Os prémios Stromp serão, juntamente com os atribuidos na festa do Rugido do Leão os de maior significado no universo leonino. Os primeiros foram ontem entregues pelo grupo Stromp, organização que escolheu o nome de Francisco Stromp. co-fundador do Sporting e um exemplo de dedicação total ao clube que serviu em inúmeras funções.
A lista de premiados é extensa como habitualmente, porque também o é a das actividades e dos atletas, dirigentes e funcionários que servem o clube. Dessa lista constam três nomes que há bem pouco tempo seriam muito improváveis mas que, quanto a mim justificam plenamente o tributo que lhes foi prestado. Falo de Godinho Lopes, dirigente do ano, Rui Patricio, futebolista do ano e Polga, prémio carreira.
Godinho Lopes
De uma eleição tangencial, sem direito a período de graça, passando por um duro período de afirmação que se estendeu até às primeiras vitórias consecutivas de Domingos, estão apenas 6 meses, mas como que uma vida numa nova dimensão.
Tendo sido ele o principal alvo da contestação é, naturalmente, o que mais louros colhe pelas escolhas que fez dos elementos que o acompanham. Isso vale seguramente mais do que belos discursos, matéria onde sairia a perder em relação a quase todos os candidatos que com ele concorreram às eleições. Só que os resultados, no campo essencialmente, e no futebol em particular, podem mais que as palavras e até do que alguns bons actos. Com uma equipa de futebol que ganha e que joga um futebol onde os sportinguistas se revêem de forma geral, o prémio é quase uma consequência natural e não me parece que seja objecto de grande contestação. O Sporting está de volta e isso muito se deve a ele e também à equipa que escolheu. A pergunta que fica, e que é também um desafio, é se poderá ele voltar a receber o mesmo prémio no próximo ano.
Polga & Patrício
A consagração destes dois atletas, mesmo no seio de um grupo restrito como é o grupo Stromp, (por isso menos permeável, para o bem e para o mal, ás opiniões de bancada) e pelos motivos evocados parece-me justa. Polga tornou-se no o atleta estrangeiro que mais vezes vestiu a camisola do Sporting. No período em que o fez o Sporting esteve longe de viver os seus momentos mais brilhantes e, se o defesa brasileiro esteve nos melhores deles, como nas conquistas das taças, da carreira brilhante até à final da Uefa, e por duas vezes quase ter conquistado o campeonato, também está ligado a episódios que preferiríamos não ter vivido, como foi o caso da eliminatória com o Bayern.
Nos oito anos de Polga, Patrício esteve em cinco. Ambos estão marcados pela bancada pelos desaires vividos nesse período, e que não foram poucos, marcas essas que duvido alguma vez venham a ser apagadas. Ao contrário da maioria, e de um indisfarçável rancor que lhes é devotado, sempre entendi que, para lá das suas qualidades e defeitos e das muitas falhas individuais, são tão vitimas como réus de um período que queremos não se volte a repetir. Esse período representa um tempo em que o Sporting ficou quase reduzido à sua expressão mínima em que, ao invés de promover e valorizar os seus activos, depreciou-os. Perdemos nós, mas perderam também os atletas.
Parece-me pois natural que, ao fim de oito anos de ligação ao clube, um atleta veja essa relação reconhecida. Tal constitui um exemplo transversal num clube que, tirando o exemplo recente de Liedson, se esquece dos que o serviram. E quantos antes de Polga o mereciam...
De igual modo me parece justo o prémio dedicado a Rui Patrício. Depois de uma época frustrante a todos os níveis, Patrício não só sobreviveu como subiu um degrau na sua carreira, ao estender o seu estatuto de titular à selecção nacional, que ajudou a qualificar para o Europeu 2012.
Para concluir, não posso deixar de assinalar que estes prémios, até há pouco improváveis, podem muito bem ser um sinal de uma pacificação interna que, a acontecer, poderá ser uma das maiores e também mais necessárias vitorias dos últimos anos.
Lista de galardoados da 49.ª edição do Jantar Anual do Grupo Stromp:
Diogo Neves (atleta do ano)
Joana Ramos (atleta do ano)
Miguel Albuquerque (coordenador do ano)
Orlando Duarte (técnico do ano)
Gonçalo Alves (revelação do ano)
Rui Patrício (futebolista do ano)
Joaquim Carvalho (saudade)
João Mário (Academia Sporting)
Vítor Araújo (sócio do ano)
João Salvador Marques (dedicação)
Luís Godinho Lopes (dirigente do ano)
Anderson Polga (especial carreira)
Equipa de Karaté Juniores (especial europeu)
Museu Mundo Sporting (especial prestígio)
Futsal (especial mérito desportivo)
João Pina (europeu judo)
João Silva (europeu triatlo)
Francis Obikwelu (europeu atletismo)
Naide Gomes (europeu atletismo)
Diogo Chen (europeu ténis mesa)
Katerina Larsson (europeu triatlo)
Rodrigo Baltazar (europeu triatlo)
Diogo Tocha (europeu hóquei em patins)
Diogo Alves (europeu hóquei em patins)
Sérgio Paiva (europeu karaté)
Rodrigo Borrega (europeu karaté)
Nuno Silva (mundial special olymp. natação)
Ana Carvalho (mundial special olymp. natação)
Todos os Sportinguistas devem viver, em consciência, o significado que essa condição acarreta: a obrigação de honrar, todos os dias, as todas as horas, a dimensão incalculável que esta enorme instituição tem.
ResponderEliminarSer Sportinguista é, obrigatoriamente, um exercício de enorme responsabilidade. Pela história deste centenário Clube e pelo esforço, devoção e dedicação de todos os que, e foram muitos, o serviram. Só assim faz sentido falar em glória.
Quem é aquela louraça?! Suponho que pelos nomes seja a Katerina Larsson?
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