Levou quase uma hora para o Sporting desbloquear o jogo de Penafiel. A esta hora pensarão que, tendo o golo inicial de Slimani acontecido apenas aos sessenta e nove minutos, as minhas contas estão mal feitas. Não se trata de um engano mas sim o assinalar do momento em que a entrada de Montero (especialmente) e Adrien, para o lugar dos pouco inspirados William e André Martins que viria a ter importância decisiva no desfecho final. Seria o colombiano que, com as suas movimentações, assistências e até no regresso aos golos que funcionaria como o café que faltava a uma equipa que procurava o golo de forma pouco esclarecida e convicta. Como é evidente isto não significa relativizar a importância do golo de Slimani, uma vez que num jogo que se encaminhava para o final ele se tornava cada vez mais urgente. Golo que até podia ter acontecido até bem cedo no jogo, não fora uma perdida inusitada de Nani. O que é natural nele é fazer golos com os da classe com que se haveria de encerrar a contagem.
O jogo seria marcado pela infelicidade das opções iniciais de Marco Silva, uma vez que recuar João Mário para a mesma linha de William e a entrada de André Martins para o lugar do primeiro não tiveram resultados positivos. William não rende tanto como na posição "seis", perdendo protagonismo. João Mário também não parece ter genica para passar grande parte do tempo a recuperar bolas, como este recuo no terreno implica. André Martins não consegue oferecer o esclarecimento que sai das botas de João Mário quando joga menos recuado e com mais liberdade para chegar mais próximo dos avançados. Apesar desta anemia no meio-campo o Sporting pôde contar com os seus dois jogadores mais talentosos para ir chegando à frente,
Marco Silva, empurrado pelas circunstâncias, é certo, seria feliz e clarividente quando mexeu na equipa, especialmente na dupla que entrou de uma assentada, Adrien e Montero. Foi a partir daí que o Sporting foi definitivamente superior e demoliria a resistência penafidelense. Talvez este seja um bom ensejo para o treinador equacionar a possibilidade de tomar a iniciativa de reconsiderar algumas opções que fragilizam a equipa, ao invés de esperar pela inevitabilidade imposta pelo ocorrer dos factos. Ontem, enquanto Paulo Oliveira demonstrou que está à frente dos habituais titulares, Sarr foi-se encarregando de acelerar a pulsação cardíaca, uma vez que os avançados do Penafiel, por iniciativa própria estavam dispostos a fazer descansar Patricio, depois da memorável exibição no inicio da semana.
O Sporting saiu assim de Penafiel com uma vitória mais que justa mas cujos números não espelham as dificuldades sentidas até desfazer o zero inicial. Uma vitória que aproxima o Sporting dos lugares na classificação que lhe são naturais.
Fiquei um pouco apreensivo com a exibição do William. Não sei o que se passa, mas está com um décimo da agressividade e disponibilidade física do ano passado.
ResponderEliminarEm sentido contrário, Slimani está finalmente a regressar à boa forma. Mesmo com um arranque aos soluços já leva 4 golos e ainda vai fazer muitos mais. Mais de 20, seguramente.
Fez-lhes falta a pré-época (aos dois), mas Slimani já está a responder. William talvez precise de parar.
Jô
Jô, resta saber se a insegurança do setor defensivo (pouco notada em Penafiel face à fragilidade do opositor) tem um contributo do William; ou se o menor rendimento do William tem um contributo do setor defensivo.
ResponderEliminarA título de exemplo, todos vimos, no ano passado, o William a fazer aquelas viradas que só ele sabe fazer com dois adversários à perna. Admito que a segurança defensiva da equipa, a forma como estava posicionada, etc. contribuísse para a confiança em executar um lance desses. Este ano, toda a equipa parece ter a perceção de que o destino de um lance perdido depende de o(s) colega(s) estarem ou não no sítio deles. O que nem sempre tem sucedido, como sabemos.
Provavelmente, serão ambas.
E surge depois outra questão: o Rosell da pré-época não merece ficar sentado a ver este William jogar; mas sem jogar dificilmente William volta ao ritmo do ano passado...
Koba, Jô,
ResponderEliminaras dificuldades do William são naturais pelo facto de ter começado mais tarde e por não estar a ter o mesmo papel que o ano passado. Aí Jardim pedia-lhe para ser mais posicional, mais seis. No sábado vimos várias vezes a dividir a construção de jogo com João Mário na esquerda e a tentar pisar lugares mais adiantados no terreno, em funções mais alargadas. Associado à sua dificuldade em gerir tão bem os espaços nas costas como gere a posse da bola, é natural que perca influência. É um bom desafio para ele, tem aqui uma oportunidade de ser um jogador mais completo. A sua saída também se dá pelo facto de estar amarelado. Oxalá tivéssemos nós mais jogadores com a qualidade dele.
Boa 2.ª parte do SCP. Entradas de Adrien para 'trinco' e Montero para '10' (a descair para a direita), foram decisivas. Especialmente este ultimo que, com a sua qualidade técnica foi o principal companheiro de Nani nas combinações ofensivas. O 4.º golo é o exemplo perfeito disso. Sublime assistência para finalização cheia de classe. A cereja no topo de um bolo com cerca de 20 minutos brutais. Mt saboroso ,amsi ainda pq Fredy mata borrego... e permitiu uma partilha de festejos entre publico verde-e-branco e equipa de arrepiar.
ResponderEliminarNota a confirmar um Paulo Oliveira bem mais confiante e afirmativo. O post não refere, mas houve mts momentos em que a defesa esteve mais recuada. Isto se compararmos com os dois últimos jogos em Alvalade. Parece-me que essa situação vem "ajudar" um pouco as debilidades defensivas que, mesmo contra equipas frágeis, teimam em continuar.
Nota da jornada: a bófia (PSP) é mais uma vergonha no futebol português. Deplorável a sucessão de episódios de violência e abuso policial. Agora estragaram a vida a um indefeso adepto boavisteiro. Onde pára a Liga e a FPF? Quem defende o futebol destes... bullies?
E o João de Deus, que vos parece?
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