Cinco violinos a tocar sevilhanas
Os jogos da chamada pré-época ou de preparação são precisamente para isso. Tal como o mister RA haveria de reconhecer no final este foi o jogo ideal para perceber as dificuldades que nos esperam e cada jogo irá representar sempre um novo desafio para resolver. O seu "Temos de nos preparar para não termos baques como os do Ajax" não podia ser mais a propósito.
O problema que a equipa sentiu ontem já vem do ano passado. Com equipas boas e bens organizadas não conseguimos ter bola. Não tendo bola não se consegue criar. A primeira parte de ontem foi igual a muitas outras, até com equipas mais pequenas. Dá impressão que já todos perceberam como limitar o raio de acção do Matheus Nunes, que sem espaço para conduzir é um jogador vulgar. Pior, encostando-o sobre a esquerda abre-se um enorme buraco ao centro, o que dificulta não só a reacção à perda de bola, como impede uma circulação fluída quando em posse. Com os laterais muito abertos o espaço a cobrir ao centro é enorme e com os jogadores dos diversos sectores distantes não conseguimos nem ter posse nem reagir à perda. Os adversários parecem agora mais avisados e não se deixam cair na tentativa de atracçao que o Sporting tão bem exercia.
Saber do problema é a primeira parte para a respectiva resolução. RA tem ainda quinze dias para encontrar uma ou várias solução. O Braga vai ser o primeiro grande teste e, salvo as enormes diferenças a nível individual entre os espanhóis e arsenalistas, as dificuldades a enfrentar serão em todo semelhantes. Há que considerar que o Sporting tem sabido crescer, aportou muita qualidade individual ao seu plantel e tem um modelo estabilizado e bem compreendido pelos jogadores, o que só pode ser considerado como uma vantagem.
Do ponto de vista individual saliência para as dificuldades de Trincão ante Acuña, podendo-se considerar que não podia ter tido melhor sorte para afinar o seu desempenho. Porro parece estar já num bom momento físico e a prometer por isso uma asa direita de fazer tremer os adversários. Muito interessante a primeira de Morita em Alvalade, a merecer nova e atenta observação. Edwards tem um enorme talento, é a nossa arma para conquistar terreno em espaços curtos e sobrepovoados, também já numa forma muito razoável. Tabata está na linha de Bragança: promete muito mas quase nunca passa do par de minutos, quando parece merecer mais. E Pote mais recuado?...
Nota final para as diferenças de tratamento já visíveis nos critérios nos vários confrontos deste fim-de-semana. Não fora o VAR e o resultado no Dragão Marine dificilmente teria sido o que foi. Já o nosso, e sem escamotear as dificuldades sentidas, poderia ter sido bem diverso, mesmo que imerecido, se o VAR não tivesse falecido, como parece ter sido o caso.
Foto: MaisFutebol
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