Memória e gratidão
Foram conhecidos novos desenvolvimentos no “caso Iordanov”, com o advogado do jogador búlgaro a afirmar que o entendimento é possível. Já quase tudo foi dito sobre mais este triste episódio. Lembraria, depois de já ter aqui escrito sobre isto, que a homenagem é agora obrigatória, e que o Sporting está condenado a pagar 1.000 euros por dia de indemnização, a reverter em partes iguais para o jogador e para o Estado, a contar desde Novembro do ano passado. Em inicio de Julho deste ano o montante ascendia já a 247 mil euros. Agora, mesmo que Iordanov prescinda do que tem direito, metade da verba a apurar terá que ser obrigatoriamente desembolsada em favor do Estado. Está para lá da minha compreensão como se pôde chegar tão longe e que a impunidade seja absoluta, mesmo que, como alegava o clube, também possam ser assacadas responsabilidades ao jogador.
Lembrar este triste episódio obriga-me a perguntar como pode o Sporting, ao longo das últimas décadas, ver sair de actividade e até assistir ao desaparecimento dos seus melhores valores, testemunhos vivos dos dias de glória, sem uma demonstração de gratidão, mesmo que singela. Vem-me à memória o que vimos suceder recentemente com Michel Salgado, num Barnabéu a abarrotar: uma homenagem arrepiante. Quanto fez pela devoção madridista um momento como aquele? Somos Sportinguistas pelo coração e é pelo coração que assim nos manteremos. Não porque somos mais ou ganhamos mais, sem importar como. Quando se apurarem as razões do afastamento de muitos nós, a tal crise de militância de que se volta a falar, a má gestão da nossa memória e a falta de gratidão serão razões incontornáveis nesse apuramento. Porque nos roubaram momentos assim com Damas, Manuel Fernandes, Lopes, Mamede, Livramento, Manuel Marques e muitos outros?
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