Só morre o que é esquecido
Clive Wearing tem uma história comovente e aterradora: devido a uma encefalite perdeu a memória de uma vida inteira bem como novos acontecimentos. Dito desta forma parece mau. Conceber a hipótese de, de um dia para outro, deixar de reconhecer os nossos entes queridos, os amigos e até o nosso percurso pessoal é imaginar que o inferno pode ter lugar ainda em vida.
O que é que o apontamento anterior está a fazer num blogue sobre o Sporting? Eu explico. Muitos de nós, que hoje debatemos com paixão o momento do nosso clube, não experienciamos os momentos áureos da história do nosso clube, como foi, por exemplo, o primeiro tetra-campeonato, o futebol orquestral dos cinco violinos, a conquista da Taça das Taças, com a épica recuperação ante o Manchester United, então a crescer para o seu destino. Por vezes esses momentos parecem tão longínquos como as histórias do tempo em que os animais falavam e, a glória então vivida não parece, à luz do presente, mais do que uma fábula. No pior dos cenários, para muitos, não existiram.
Mas há testemunhos desse passado, que demonstram a grandeza histórica do clube. O notável espaço museológico do clube, o Mundo Sporting, alberga no seu interior um manifesto de grandeza que atesta que o sonho dos nossos fundadores um dia se materializou. É por isso também um espaço é de visita obrigatória para todos. Hoje, talvez como nunca na nossa história, é necessário perguntarmo-nos que clube deixaremos aos nossos filhos e que vestígios da nossa passagem merecerão ladear os que agora ali descansam dos trabalhosos dias de glória.
Deixo-vos um excerto da reportagem de ontem do jornal “O Jogo”(clique para aumentar). Como nota de curiosidade saliento o altifalante de que falamos aqui, num momento alto deste nosso espaço.
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