Chamou-me à atenção a preocupação manifestada ontem por Pedro Baltazar relativamente à sustentabilidade financeira da SAD. A questão interessa ao “ANortedeAlvalade”, onde o debate sobre o tema foi aqui várias vezes lançado, e porque é de importância crucial para qualquer organização. A generalidade dos portugueses sabe hoje muito bem quanto pode custar viver acima das possibilidades: mais tarde ou mais cedo a factura terá que ser paga.
Faz sentido colocar a questão, como o faz agora Baltazar? Não faltará quem sinta que ela é extemporânea, em contra-ciclo com um bom momento no futebol, por poder introduzir instabilidade. A mim parece-me que uma questão desta importância está sempre actual. Claro que, lendo o que o Record transcreve (o que nem sempre respeita o que foi dito), não sou suficientemente ingénuo para não me interrogar se as preocupações de Baltazar são genuínas, ou se ainda as faz de fato de “ex e futuro candidato” vestido. Talvez seja um pouco de ambas as coisas: por um lado tenta gerir a agenda mediática de forma a manter-se na memória dos sportinguistas, e por outro está preocupado como qualquer um de nós com o rumo dos acontecimentos.
Acontece que o Sporting, por forma a combater a sua cada vez mais notória falta de competitividade, foi obrigado a investir “o que tinha e o que não tinha” na sua equipa de futebol e teve que fazer esse ajustamento em contraciclo com o que recomendaria a conjuntura. Poderíamos discutir se havia outros caminhos, mas a discussão seria estéril porque não nos faria voltar atrás e porque, à semelhança do que aqui fui manifestando nos piores momentos da equipa, e em oposição ao que foi feito no passado, Carlos Freitas conseguiu o que era quase tido como impossível: (i) é difícil olhar para as aquisições do Sporting e identificar um verdadeiro flop. Não menos importante, e independentemente da nossa disponibilidade, (ii) o Sporting não pagou valores exorbitantes, se atendermos aos factores custo/valor/estatuto dos jogadores contratados. Nesta equação é conveniente não esquecer a importância do papel treinador que, desde o início da sua carreira, tem sabido manter e criar valor nas equipas onde passou.
Tendo portanto presente a actual conjuntura, em que a possibilidade do encolhimento das receitas é real, apanhando as despesas em sentido ascendente, é indubitável que o Sporting está a correr riscos. Falta saber se os riscos que corre estão dentro do razoável, sabendo como sabemos que a actividade é em si mesma de elevado risco: só pode haver um campeão, só dois têm acesso directo às verbas da Liga dos milhões, ficando os restantes no meio do deserto de receitas e, no que pode constituir um pernicioso efeito de “pescadinha de rabo na boca”, com acesso vedado a um patamar competitivo e a uma montra dos seus “produtos” mais elevados.
Como adepto e sócio do Sporting não vejo outro caminho que não passe por uma equipa forte, que nos permita disputar com os nossos pares os títulos nacionais TODOS. Isso tem custos. Disse-o já aqui anteriormente que este deveria por tudo o que foi dito acima, ser considerado o ANO ZERO. Por isso o Sporting se viu obrigado a aguentar simultaneamente as perdas de imparidade acumuladas (Zapater, Pedro Mendes, Maniche, etc, etc) com o forte investimento realizado.
Como se pode ver pela amostra ainda tímida, a desejada valorização dos activos é perfeitamente possível, mas as hipotéticas receitas que daí advirão só poderão ser contabilizadas no final da época, uma vez que não é desejável começar a vender já em Janeiro. Até lá estou ciente de que o Sporting enfrentará sérios problemas de liquidez para fazer face às suas despesas correntes.
Para responder a este problema, e respondendo à questão colocada por Pedro Baltazar, cabe-nos como adeptos responder presente dentro das possibilidades de cada um. O esforço necessário tem que ser colectivo e abarcar o Universo Sportinguista e não pode, ou não deveria, estar dependente das bolas que entram, dos penaltys que nos espoliam ou dos golos que nos anulem. Porque o futuro é amanhã mas está jogado todos os dias.
Uma dúvida: Pedro Baltazar ainda é dono do passe do Daniel Carriço em resultado da sua saída de accionista da SAD? Ou essa situação "estranha" já foi resolvida? Isso pode ter influência nesta tomada de posição. Mas não sei se tem; estou apenas a perguntar.
ResponderEliminarJosé Moreno,
ResponderEliminarO Pedro Baltazar nunca foi dono do passe do Carriço. O passe serve de garantia à divida de 5 milhões que o Sporting lhe reconheceu dever ao tempo de Eduardo Bettencourt.
Não é bem a mesma coisa.
Eu acho que são assuntos importantes, mas não devem ser objecto de discussão pública neste momento.
ResponderEliminarEspero que o GL consiga aproveitar o que de bom têm todos os candidatos derrotados. Penso que se houver uma oposição pacífica e construtiva por parte de BdC, Baltazar, Abrantes Mendes e Dias Ferreira, só o Sporting tem a ganhar. É bom é que se ultrapassem as quezílias do período eleitoral. Precisamos de todos, pois todos têm o seu valor.
Pedro S,
ResponderEliminar"Espero que o GL consiga aproveitar o que de bom têm todos os candidatos derrotados"
Isso não depende em exclusivo de GL, os ex-candidatos também terão que fazer alguma coisa...
Obviamente. Mas o discurso dos ex-candidatos não me parece ser corrosivo. Nem podia ser, com a equipa de futebol a ganhar e a jogar como joga. Com uma corrida do Sporting com 5000 pessoas, com um estádio mais verde, com os símbolos de volta ao clube, com títulos nacionais, europeus e mundiais em diversas modalidades, etc, não poderiam ser corrosivos. E é nestes momentos que se pode apreciar a utilidade da oposição. Para mandar abaixo quando a coisa corre mal já sabemos que eles lá estão. Estou aqui um pouco a fazer analogia com o cenário político em Portugal, o que se calhar não é correcto. Mas não anda muito longe.
ResponderEliminarGL é o nosso presidente, e sabe o k faz !
ResponderEliminarVejam este vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=5UQUrhC-z7I
Esta otimo !
LdA:
ResponderEliminarMais um post avisado. Parabéns.
Sem tempo para mais comentários, segue um gde abraço.
Força SCP! A décima está já ao virar da esquina...