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Sporting e Portugal como denominadores comuns (Imagem FPF) |
Uma breve reflexão, sem grande profundidade, na sequência da jornada europeia de selecções. Esta abrangeu também as selecções sub-21, concorrendo para que o Sporting contasse com uma mobilização, em ambos escalões, de 19 (!) jogadores cuja formação foi da sua responsabilidade. A saber:
Nos sub-21: Ié, Ilori, Bruma, Mané, Esgaio, Iuri, Ricardo e Tobias. Os 3 primeiros seriam excluídos por lesão e o último, Tobias, acabaria por entrar na convocatória posteriormente.
Nos AA: Patrício, Beto, Cédric, Fonte, Moutinho, Nani, João Mário, William, Adrien, Ronaldo, Quaresma.
O prestigio - Por muito que custe admitir a muitos, especialmente por razões de alergia clubista primária, o Sporting tornou-se no principal criador de jogadores de selecção. Esse facto é reconhecido internacionalmente de forma frequente, embora por cá não pareça merecer o mesmo destaque.
A evidência de uma aposta - O presente lote de jogadores deve ser considerado circunstancial, porque tanto inclui jogadores de "lugar cativo" na selecção, como outros que estão de passagem. Isto tanto quer dizer que o número de jogadores pode ser menor ou até maior, não sendo o mais importante agora. Mais importante que o número, é a disseminação de jogadores de diversas gerações em cujas pontas do leque estão Beto e João Mário, completando 11 anos de diferença de diferença entre si.
Não estendo a análise aos sub-21 pois, neste escalão, é ainda demasiado cedo para falarmos em certezas. Ainda assim atrevo-me a dizer que Ilori, Bruma, Mané, Esgaio, Ricardo e Tobias têm tudo o que é preciso para nos obrigarem a fixar os seus nomes pela próxima década ou quase. No meio ficam jogadores como Patrício e William a assegurar a manutenção do nome do Sporting para lá da fase final do Europeu de 2016, com Nani, Moutinho, Ronaldo e eventualmente Quaresma a constituírem nomes incontornáveis pelo menos até lá. Para não tornar a análise demasiado especulativa, fico-me pelo critério do seleccionador que presidiu à actual escolha, abstendo-me assim de apontar outros nomes, mesmo que evidentes, a poder entrar para a actual selecção.
O que estes números revelam, e que me parece acima de qualquer contestação, é que o trabalho de prospecção, criação e de incubadora do departamento de formação do Sporting há pelo menos duas décadas consecutivas se elevou a um nível elevado, superando os seus concorrentes directos neste capitulo. Repare-se que mesmo os mais novos de idade são já quase veteranos no clube. Mané, por exemplo, tem apenas 20 anos, mas está no clube desde 2001, há 13 anos, portanto. O que perfaz mais de metade da sua ainda curta vida, sendo por isso um dado incontornável e absolutamente notável!
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Campanha de apuramento invicta (imagem FPF) |
No aproveitar é que está o ganho. Ou o prejuízo - Se olharmos para os dezanove jogadores da amostra rapidamente se conclui que apenas dez representam ainda o Sporting, sendo que um deles (Nani) o faz de forma episódica. Dos restantes nove que não possuem já ligação, quatro estão já definitivamente com um pé fora de Alvalade, apesar de pertencerem ainda aos sub-21. Precisamente aqueles que apontaríamos como os melhores da respectiva geração. Um dado a merecer reflexão, para se perceber se estamos a olhar para um mero episódio ou para uma tendência.
Obviamente que um clube que todos os anos lança para o mercado um plantel inteiro de jogadores acabados de chegar a seniores tem que se conformar com o facto de não poder ser infalível nas suas estimativas, quanto ao futuro dos jogadores. Assim como se deve (re)conciliar com ideia de que não pode impedir os jogadores que forma de quererem mais - seja isso dinheiro, notoriedade, campeonatos mais competitivos, etc - do que o clube pode oferecer. Neste capítulo o Sporting só pode fazer duas coisas: (i) procurar o ressarcimento do investimento feito no jogador e, num futuro tão breve quanto possível (ii) tornar-se ainda mais atractivo como projecto de carreira para os seus formandos. O que, por muito que nos custe admitir, poucas vezes o tem sido.
Necessidade ou convicção? - Duas razões me parecem acima de contestação para justificar o sucesso da formação do clube: (i) a elevada qualidade dos jogadores que forma, tornando-os apetecíveis aos olhos de quem tem disponibilidade para pagar o que eles valem. Olhe-se, se preciso fosse, para os clubes que representam. E o facto de o clube (ii) incorporar diversos jogadores no seu plantel principal com origem na sua academia, o que o distingue claramente dos seus rivais.
Falta saber se o faz por necessidade - seja ela por falta de mais recursos, seja ela ditada por motivações eleitoralistas - ou por convicção. É que sempre que parece haver um pouquinho mais de dinheiro para gastar a convicção parece perder força e os jogadores da casa lá têm que correr mais do que os outros, ganhando quase sempre menos, para, quase sempre, e com grande facilidade, fazerem mais e melhor do que os "forasteiros".
O que dizem as bolas de cristal sobre o futuro? - Alguns dados recentes, como sejam a falta de títulos - cujo valor indicativo é ligeiramente significativo, mas é apenas "um dos"- o número de jogadores nas selecções jovens, os resultados gerais e os especificios com os rivais e clubes que melhor formam como, por exemplo, Vitória(s), Braga, etc, etc, já fizeram soar várias campainhas. Ora isto são apenas resultados que ocorrem quase nunca por acaso mas, como a palavra indica, como corolário do trabalho da prospecção, da qualidade dos técnicos e dos dirigentes.
Mais do que um libelo definitivo, ditado por ocorrências esparsas, é necessária reflexão. Dispensam-se excesso de optimismo ou pessimismo militante, que a realidade se encarrega de desmistificar. Até porque as transformações estruturais, e por isso basilares, raras vezes são detectadas a "olho nu" requerem demorada digestão e compilação de factos.
Falta o Adrien na lista!
ResponderEliminarEu acho que o verdadeiro problema da nossa formação está agora nos escalões mais baixos onde sem estar por dentro da situação creio que não será falso afirmar que com esta direcção e com a anterior se perderam muitos quadros da academia, nomeadamente treinadores e olheiros
ResponderEliminarE para mim essa é a chave para o futuro, porque corremos o risco de daqui a 3 ou 4 anos não ter jogadores com qualidade para darem o salto para a equipa principal
Em relação ao aproveitamento - é dificil entrarem muitos jogadores por ano para a equipa A - porque nem todos terá qualidade e porque há sempre aqueles como Bruma, Ilori ou Dier que tendo bastante qualidade se vêm aliciados por outros clubes e quase que não passam pela equipa principal
No entanto o aproveitamente financeiro é também importante - se a academia render 10M a 15M por ano é uma excelente fonte de financiamento
Em relação a este ano - creio que poderiamos ter aproveitado melhor 2 jogadores (Wallyson e Esgaio) e obviamente não ter contratado GEraldes e Slavshev
Em relação a outros jogadores da B, há qualidade em Medeiros, Chaby, Podence, gelson, mas com a entrada de Nani e a permanencia de Capel, não teriam muitas oportunidades - quanto a Tobias estever emprestado e não pelas melhores razões - creio que é prudente passar primeiro pela equipa B
Ou seja ainda bem que havia um pouco mais de dinheiro, porque há posições onde claramente nao tinhamos opções em qualidade nem em quantidade na equipa B
Nimguem poem em causa a qualidade da formacao do SCP mas em pergunto se ganhar titulos nos seniores nao e mais importante?
ResponderEliminarMuito boa reflexão. A ideia de que "somos os maiores" na formação é uma postura tão lampiónica como irreal. Nada cai do céu, tenho muitas dúvidas do que seremos daqui a 10 anos. Os principais fornecedores da selecção que tanto nos orgulhamos será muito dificil se continuarmos a apostar em Sacko's e Gauld's para pormos a mexer ou no banco os portugueses. Se isso fosse substituído por títulos ninguém se ligava, mas também esses me parecem ser muito difíceis de lá chegar. Não é contratar Nabiçarr's e oferecer-lhes a titularidade só por que sim.
ResponderEliminarJÁ AGORA! deves ter tido um orgasmo anal a ver o teu querido Paquetes lopes na rtp, não é, lambuças mongoloide?
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