetes situados, algures, num impressionantemente luxuoso hotel suíço… Tem que racionalizar à semelhança dos soberanos dos gabinetes que, muito provavelmente, ignoram o que é competir ao nível duma Champions League e que, quiçá, jamais pisaram um relvado de futebol…
Simon, nesta hora de critica feroz, quero declarar-te o seguinte: não és tu que estás mal, é a lei que está errada! E quero também agradecer-te: obrigado pela tua emoção espontânea, pura, contagiante. E, já agora, pelo primeiro golo ‘oficial’ de um jogador do S.C.P. na época 2009-2010. Que seja o primeiro de muitos.
Uma explosão de alegria incendeia Alvalade, leões rugem, fazem a merecida festa… O gáudio ameaça converter-se em loucura pura, no estádio, no sofá, à mesa de jantar, à mesa do café, até dentro do carro ao ouvir o clamor roufenho do relatador e que se escapa das colunas do velhinho auto-rádio… Tantos e tantos milhares de leões espalhados pelo mundo expressam-se livremente, soltam-se… Libertam, finalmente, a adrenalina e tensão acumuladas durante uma hora de injúrias arbitrais e da malfadada fortuna.
No relvado, os jogadores leoninos correm com a pulsação a mil à hora ao encontro do n.º 10… A pele arrepia-se-lhes, o seu espírito rejubila, da garganta de alguns sai um grito misto de revolta, satisfação e justiça… As bancadas continuam num enorme brado comum, a plenos pulmões, uns pulam, outros abraçam o estranho que passou o jogo todo a impacientá-los, agitam-se cachecóis, avistam-se bandeiras verdes, brancas, frenéticas, atiram-se papelinhos em tons esmeralda e pérola, esvoaçam objectos mal presos nos bolsos, no pulso, na cabeça… Enfim, cada um festeja a sua maneira, perde-se, também, a razão e a Alma domina sobre tudo e todos, que nos permitimos perder o juizo momentaneamente…
Todos??? Não… O obreiro, que possibilita toda essa alegria incontida, NÃO PODE extravasar os seus sentimentos.
Esse, tem que ser comedido, ponderado, racional… Naquele momento em que todos em seu redor exultam, tem que friamente pensar nos milhões que aufere, num conceito muito sério denominado por ‘profissionalismo’, no cartão amarelo que recebeu no início do jogo, não-se-sabe-bem-há-quantos-larguissimos-minutos-atrás, numa confusão armada por um calmeirão do catenaccio que arriou porrada no colega… Ao fim de uma porção significativa de suor derramado no relvado e esforço até então vão, tem, finalmente, que pensar que existe uma lei com regras estúpidas, incompreensíveis, mesmo abjectas, consumada por um punhado de septuagenários emproados em ultra-confortáveis gabinetes situados, algures, num impressionantemente luxuoso hotel suíço… Tem que racionalizar à semelhança dos soberanos dos gabinetes que, muito provavelmente, ignoram o que é competir ao nível duma Champions League e que, quiçá, jamais pisaram um relvado de futebol…
Simon, nesta hora de critica feroz, quero declarar-te o seguinte: não és tu que estás mal, é a lei que está errada! E quero também agradecer-te: obrigado pela tua emoção espontânea, pura, contagiante. E, já agora, pelo primeiro golo ‘oficial’ de um jogador do S.C.P. na época 2009-2010. Que seja o primeiro de muitos.
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