Quando começaram os primeiros rumores sobre uma crise na holding empresarial não financeira do grupo BES comecei a escrever o presente artigo. Porém, rapidamente se percebeu que a doença era maior do que parecia e a forma virulenta como se espalha leva a recear o pior. O artigo, já extenso, ficou reduzido às presentes linhas, por grande parte do que aí era explanado ter perdido actualidade ou deixar de fazer sentido.
Como grande parte dos Sportinguistas saberá, o Sporting, no inicio da gestão de Bruno de Carvalho, concluiu um acordo de reestruturação financeira, cujo âmbito é seguramente mais complexo e cuja total amplitude me escapa. A mim e creio que à maior parte dos Sportinguistas porque, de forma básica mas realista, a génese da nossa ligação ao clube não foi nem nunca será a discussão de relatório e contas, participações económicas, reestruturações financeiras. Se o fazemos é por necessidade de compreender uma parte vital da vida do clube, desde sempre mas cada vez mais ligada à sorte que se joga entre as quatro linhas.
Na sua essência, a reestruturação financeira visava restabelecer o rácio de solvabilidade do clube, com o aumento dos capitais próprios, sendo para tal determinante a integração da participada SPM na SAD do clube. Especulou-se também sobre um possível hair-cut sobre o passivo detido pelos credores - BES e BCP - o que não vi confirmado em lado nenhum, mas cuja possibilidade tanto agitou os nossos rivais...
A fusão da SPM, detentora do Estádio José Alvalade, era também um instrumento vital para a manutenção da maioria do capital da SAD, mesmo depois da conversão das famosas VMOC's em capital. Toda a operação era também crucial para o cumprimento das normas de fair-play financeiro que a UEFA obriga.
Nesse acordo seguramente que ficaram firmadas as condições de financiamento de tesouraria pois, ao contrário do que é o mito do papão dos bancos na blogosfera - aliás muito semelhante a outros, como os empresários, os fundos, etc. - são eles que permitem a liquidez necessária para satisfazer grande parte dos compromissos assumidos. Esta não será uma realidade exclusiva do Sporting, estende-se também aos seus rivais, com as devidas diferenças ditadas em função da especificidade de cada um dos clubes.
No ponto actual do processo desencadeado pela crise no grupo BES é ainda demasiado cedo para perceber que implicações reais possam vir a incidir no relacionamento credor/cliente. Porém, há uma evidência preocupante: o terramoto que está a fazer tremer o grupo surge num momento em que a reestruturação financeira não está concluída uma vez que a supracitada fusão da SPM na SAD está ainda por fazer.
Lembre-se que a fusão foi aprovada há mais de um ano pelos associados na AG de 30 de Junho de 2013. Várias vezes foi afirmado, quer directa, quer indirectamente, que havia sido requerida a isenção de impostos, (valores próximos de 500 mil euros), ao ministério da Economia e que, essa isenção estava ainda pendente. Esse pedido de isenção pressupunha o acompanhamento de um documento da Sec. de Estado da Cultura - não era suposto que os dois ministérios dialogassem entre si, ao invés de o requerente ter de andar a penar entre ministérios? - de forma a que os impostos de selo e IMT não fossem tributados ao clube. Esta semana o jornal "O Jogo" estimava que o processo estivesse concluído em Setembro, embora não justificasse o prazo. Atendendo a que grande parte do País, instituições oficiais incluídas, se apresta para fechar e ir a banhos, talvez esteja aí a razão.
É este o documento que faltará para completar o processo de fusão e por sua vez a reestruturação financeira se tornar definitiva e os seus termos e consequências entrarem em vigor. Mas, passado um ano da sua aprovação em AG, é legitimo perguntar porque é que este processo, de vital importância para o clube, se arrasta há tanto tempo. É apenas este o documento em falta ou há ainda outras condicionantes para satisfazer? Quando foi requerido o referido documento à Sec. de Estado da Cultura e quanto tempo é legitimo esperar ainda mais sem qualquer resposta?
Num cenário de derrocada do BES, que não se pode, em bom juízo, afastar, o valor em dívida pelo Sporting àquela entidade bancária seriam a menor das preocupações para nós, num primeiro momento. Esse seria primeiro um problema dos credores do banco. Mas uma hipotética interrupção de disponibilidade do banco teria como resultado a falta de liquidez de tesouraria. Isso sim, seria um problema sério talvez represente, no actual cenário, um perigo real. No momento actual seria um pesadelo para a actual gestão ter que encontrar uma alternativa para os serviços agora prestados, sabendo como se sabe das dificuldades da generalidade das entidades que concedem crédito.
Se uma catástrofe como a invocada - a derrocada do BES - se pode considerar um fenómeno extremo, de ocorrência improvável, já uma degradação paulatina da solidez do banco e, consequentemente do nível dos serviços que presta, é mais do que razoável esperar. A questão que se coloca é se tal impedirá a total satisfação do acordo de reestruturação feita com o Sporting. Poder-se-á pensar: "certamente que há documentos assinados e o clube tem constituída uma posição sólida perante um possível incumprimento".
Sendo isto verdade, não é menos verdade que a história documenta situações semelhantes cujo cumprimento nunca chegou a ter lugar, seja da parte de credores, seja do lado dos devedores. E, verdade seja dita, para tal acontecer, tanto faz que reestruturação esteja ou não fechada. Uma situação a acompanhar com alguma cautela. Até porque as consequências do que está a suceder no BES nos poderão atingir de diversas formas e ângulos sendo que, pelo que o Sporting representa para os Sportinguistas, as noticias dos últimos dias estão longe de ser boas para nós, mesmo que não representem um perigo eminente.
Falar do BES é falar também da accionista da SAD, a Holdimo, cujo principal accionista é Álvaro Sobrinho, de certa forma também ele envolvido no vórtice do BESA (BES Angola). Com dois lugares assegurados na SAD, por força do favor concedido ao clube - não há como vê-lo de outra forma - de que também é sócio e adepto, quando aceitou a troca dos passes de jogadores por capital, voltamos a ouvir falar dele há dias. Tal como havia sido prometido, entregou um autocarro novo e a brilhar, constituindo a surpresa da noite na recente gala.
Faltará, para fechar o circulo do que foi prometido, a bancada nova na Academia, para que o anunciado mini-estádio, onde os jogos da equipa B e demais formação, terão lugar seja realidade. Atraso que não lhe poderá ser assacado uma vez que o clube, em noticias recentes no site, assumiu a responsabilidade, dando conta primeiro da falta dos estudos de viabilidade de solo e, mais tarde, dos respectivos projectos de arquitectura e respectivo licenciamento.
Com 20% da SAD, Álvaro Sobrinho é um nome que seguramente aparecerá inscrito nos próximos capítulos da sociedade que gere o futebol. Veremos que consequências que a sua elevada exposição ao BES terá nesse relacionamento, esperando obviamente que nenhuma delas afecte a ligação ao clube ou prejudique este.
Evidentemente que pode.
ResponderEliminarPor necessidade pode muito exigir aos seus devedores que lhes pague imediatamente ou pelo menos num prazo curto e se não o fizerem, pode-lhes mover acções em tribunal, para lhes exigir uma boa parte do que lhe devem.
O BES como o BCP, que num passado recente eram ambos considerados o diabo, os sugadores, agora já são considerados como parceiros.
Como os tempos mudam!...
Caro autor, já contaminou. A queda da anterior direcção deveu-se também ao fim do apoio desse banco, e isso abriu caminho à chegada ao poder da actual direcção, e por arrasto esta ficou presa a uma reestruturação financeira que limita muito a capacidade de investimento do clube e da SAD, devido aos compromissos assumidos com o BES e com o BCP.
ResponderEliminarOnde se nota mais a actual crise do BES no futebol é no Benfica e no Porto. Especialmente no Benfica. Já nem estágio na Suíça vai haver...
Mas a crise no BES é muito, muito mais do que o Sporting e o futebol. É muito grave o que se está a passar e pode levar Portugal a pedir um segundo resgate. Desconheço a extensão do problema, embora suspeite que é mais grave do que o que é público, devido aos sinais do mercado. O mercado pura e simplesmente não acredita na solidez do BES e isso por sua vez arrasta os grandes grupos económicos portugueses (vide PT e as consequências nos seus planos na Oi), o sistema financeiro português (as acções dos bancos nacionais estão em queda), a economia portuguesa, e até a zona euro, porque vai criar desconfiança sobre a monitorização exerceu em Portugal (ver comentário do Barclays) e levantar a lebre sobre a banca europeia.
Há muito por saber sobre o emaranhado que é o grupo BES e o seu buraco. Sabe-se que a nacionalização do BPN teve a ver com o risco de contágio ao resto da banca nacional. Risco esse que não existia com o BPP. Haverá algum efeito colateral do BPN no BES? Creio que fará parte do problema. E depois não podemos esquecer que a banca financiou o Estado português durante demasiado tempo, quando acabou o crédito externo. Além disso não podemos esquecer que interessava ao poder político esconder os problemas no grupo BES para que o resgate a Portugal em 2010 não fosse muito grande (é bom não esquecer o contexto absurdo em que Portugal negociou o resgate, e quem o fez). Mas certamente que haverá muita culpa própria, de quem também demasiado tempo, teve o regime na mão. Resta saber o que se seguirá a esta crise e qual a sua extensão...
Relativamente à reestruturação financeira do Sporting, parece-me que a questão do IMT é uma desculpa. A questão de fundo é a entrada de um investidor com o que a direcção se comprometeu. Esse investidor não é a Holdimo, que na prática não é um investidor, mas um credor que converteu a dívida em acções da SAD. Como aliás o grupo BES está a propor aos seus credores, pois não tem dinheiro para lhes pagar. Portanto, parece-me que é a falta do investidor que está a impedir a conclusão do processo, o que deixa o Sporting vulnerável, pois como se sabe a gestão de topo do BES vai mudar e não sabemos a que ponto poderão querer reabrir este processo...
ResponderEliminarJá está a contaminar o país!
ResponderEliminarA questão do IMT não é desculpa. É real. O Sporting pediu a isenção em operações de fusão, e fez muito bem, porque outras empresas já beneficiaram dessa isenção permitida pelo estado. E portanto tem que esperar. É algo normal, infelizmente. E quem trabalha no mundo dos "negócios" sabe bem o tempo que estas burocracias demoram.
ResponderEliminarNão sei muito bem como comentar porque ninguém percebe ainda muito bem como é que esta coisa vai terminar. Por isso vou comentar o que já é uma realidade a fusão da SPM na SAD. Depois de muitos anos a lutar contra o último atentado croquetista ao clube, depois de correr com uma geração inteira de corquetes foi o primeiro presidente não corquete que oferece numa bandeja o estádio aos credores que mais tarde ou mais cedo comerão os terrenos do estádio e da academia.
ResponderEliminarO que o Bruno fez foi trair a confiança que muitos tinhamos para dar um novo rumo ao clube. A primeira coisa que fez foi sentar-se à mesa com os que nos comeram o património fazer de conta que deu uns berros e eles abanaram mas o que ele fez foi assinar de cruz o que o Gordinho Flopes tinha deixado num armário.
Em 2012, quando andava a enganar muita gente para se sentar na cadeira e para andar aí a promover-se à custa do clube, dizia ele sobre a fusão da SPM "existem momentos na vida de todos nós em que devemos dizer basta. As mentiras que rodeiam o Sporting CP são demasiadas para continuar calado. É assim que sei viver o Sporting e de outra maneira passarei a ser mais um dos acomodados que para benefício próprio se calam com tudo à espera da sua vez para tirar algum proveito do nosso Clube.Tentei, durante os últimos meses, junto de muito sportinguistas alertar para o que iria acontecer dizendo mesmo quais as desculpas que a direcção iria dar para incorporar a SPM na SAD. Entre ombros encolhidos e o silêncio as reacções foram sendo sempre similares. Assim não dá! O comunicado de hoje da direcção em que informa os sócios a decisão de fusão da SPM-Sporting Património e Marketing, na SAD é um novo atentado ao Clube. Sendo esta operação uma mera engenharia financeira derivada de fusões e contabilidades “criativas” e mantendo o Sporting o seu real problema, que é a má gestão e consequente deficit crónico, já não é preciso a entrada de investidores na SAD? Esta operação elimina essa questão? Ou vamos perder mais património que depois vai no “lote” vendido a um investidor? Isto é dinheiro real ou mera engenharia?
Como é possível mudar tanto em tão pouco tempo?
Miufa, mt miufinha... Pelo SCP e pelo País...
ResponderEliminarSó uma coisinha: não dá para nacionalizar o BES. Outro BPN e Portugal vai pró charco... transforma-se definitivamente na tal jangada de pedra à deriva... Se o sofrimento provocado em tds os portugueses para pagar o buraco provocado pela gestão criminosa de um banco é tremendo, imagine-se mais um...
Sobre as demoras na fusão da SPM na SAD... Eu sei que existe burocracia, mas realmente 1 ano é mt tempo. Custa a crer que tudo está parado apenas por uma decisão de isenção de impostos. Vale a pena começar a questionar se a poupança de 500 mil euros compensa tanto o tempo já perdido, mais o que ainda se perderá... E falta ainda saber se a isenção será mesmo concedida. È que no SCP já me habituei a esperar sp o pior, qd dependemos de decisões de terceiros. Não convém pois, confiar com o ovo no cu da galinha…
E, claro, mais uma vez terá que vir à baila a famosa promessa eleitoral: Onde param os 20M€ de investidores que "apenas" aguardavam pela eleição de BdC? Estava tudo tratado e na segunda-feira seguinte à tomada de posse, seriam apresentados... Com BdC é tudo claro, tudo transparente, td garantido, td explicadinho aos sócios... pois sim... Vê-se.
Mais de um ano para concluir a reestruturação financeira?
ResponderEliminarPassado um ano o mini-estádio nem estudo de terrenos ou projectos (depois mais um ano ou dois para a CM Alcochete aprovar) ?
Isto foi entregue foi à D. Inércia?
Como é que é possível mudar tanto em tão pouco tempo? Uns dirão que não teve outro remédio e outros que bastou sentar-se na cadeira com que sonha desde muito pequenino - diz ele! A uns e a outros, como senão soubéssemos todos como isto vai acabar. Com uma voz grossa a apresentar os investidores: - "Aqui estão eles como prometido!" E às tantas ainda é capaz de convencer outra vez muita malta.
ResponderEliminarPara já os buracos do Rei Salgado e da família real Espírito Santo até está a ter mais consequências no Benfica mas não tarda está a afectar todos os portugueses.
E o Figueiredo outra vez sem sponsors, à espera das apostas online. Que anedota, para quem já fechou uma vez a Liga às chaves...
ResponderEliminarContinuo a achar que o motivo REAL para o atraso na reestruturação financeira é que não investidor. Quanto às obras em Alcochete que a Holdimo ia pagar, essa pode ser mais uma pêta do Bruno de Carvalho, para levar os sócios a engolir a entrada do Álvaro Sobrinho para a SAD. Recorde-se que andaram a dizer cobras e lagartos dele na campanha eleitoral, portanto só apresentando a uma "luz" favorável, mesmo que mentindo, se podia "justificar" tamanho volte-face. Depois. se os sócios começam a perguntar pelas obras, arranja-se outra peta qualquer para dar a volta ao texto.
ResponderEliminarEstá mais que visto que será o BdC a levar com as culpas de 18 anos de cegueira dos sócios e dos palermas que se deixaram ir na cantiga do herdeiro do visconde. Bastava de ter tido mais um bocado de atenção à imprensa da época e dos esquemas totta-banesto para perceber o que é que aí vinha. Mas não, andava tudo distraído à procura de uma nova e suposta elitização de berço para combater xungaria popularucha das galinhas. E depois foi um ver se te avias. Todos enganados pelos 5 presidentes do consulado roquetista e parte activa das politicas que levaram à falência do clube. Mas a culpa é já do BdC, porque não reestrutura a tempo ou baixa a bola aos bes e aos angolanos. Entretanto na última Ag estiveram lá meia dúzia de gatos pingados enquanto os lambuças traumatizados pelo fim do tacho já se preparavam para artigos com o mote, "este fedelho vai falir o clube".
ResponderEliminarNão acredito, o fedelho é um empresário com um currículo impressionante.
ResponderEliminarQuem diria, alguém arranjou um emprego ao Cadete.
ResponderEliminarhttp://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=488534
ResponderEliminarFavores com favores se pagam mas ir agora trabalhar para a LPFP não é mais ou menos a mesma coisa que ir agora trabalhar para o BES?
Há aqui alguns comentários que são de levar as mãos à cabeça, e suspeito que alguns serão mesmo feitos pela mesma pessoa.
ResponderEliminarA fusão da SPM com a SAD foi aprovada em 2012, durante o mandato do Godinho Lopes.
Está aqui o comunicado dessa altura - http://www.sporting.pt/Noticias/Clube/notclube_clubeinformacao_200312_90325.asp
O que foi feito com a reestruturação, foi alterar os termos dessa fusão, de maneira a que o clube Sporting não ficasse com a dívida acumulada desse lado, com a fusão.
E bem feito, porque se não fosse assim, corríamos o risco de ter que acabar com muitas modalidades, já que o clube não teria capacidade para manter a dívida e continuar com as despesas em várias modalidades.
Ver algumas pessoas a dizerem que agora o actual presidente é que tem culpa nisso, só pode ser para rir.
E como já aqui disseram antes de mim, muita gente fala pela internet, mas depois não metem os pés nas Assembleias do clube, é triste.
E mesmo hoje vem uma notícia no jornal O Jogo acerca das obras na Academia que a Holdimo irá financiar. Aqui - http://i.imgur.com/MRda5TA.jpg
A nomeação do Cadete como Provedor do Adepto envolta em polémica e ainda com outro Provedor em funções faz lembrar o convite ao Litos com o Abel também ainda em funções. Sem dúvida o mesmo método. Parabéns ao novo SCP!
ResponderEliminarJoão Santos,
ResponderEliminarNão sei o que pretende dizer com a colocação da noticia do Jogo. As observações feitas no post foram feitas com base em 2 noticias veiculadas no site do clube. Presumo que este seja mais fiável do que o jornal referido. Isto porque o que se lê num lado e no outro não é exactamente a mesma coisa.
Caro João Santos,
ResponderEliminarEu sempre ouvi o Bruno dizer que GL só tinha deixado um PER! Fui eu que ouvi mal? Porque até fazia sentido para a comunicação da actual direcção, uma vez que não está a executar outra coisa. Não há reestruturação nenhuma sem aumento de capital e investidores! Já a continuidade das modalidades no futuro, como é óbvio pressupõem sempre um qualquer tipo de acordo parassocial.
Caro "qualquer coisa" (não gosto de me referir a gente anónima),
ResponderEliminarGL deixou um PER sim.
A reestruturação aguarda pela decisão ao pedido do Sporting para isenção de impostos em operações da reestruturação. E não são valores de 500 mil €, como já aqui disseram, mas sim de alguns milhões que se pretende poupar com essa isenção.
Caro Leão de Alvalade,
não pretendi dizer nada com a notícia d'O Jogo. Apenas deixei o link por achar que poderia ser útil para se poder recolher mais informação acerca do assunto, já que o mesmo tem sido tema de conversa.
Na opinião,não.
ResponderEliminarSó afectaria o nosso acordo se o banco falisse,sendo que aí provavelmente teríamos que chegar a um novo acordo com os eventuais novos credores.É uma situação legal.
A possibilidade do BES falir é zero.É o chamado "too big to fail".
Os bancos podem,como qualquer empresa ter o risco de incumprimento na sua dívida de curto prazo.Mas precisamente pela relevância especial de um banco,os bancos centrais (neste caso o BCE) têm uma linha de recurso(no BCE:"Marginal lending facility",com uma taxa de juro de 0,4%) que pode ser acedida confidencialmente.
Em caso de incumprimento dos rácios de solvabilidade:além do eventual aumento do capital,existe um fundo europeu específico que permite reforçar os capitais dos bancos,além dos fundos da Troika(no caso português),que ainda estão disponíveis para o efeito,
Sendo que no caso do BES nada disso é necessário pois o banco tem capital suficiente.
Pelo menos assim o garante o BdP.
O que nos afectará será um maior rigor na exigência do cumprimento do acordo,decorrente do maior escrutínio inevitável e também da diluição da posição da família ES,que já não tem uma posição de controle(embora seja o maior accionista) e que no futuro,com eventuais novos aumentos de capital ainda terá uma posição mais diluída.
Teremos uma relação ,não com um banco controlado por uma família portuguesa com o que isso implica mas sim com (provavelmente) representantes de accionistas estrangeiros que adoptarão uma posição mais "businesslike" e a quem os nosso clubes dizem pouco.
Notem-se no entanto que ninguém quer colocar mais de 400 M na coluna do crédito malparado.
As facilidades acabaram,assim como as reuniões com gritarias à mistura,como parece que ocorreu nas reuniões entre nós e a banca.
Portanto,do meu ponto de vista,teremos que cumprir mais rigorosamente (ou continuar a cumprir) o acordo firmado.