Afirmar que a arbitragem é de há muito um problema para o futebol português é uma evidência que ninguém contestará.
Provavelmente será até mais correcto afirmar que a arbitragem é um rol de problemas. E, nesse rol de problemas, encontramos pontos de contacto com as mesmas enfermidades que afectam os nossos congéneres por todo o mundo. A arbitragem fez poucos esforços e sobretudo pouco consistentes para acompanhar quer a evolução do futebol e despreza a ajuda que a tecnologia podia oferecer. Pior do que isso é nem sequer abrir a discussão a todos os intervenientes, ou não olhar ao que já se faz à sua volta noutras modalidades, preferindo o "ditctat" autista do International Board.
Não sou um "maluquinho das novas tecnologias" no futebol mas entendo que essa discussão deve existir. Quem vê os jogos do Torneio das 6 Nações e constata a forma limpa e expedita como se resolvem, a contento de todas as partes, as dúvidas que ocorrem durante o jogo, não pode deixar de se interrogar no quão benéfico poderia ser para o futebol a utilização de uma solução semelhante.
A suspeição e a crença em "teorias da conspiração" sofreria um sério revés. Ambas existem em todos os campeonatos, nacionais e internacionais, e relutância da FIFA em abrir essa discussão é o principal fermento para a sua existência: a percepção generalizada entre os adeptos é a de não quer abrir mão por não querer deixar de mexer nos cordelinhos quando e como lhe apetecer, o que muitos pensam ser prática comum.
Se o problema da suspeição é generalizado no caso do futebol português é enraizado. E, por muito que alguns se vistam de Nereidas (as da Ilha dos Amores, de Camões, se fosse a ex do Ronaldo seria mais apropriado falar em despir-se...) e toquem as suas harpas, a suspeição justifica-se. Não se trata de suspeição com base em efabulações, mas fundada em realidades muito concretas e largamente documentadas. Ao invés de aproveitar as oportunidades para se refazer, o futebol português varre o lixo para debaixo do tapete, mas o seu cheiro continua a empestar o ambiente. A desconfiança que gera impede a distinção necessária e saudável entre o erro e o dolo, o engano e a incompetência pura e dura.
Os organismos que tutelam o futebol e os clubes que o alimentam estão longe de demonstrar vontade em alterar o status quo. Ou porque estão presos pelo dinheiro que já receberam - caso da Olivedesportos, uma das eminências pardas do futebol - ou por receio das represálias que poderiam resultar da oposição ao "poder" corporizado pelo FCP (e muito apetecido pelo SLB), os clubes têm preferido empurrar o problema com barriga. Os esforços ficam-se pelo esforço para fazer que não vêem ou para não tropeçar no dragão no meio da sala. A "Glasnost" sempre tanto prometida como adiada continua por fazer mas é cada vez mais necessária.
Porém, ela dificilmente acontecerá enquanto Pinto da Costa, Adelino Caldeira, Reinaldo Telles, Joaquim Pinheiro (o seu irmão que nunca aparece mas continua a fazer o trabalho sujo) estiverem entre o palco e os bastidores. Como certamente ninguém imaginaria que o Alves dos Reis pudesse continuar a sua actividade no Banco de Angola e Metrópole e que a confiança no sistema bancário sararia com o passar do tempo, como se uma gripe se tratasse. Era porém o que teria acontecido se o burlão pudesse contar com homens da sua confiança nos órgãos jurisdicionais da actividade, como tem acontecido, apesar das evidências, com os supracitados.
E onde fica o Sporting no meio disto?
Até agora, de fora e a ser posto na linha sempre que parece um pouco mais capaz de oferecer concorrência. É um pouco isso que muitos adeptos sentem que se está a passar este ano. Enquanto parecia apenas um patinho mais ou menos desengonçado e não era levado a sério ia sendo beneficiado aqui, prejudicado acolá.
Quando o campeonato começou a chegar ao momento definidor e a carreira da equipa obrigava a olhá-la como um dos demais cisnes, começaram os erros já difíceis de enquadrar no engano ou mera incompetência, sobretudo Rio Ave, Nacional e Setúbal. Um processo muito semelhante ao ocorrido no início da época 2011-2012, com a reacção corporativa mais abjecta que me lembro nos muitos anos que vejo futebol. Ficou claro de que lado estavam os árbitros que, sintomaticamente, se interessavam apenas pela justificação dos erros.
Pode esta percepção estar a ser enviesada pela suspeição e os resultados estarem a ser os que ocorrem por força da valia das equipas?
Eventualmente. Penso várias vezes em todas as possibilidades e quando me sinto inclinado a aceitar essa hipótese sinto-me um pouco como o Capuchinho... Verde, a olhar para o lobo mau, a elogiar-lhe os olhos e boca grandes, antes dele me abocanhar.
Não me posso pronunciar sobre a conferência de imprensa de Bruno de Carvalho, onde foram analisadas as ocorrências do clássico, porque o tempo não me permitiu a sua visualização. Mas, mesmo sem ainda a ter visto, facilmente intuo, todos o fizeram, que ela tinha ganho carácter mandatório por força do que foi o discurso oficial do clube nos dias que antecederam o clássico.
É este colocar entre a espada e a parede que a estratégia que o Sporting adoptou que merece a penas reflectir sobre o que fazer a seguir. O movimento Basta é a tomada de posição dos adeptos, mas, além de um grito de revolta indignação legítimo, não se esperam nenhumas consequências práticas. As tomadas de posição oficiais mais não visam e, no momento actual, mais não podem fazer, do que manifestar a mesma indignação e revolta. Quiçá também pressionar os árbitros a serem mais cuidadosos, faltando saber a que resultados conduzirá.
Quando o Sporting anuncia ir proceder criminalmente contra todos os árbitros que o prejudicam está a encurralar-se a si próprio num labirinto do qual não se sabe como poderá sair. Sem falar na infelicidade que é invocar a época passada, pergunta-se o que vai fazer aos que, mesmo que poucos, o beneficiaram?
O caminho é aqui muito estreito e o pior que o Sporting pode querer é ver-se enleado numa teia de demagógica e de contradições que lhe retire ou diminua a sua melhor arma: a legitimidade das suas reivindicações.
A repensar.
Clap clap clap, que pena pertenceres aos 0,5%, de resto muita lucidez e sobriedade
ResponderEliminarAndo a pensar no mesmo nestes ultimos dias. Falar das arbitragens como temos falado e sobretudo tendo Benfica e Porto do outro lado (que estranha aliança,não!?) faz com que rapidamente ficaremos anexados na opinião pública como incoerentes, demagógicos e irrealistas. E logo assim, dá-mos a oportunidade de ser arrumados quase de imediato com qualquer incomodo que poderiamos estar já a criar,
ResponderEliminarAcho que a consequência directa vai ser tudo aquilo que queriamos apresentar como propostas de melhora do futebol português vai ser rejeitado logo á partida por esse mesmo rótulo que já nos estão a meter.
Reparem então como numa jornada, passamos de ter 7 ou 8 pontos a menos, a ser beneficiados pela arbitragem.
Interessante não é?
Se antes já não nos levavam muito a sério, agora através de um discurso fácil e popularucho, vão desconsiderar ainda mais o clube e tudo aquilo que queremos propor.
Mas também nunca ninguém disse que ia ser fácil...
Parabéns Lda por mais este brilhante post. Clap, clap, clap.
ResponderEliminarJP
"oposição ao "poder" corporizado pelo FCP (e muito apetecido pelo SLB)" - portanto, se for o sporting a lutar contra a corrupção é porque defende a verdade desportiva, se for o benfica a lutar contra a corrupção é porque quer ter poder. O vosso problema é mesmo este: mesmo com tudo o que se tem passado nestes últimos 30 anos (ou mais) ainda continuam a tentar colocar no mesmo "saco" o benfica e o fcp. Enquanto os complexos em relação ao benfica continuarem jamais serão levados a sério.
ResponderEliminarMiguel Guerra,
ResponderEliminarpor nós não tomarmos como séria a vossa vontade de "lutar contra a corrupção" vocês não nos levam a sério?
A sério?
Depois vocês queixam-se que nós achemos que têm a mania das grandezas.
Não sei qual é o desejo da generalidade dos adeptos benfiquistas. Os meus amigos que o são levam-me a crer que são genuínos, já as acções do LFV não, tudo levam a crer que só quer é sentar-se na cadeira.
Vamos então falar a sério? O melhor será fechar as cortinas, tapar os buracos das fechaduras e dizer, pudicamente e com alguma vergonha, às criancinhas, aos sonhadores e aos puristas (aos adeptos no fundo...) para se irem deitar.
ResponderEliminarO futebol não é um desporto. Esqueçam lá isso, morreu, já não existe neste nível de competição. Aqui, ou chegados aqui, estamos no mundo do negócio, Sporting, Benfica, Real Madrid, Bayern, Inter ou Galatasaray, não são clubes, são brands. A cor de todos estes clubes que nós vamos ver hoje pelo fim do dia em horário nobre, daqueles que jogaram no fim de semana passado é a mesma, é a cor do dinheiro e não têm qualquer outro significado mítico.
Uma vez cientes deste facto deixa de ser estranha uma aliança Benfica/Porto como diz o J em cima, a diferença é nenhuma porque a cor é a mesma, verde dólar, e ambas as brands apenas lutam por um pedaço de market que garanta income em volume suficiente para espalhar pela multidão que (se) alimenta dos restos.
Fui atleta, fraco, digamos que era tipo Magrão, o gajo que entrava por impedimento do titular ou aos 70 min para refrescar a equipa, mas que por muito que treinasse nunca tirava o lugar ao titular, como não tinha nenhuma habilidade especial para um desporto em particular, apenas o adorar desporto, treino e competição, pratiquei vários, aqui também tive a sorte de ter crescido num local onde existia um clube que me permitia experimentar e contactar com tudo quanto é tipo de desporto, individual, coletivo, aquático, aéreo, you name it, e por lá andei do xadrez ao rugby, fartei-me de correr pavilhões, campos, ginásios e salas.
Tudo isto para dizer o seguinte, joguei muitas vezes com o árbitro a meu favor. É tão bom! Também joguei com ele contra (é fodido!), e nalgumas vezes a saber de antemão se o árbitro era nosso, do adversário... ou se tínhamos de fazer pela vida... Quando se chegava a nacionais era tramado, lá vinham os grandes estragar o nosso caldinho, mas mesmo assim podíamos aspirar a contrariar os adversários, ganhar até contra o árbitro é fantástico, conseguir fazer o jogo perfeito, sem dar razões para o árbitro influenciar...
Mas há aqui problemas específicos do futebol, o engano, a batota é livremente aceite, a simulação de lesões, agressões, mergulhos para a piscina, enganam permanentemente todos os envolvidos no jogo sem qualquer punição. Há completo desrespeito pela figura do árbitro, diálogos, discussões, berreiro, empurrões, encosto de testa... e (às vezes) está tudo bem!
O rugby, não tem isto, como modalidade as regras evoluíram para melhorar o jogo, proteger os atletas e simplificar o trabalho do árbitro. No futebol, não, mas o futebol já não é uma modalidade desportiva, é um market, com brands, targets e money, muito money a concorrer.
No dia em que uma simulação de penalty, como a do Zequinha, mereça 5 jogos de castigo, mais um par de estalos do seu capitão de equipa, o futebol poderá voltar a ser um desporto até lá... Show me the Money!!!!
ResponderEliminarParabéns pela análise. Ponto prévio: sou Benfiquista e também ambiciono ter o edifício da arbitragem insuspeito. Os árbitros são apenas a face visível desse edifício muito sombrio.
Nesta crónica, há um ponto muito sensível referido pelo autor: "Quando o Sporting anuncia ir proceder criminalmente contra todos os árbitros que o prejudicam está a encurralar-se a si próprio num labirinto do qual não se sabe como poderá sair". Concordo com o autor, mas à luz do momento, era a hora de "meter toda a carne no assador". Agora é hora de ir desmontando o "circo" e as pessoas rapidamente esquecem daquilo que foi montado. O ponto negativo é que não podem voltar a "montar outro circo igual". Portanto, eu acho que o Sporting consegue sair deste "labirinto"; o problema é que não pode repetir a gracinha. De qualquer forma teve proveito: nitidamente os árbitros do jogo do Sporting e do Benfica atuaram condicionados. O segundo lugar do Sporting passou a ser mais real, agora com uma almofada de 4 pontos (o Sporting tem desvantagem no confronto directo com o Porto).
A luta pela limpeza do sistema só poderá ser feita com união do Sporting e do Benfica. E o erro do Sporting tem estado em hostilizar o Benfica. O sistema vai sempre tentar afastar o Sporting do Benfica. No início do campeonato os adeptos do Benfica sentiram-se prejudicados e sentiam o Porto e o Sporting beneficiados. Nos últimos tempos, os adeptos do Sporting sentem-se prejudicados e sentem o Benfica e o Porto beneficiados. Mas dizer que o Benfica controla alguma coisa é um erro. Quando reclama, o Sporting não pode meter o Benfica e o Porto no mesmo saco.
Atenção que pode não haver muito tempo para fazer a tal limpeza. O Porto está em queda e o poder não fica vazio por muito tempo. Se o Porto cair de vez, os dirigentes do Benfica farão tudo para ocupar o lugar do Porto e manter o Sistema (eventualmente numa versão mais "soft"). Se o Sporting estivesse na posição do Benfica faria o mesmo. Infelizmente é assim que acontece. Portanto, para haver limpeza, o Sporting e o Benfica têm que se unir e muito rapidamente provocar essa limpeza.
Saudações desportivas.
Sérgio
Os 7 pontos que o vosso chorão reclama nos comunicados estão aqui:
ResponderEliminar3 x 1 no Dragão, 1 x 1 em Alvalade e 2 x 0 na Luz.
E não são 7, são 8!!!
Quanto à santa união da 2ª circular, não seria inédita, já houve no Jamor em 1980, podem repetir à vontade que só nos deixa mais fortes....
E com a santa união, voltem às contas de antigamente, onde por regra, os lampiões ganhavam 3 e voces apenas 1 campeonato a cada 4 anos, e certamente voces ficarão bastante satisfeitos como dantes...
Mas há um problema, chama-se Futebol Clube do Porto, e se voces não lembram, eu relembro aos profetas da desgraça que:
Após o "1º fim de ciclo" entre 2000 e 2002, nós varremos a europa 2 anos consecutivos...
Após o "2º fim de ciclo" em 2004-2005, fomos tetra mesmo com o apito inventado todos os dias à porta durante os mesmos 4 anos...
E após o "3º fim de ciclo" em 2009-2010, fomos tri e vencemos outra vez na europa...
Este é o "4º fim de ciclo", fiquem atentos...
E fiquem atentos ao comunicado do FCP de hoje, que aocontrário do vosso, tem mesmo fundamentos para vos punir com DERROTA!!!
Tentaram branquear uma arbitragem inacreditável. Aquele lance do Jackson é ridículo. Isto é um descaramento. Um árbitro que faz isto e depois não assinala dois penaltis, o senhor Soares Dias não tem condições para arbitrar. Se é honesto, não pode apitar e não tem competência para isso. Não se pode dar estes jogos a árbitros que não têm condições psicológicos para estes momentos. Artur Soares Dias não pode arbitrar mais jogos do FC Porto», Pinto da Costa, após a derrota na luz, em janeiro deste ano. (retirado do blogue a tasca do cherba o que desde já agradeço e aconselho a visitarem o blogue) A pergunta que se impõe é: quem coage quem? Quem pressiona quem? Estes andrades têm uma lata!
ResponderEliminarRBN, estamos cheios de "medo" de perder o jogo e até de descer de divisão!! Enxerguem-se, andrades.
ResponderEliminarDepois de ver as primeiras páginas dos jornais de hoje, lembrei-me logo de um bom filme mais logo.
ResponderEliminarhttp://www.imdb.com/title/tt0080684/
:-)
E já tenho também uma excelente ideia para o próximo movimento que poderemos organizar.
Se eles querem os pontos por coacçao, nós queremos os campeonatos das escutas por corrupcao!
Isto vai ser muito giro apartir de agora...
" Se o problema da suspeição é generalizado no caso do futebol português é enraizado. E, por muito que alguns se vistam de Nereidas (as da Ilha dos Amores, de Camões, se fosse a ex do Ronaldo seria mais apropriado falar em despir-se...) e toquem as suas harpas, a suspeição justifica-se. Não se trata de suspeição com base em efabulações, mas fundada em realidades muito concretas e largamente documentadas. Ao invés de aproveitar as oportunidades para se refazer, o futebol português varre o lixo para debaixo do tapete, mas o seu cheiro continua a empestar o ambiente. A desconfiança que gera impede a distinção necessária e saudável entre o erro e o dolo, o engano e a incompetência pura e dura."
ResponderEliminarParágrafo certíssimo, cheio de verdade.
"Ou porque estão presos pelo dinheiro que já receberam - caso da Olivedesportos, uma das eminências pardas do futebol - ou por receio das represálias que poderiam resultar da oposição ao "poder" corporizado pelo FCP (e muito apetecido pelo SLB)"
Não sei em que forma te referes ao tipo de poder que o SLB deseja. O mesmo do FCP? Isso não será um delírio teu?
O Benfica soltou-se do polvo maior, a Olivedesportos. Isso é desejar o poder? Só se for o poder sobre o seu próprio destino.
Mais sobre o futuro poder que os sportinguistas adoram prever que no futuro próximo pertencerá ao Benfica: com o eventual definhamento do FCP (que está looooonge de acontecer, mas enfim), é natural que um clube que investe MILHÕES, que paga MILHÕES e que gera MILHÕES, fique à frente de um clube (SCP) que ainda há um ano não tinha dinheiro para pagar as contas e tem de jogar com jogadores de 20 anos sem experiência e de contratar "estrelas" com caramelos, como dizia o Toni.
Penso que a necessidade de colar o Benfica ao FCP, na forma como dominarão o sistema é já, e apenas, uma desculpa de mau perdedor.
O Benfica tem tantos campeonatos como o SCP nos últimos 30 anos. Tem menos Taças de Portuagl e menos Supertaças. O Benfoca não manda nada, assim como o Sporting e os factos estão aí para provar isso mesmo.
Desde o lance em Belém, já nos gamaram um golo limpinho e na Segunda foi o que foi, com um penálti ridículo e uma expulsão poupada ao Nacional para "preservar o espectáculo".
É o Benfica a dominar, com certeza.
Voltando um pouco atrás, convinha que os sportinguistas analizassem bem o que foi o próprio clube nos últimos 10/15 anos. Quem fez mal a quem. O Godinho, nefasto, foi apenas o gajo que puxou a guilhotina.
É por isso que o Sporting está onde está, sem títulos. Sem títulos, como o Benfica, que manda ou quer mandar.
Dominar o sistema nao quer dizer, dominar da mesma forma (com cafés, frutas e putas) que o Porto dominou. Nao percebo muito bem de onde veio essa colagem.
ResponderEliminarParece-me claro que o Benfica procura uma posiçao de hegemonia no futebol português, sem se importar grande coisa com a sua moralizaçao.
Essa hegemonia, na minha opiniao, está a ser conseguida aos poucos pela lei mais preponderante da nossa sociedade de hoje. A lei do mercado.
E o Benfica TV é um exemplo disso mesmo. O Benfica combate a Olivedesportos afirmando a sua identidade como clube. O que eu acho que até pode ser interessante para o clube ou para os próprios benfiquistas. Mas que para o prórpio futebol português nao traz grandes beneficios. Um Olhanense TV ou um Pacos de Ferreira TV nunca serao grandes negocios e logo estes clubes terao que ser obrigados a negociar com uma Olivedesportos.
Se o Benfica se importasse realmente em combater essa entidade, teria procurado uma plataforma de entendimento com outros clubes. Algo que nunca aconteceu...
Dai qu eu diga que o Benfica nao combate coisa nenhuma, apenas se preocupa em afirmar mais a si próprio dentro daquilo que é o actual futebol português.
Neste futebol, que calculo que todos concordamos que cheira mal a todos os niveis (incrivel como ninguem dá mais destaque ao que se passou com o presidente da Liga, por exemplo...), procura encontrar o seu próprio caminho desviado-se do caminho dos outros.
Isto é vai sobreviver e procurar vencer dentro daquilo que é o actual sistema.
O que o Sporting está a fazer nao é isso.
Desde o principio da presidência de BdC, que atacou a façe mais visivel do que é e foi o nosso futebol portugues nos ultimos 30 anos.
Obviamente que com isso, vai ter que lidar com os naturais anticorpos de quem nao quer que nada mude. E eu acho, que o que aconteceu até aqui foi uma própria resposta (aquelas arbitragens num momento determinado) a quem está a ser posto em causa por BdC.
E como a conversa já é longa, fico-me por aqui....
Luis, e achas realmente que não temos analisado bem os últimos 10/15 anos? Será que ainda tínhamos de trocar mais vezes de Direcção? Ou de treinador? Ou de estrutura da SAD? Ou de defesa esquerdo?
ResponderEliminarAnalisando bem essa década ou década e meia se calhar chegamos à conclusão que a única coisa estável são arbitragens à la Duarte Gomes, ou Capela, ou Mota.
Os nossos erros temos sabido corrigir, com um enorme custo diga-se e estão longe de estar sanados (é como o fim de ciclo dos outros...), quando o Benfica souber distinguir a arbitragem do derby no campeonato e na taça, talvez exista uma real possibilidade de não ser confundido com o Porto, até lá, são faces iguais da mesma moeda.
LMGM, mas tu acreditas mesmo que eu, como benfiquista, não tenho tantas razões de queixa em dérbis lisboetas como tu? Mas eu preciso de te falar no Silva? No Gaitán no primeiro minuto? No Jardel? e em tantos outros lances que vos beneficaram descaradamente?
ResponderEliminarA grande questão para mim prende-se com a forma como uns e outros (dos dois lados, obviamente, não é defeito exclusivo dos sportinguistas) olham para esses erros.
Quando o Sporting é beneficiado contra o Benfica eu não posso atribuir esse facto a um poder que o clube não tem. Assim como o contrário também não se aplica.
O Sporting, clube enorme, não foi menos enorme nos anos que ficou à frente do Benfica, ois não? Ou achas que estava mais perto do sistema? Do mesmo sistema que hoje está mais perto do Benfica?
Nesses anos, em que nós nem à Europa íamos, o Sporting acumulou segundos lugares. Como o Benfica. Aí estava tudo bem?
Sabes que eu não defendo e não pactuo com as merdas do presidente do meu Clube. Mas, até hoje, não percebo como podem acusar uma direcção de poder nesfasto quando tem dois títulos em 12 anos de presidência.
Há dois anos e no ano passado, em momentos-chave, como refere o autor do post (visão com a qual não concordo porque para mim é igual roubarem-nos nas primeiras jornadas como há três épocas, a meio ou no fim), comemos com um golito em fora-de-jogo contra o Estoril e outro na Final da Taça, quando antes tínhamos visto um atentado em Coimbra com dois penáltis falsos (um fora da area e outro num corte limpo de Garay) num jogo em que os Academistas passarm do meio-campo... duas vezes.
Mas julgas que a malta tem memória curta? Nesses momentos, onde está o poder do Benfica? Que poder?
Faces iguais Benfica e Porto? Isso só não é ofensivo porque é demasiado estúpido de se dizer, desculpa que te diga.
Luis, eu estava a falar de arbitragens e não de lances isolados, de erros, que facilmente são reconhecidos por todos, o do Silva (simulação) beneficio admitido no próprio estádio por um dirigente do Sporting, coisa que eu irei morrer e nascer outra vez antes de ver acontecer por um dirigente/funcionário do teu clube, o golo anulado ao Leiria em Alvalade, absurdamente dentro da baliza, o primeiro golo de Montero contra o Olhanense em fora de jogo. São lances, não arbitragens como por exemplo aquelas que permitem a determinados jogadores e em determinados jogos, distribuir pau à sua vontade, que escolhem quem, como e quando leva cartões e quem passa incólume, quem expulsa jogadores num túnel sem eles estarem lá e quem se esquece de colocar agressões à vista de todos no relatório.
ResponderEliminarO meu Presidente, está à vista de todos, diz o que tem a dizer em conferência de imprensa, não precisa de descer aos tuneis e ao balneário escondido, para fazer/dizer/ameaçar... coagir? no silêncio dos seus capangas.
Sobre a Académica, confesso que estou preocupado, é que segundo o Sérgio Conceição somos o clube mais prejudicado do Universo e se o Sporting que é só o do Mundo vai parar à segunda divisão através do perspicaz processo do Porto, temo que a Académica vá ter à Distrital.