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Foto ZeroZero |
É comum no futebol usar-se a expressão "matar o borrego" quando uma equipa alcança uma vitória há muito tempo fora do seu alcance. O termo por certo refere-se ao ritual de matar um dos melhores animais do rebanho para celebrar um acontecimento festivo. No caso de ontem talvez fosse melhor pensar num animal mais velho, uma cabra já com sete anos de idade, tantos quantos o Sporting não ganhava naquele recinto. E aí não houve meias medidas, o Sporting matou a dita cabra, esfolou-a, confeccionando de seguida uma bela chanfana, com que se refastelou até ao último ossinho. Uma vitória categórica que se vê no resultado e se viu quase sempre no relvado.
S. Marco, caçador de dragões
Pela segunda vez consecutiva Marco Silva fere de morte o dragão na sua própria toca. Tal como se imaginava, Marco Silva apostou numa equipa pressionante, reduzindo o espaço de jogo com uma defesa subida e condicionando a saída de jogo do adversário, com elevado grau de agressividade, logo desde que a bola caía nos pés dos centrais. Se é verdade que Lopetegui tem alguma razão quando refere que os seus jogadores falharam em demasia num jogo desta importância, a sua afirmação não pode minimizar o enorme mérito dos jogadores do Sporting, cuja acção contribui de forma decisiva para os erros dos seus adversários.
Há quantos jogos não marca Montero?
Foi assim quando Montero apareceu a tentar cabecear, fazendo com Marcano se desarticulasse, e seria o mesmo Montero a pressionar quase na linha de fundo, a obrigar Maicon a errar para, uns metros acima, servir com mestria Nani. A provar, se preciso fosse, que a importância de um avançado não se resume nos golos que obtém, por mais que sejam apenas estes que servem para avaliar a sua produção. Quando, de forma insistente, se refere que, com esta retaguarda, a presença do colombiano tenderia a render proveitos é a isto que se tem em mente. A mim, desde que o Sporting ganhe, é-me indiferente quem marca, o importante é por a redondinha lá dentro da baliza. A pergunta do parágrafo pode ser importante para fazer manchetes, mas não belisca a qualidade do colombiano, um dos melhores do nosso plantel.
A muralha
Foi preciosa
a lembrança do Cantinho ao lembrar o azar dos que pretendiam apoucar Patrício. Uma atitude bacoca e provinciana. Ignorante até do facto de o nosso guardião estar a viver talvez o melhor período da sua carreira. A morte de Patrício foi, após o Mundial, mais uma vez anunciada prematuramente. A sua capacidade de superação e indiferença perante a mesquinhez e azares próprios da posição em que joga é absolutamente notável!
Um moinho no meio-campo
William está aos poucos a regressar ao que melhor conhecemos dele. Ontem, talvez por Marco Silva lhe tenha pedido que voltasse a ser mais posicional do havíamos visto em alguns jogos anteriores este ano, esteve ao nível que o tornaram um dos jovens mais apetecíveis do mercado europeu.
Um gigante invisível
Este não é o Nani que vendemos ao Manchester United. Esse era muito mais inconsequente e inseguro que o que temos o deleite e o orgulho de ver de leão ao peito. O azar do FCP ontem foi não o conseguirem ver, enorme, gigante, a empurrar a equipa para a frente e, para lá da miséria que ia fazendo a médios e defesas azuis e brancos, ainda teve tempo para mandar bolas ao poste, marcar golos e assistir.
A âncora que impede o barco de navegar a todo o vapor
Marco Silva começou por ganhar o jogo quando sentou Sarr. Mas ainda há alguma coisa para fazer para a equipa poder ser considerada tão candidata como os seus rivais: a consistência defensiva. Algo que não passa apenas pela qualidade individual, mas pelas dinâmicas colectivas. A quantidade de oportunidades que concedemos aos adversários são ainda demasiadas, e ainda por cima grande parte delas apenas com Patricio na frente dos adversários. Se encontrarmos um melhor equilíbrio neste aspecto do jogo então aí a conversa muda completamente.
Os omnipresentes
Onde tu fores eu vou lá estar é um lema que os adeptos cumprem a rigor. Ontem, por circunstâncias especiais, pude assistir de posição privilegiada a um verdadeiro show de bola dos nossos adeptos, que fez lembrar os anos em que pintávamos de verde e branco a velha superior norte do estádio das Antas. Um consolo para quem não pôde celebrar os golos com a euforia desmedida de sempre, como de devem celebrar todo e qualquer golo do Sporting, como se fosse o primeiro ou o último. Chanfana já era um dos meus pratos preferidos, desde ontem ainda um pouquinho mais.
Foi realmente bom:)
ResponderEliminarDe facto, o Nani que vendemos ao MU era um grande jogador, mas este que eles emprestaram e' extraordinário, que possamos continuar a desfrutar!
Porra Leão, tanta coisa em comum...
ResponderEliminarComecemos pelo fim. Chanfana também é dos meus pratos favoritos. E a de sábado foi das melhores que já comi. E aquela parte mais tostada, que a carne que está no topo da panela tem (a minha preferida), foi a alegria que devem ter sentido os 4 mil leões que estiveram presentes no Dragão. "Arrumados" (para ser simpático) numa jaula pequena, foram de bravura e apoio enormes que só vê neste nosso clube. Parabéns para eles (também)! Lá no alto, fizeram-me lembrar aquela romaria a Madrid, em 1994, para mostrar ao Real como é que se jogava à bola (e se apoiava um grande amor).
E, desta vez, embora a exibição tenha sido tão enorme como então, a vitória sorriu-nos.
Marco Silva está como a equipa, em crescendo. O 3º golo soltou-o, e isso viu-se numa conferência de imprensa muito segura e onde falou, e bem, de futebol.
Não fossem os equívocos de quem também está a crescer (Heldon em Coimbra em vez de Mané ou Capel; Sarr em vez de qualquer um do plantel; ausência demasiada prolongada de Montero da equipa) e as "guerras internas" com Rojo e Slimani (que afectaram o treino e a equipa), e não haveriam 6 pontos de diferença para os actuais líderes da Liga (os empates com esta Académica e Belenenses estão atravessados...).
Montero é enorme. Um jogador brutal que entende o jogo como ninguém. O toque de cabeça para o 2º golo, a rapidez de execução e raciocínio só estão ao alcance de quem é muito bom. E Montero é.
Ainda há palavras e adjectivos para Patrício? Por vezes, parece que este clube e país não o merece. Mas ele também quer combater contra isso. Desde de Damas (com um pequeno interregno com Schmeichel) que não existia nada assim em Alvalade. Vai custar muito quando, um dia (com justiça), partir.
A notícia de que o Arsenal vem tentar buscar o William em Janeiro parece ter funcionado. E o facto de Lopetegui o ter desprezado também (não existir ninguém que condicionasse o seu jogo foi um erro enorme). William fez um grande jogo por mérito próprio mas porque Adrien e João Mário também foram grandes.
Nani. Tem de jogar todos os jogos (a APAF não quer isso, eu sei). É de outra realidade. Parece "falsificado", um júnior a jogar com os infantis. E a equipa, em volta dele, torna-se maior do que realmente é. Só os líderes têm estas virtudes.
Também por ele este Sporting não pode deixar de vencer. Será isso que manterá ainda mais motivado e concentrado no nosso sucesso.
Mais do que um bom resultado e exibição contra o milionário e experiente Schalke, importante é dar continuidade às vitórias com o Marítimo, no próximo domingo. E Alvalade terá de corresponder 10x mais do que fez no Dragão (40 mil já!!).
Sem a "guerra interna" com Rojo não haveria Nani. É importante não esquecer que é preciso sofrer e arriscar para conquistar. SL! JPT
ResponderEliminarGrande personalidade da equipa do Sporting, que nunca cedeu emocionalmente nos períodos mais conturbado reagindo sempre com um enorme carácter (exemplo: qd sofreu o empate, ao conrário do que seria de supor, fi o SCP a tomar, conta do jogo). Rei Patrício, Sir William e D. Nani, the first, em plano elevadíssimo! Se RP e Nani são já uns habitués nas exibições de excelência, WCarvalho em 2 jogos contra o fcporto, e, como tal, de nível elevado de dificuldade, demonstrou (e calou, espero que definitivamente mts detractores...) o pq de ser um jogador tremendo: é nos jogos grandes que aparece tb em... Grande! Bravo!
ResponderEliminarUma palavrinha para o apaf / SD de serviço. Jorginho: Arrota, bom proveito... Nem com mais uma arbitragem manhosa no dragão o sousa se livrou de passar o resto do fds com azia.
Outras notas: a dupla de centrais só podia melhorar... Paulo Oliveira é, actualmente e sem ponta de qlq dúvida, melhor que Sarr . Ainda assim, continua a ser este o nosso calcanhar de aquiles.
Nota final para os fervorosos leões que estiveram do dragão: provaram o pq de sermos imbatíveis no apoio e no amor clubístico. Obrigado e Parabéns.
A mim soube-me a polvo à galega! Aquilo que retive mais foi a maturidade da equipa. O Sporting estava a precisar de uma vitória destas, num campo tradicionalmente difícil e sem espinhas, um pouco a exemplo da nossa derrota do ano passado na Luz.
ResponderEliminarFomos superiores, fomos maduros e a vitória surgiu naturalmente como o algodão, não enganou. Os primeiros jogos com resultados muito aquém da produção da equipa, tenho particularmente atravessados na garganta os jogos com o Belenenses e Maribor, podiam levar a perder a cabeça, mas um dos méritos que existe é saber aguentar as tempestades sem as transformar em tormentas.
Sarr, ganha agora espaço para evoluir protegido do ruido provocado por cada erro absurdo mas compreensível num atleta imaturo (em jogo e em idade), a seu tempo terá condições para assumir maiores responsabilidades. Continua a ser a defesa o sector a precisar de evolução e consistência de processos, e quando digo defesa não reduzo aos 4 elementos aquele meio campo de luxo que brilha enormemente no plano ofensivo também tem de o fazer defensivamente.
Ah, se o treinador dedicou a vitória aos adeptos, o meu pequenino pedaço dedico por inteiro a Patrício, grande joga miúdo!!!!!
Grande Sporting. Apenas espero que não seja um caso isolado e sim o partir para uma excelente época. A nossa primeira parte em Alvalade (contra o mesmo adversário) poderia ter sido logo arrumada a questão tão avassaladora foi a exibição.
ResponderEliminarLdA, desculpa-me o offtopic, mas quando arranjares um tempinho gostaria de ler a tua opinião sobre a "'candidatura" de luís duque a presidência da liga de clubes.
Forte abraço