A piada é
fácil mas o seu uso retrata na perfeição o sucedido ontem em Alvalade já depois
de esgotados os noventa minutos de jogo. Já se fazia festa (e que festa!) em
Alvalade quando Cleiton Xavier marca o penalty que altera de forma drástica e
traumática a qualificação quase certa que ditaria o 2-0 . Falta
agora avaliar a extensão dos danos pelo súbito traumatismo causado pelo golo “ucraniano”
do bom jogador brasileiro.
Há pouco heroísmo
no suicídio
Foi pouco
agradável assistir à primeira parte mas, ao contrário das reacções generalizadas,
compreendi a atitude conservadora da equipa. Acima de tudo procurou não ser
apanhada desprevenida. Talvez tenha havido algum excesso que atribuo a duas
razões: inevitavelmente por força do dispositivo do adversário, que soube quase
sempre atalhar as nossas saídas para o jogo, e pelo menor acerto no passe e
controlo da posse de bola dos nossos jogadores. Estão ambas obviamente relacionadas mas por vezes
pareceu ser maior o nosso desacerto que o mérito do adversário.
Mas aceitei o
conservadorismo da nossa postura porque, pelo menos no que ao futebol diz
respeito, o suicídio tende em regra a ter um carácter mais patético que
heróico. Isto porque, como se veria mais adiante, o Metalist pode não ser
conhecido mas está longe de ser uma equipa de metalúrgicos que se juntou para
fazer umas peladinhas, como muitos pareciam pretender. Por alguma razão os
ucranianos sofreram apenas ontem a primeira derrota fora na competição. Poderíamos
ter feito melhor? Seguramente que sim, mas também podíamos estar agora a
lamentar a falta de cautela…
Perdemos com
as substituições
Até à saída
de Carriço o Metalist não conseguiu fazer o que é quase sempre mais perigoso,
que é penetrar pelo centro em direcção à baliza. Carriço não oferece grande
capacidade de construção (nem me parece que tal lhe deva ser exigido) mas a
anular o jogo interior dos ucranianos esteve perto da perfeição. Após a sua
saída a diferença foi evidente, isto porque Neto (continuo com muitas dúvidas
que tenha qualidades para a posição), não tem o “nervo” de Carriço, teve dificuldade em entrar no ritmo de jogo (normal em quem vem do
banco) e porque Schaars já não tinha a mesma disponibilidade física para o
auxiliar a travar os vários amarelos que apareciam pela frente. Carrillo e
Jeffren não conseguiram oferecer a posse de bola que necessitávamos, embora o
peruano, mais “explosivo”, com outra maturidade, poderia ter resolvido a
eliminatória. E obviamente que Wolfswinkel ainda não é tudo aquilo que
precisamos de um camisola nove. Eu perdia amor a 40 milhões de euros e ia
buscar o Falcão. Aposto que ninguém discutia a medida que iria onerar drasticamente
o passivo. (O encerramento deste parágrafo não é para levar a sério…)
Casaco e
suspensórios à 5áPinto todos, já!
Apesar do
dito no parágrafo acima não posso deixar revelar a minha satisfação pela
actuação do nosso treinador. O que vem fazendo, levando em linha de conta as
condições físicas, anímicas e técnicas em que lhe foi depositada a criança nos
braços, é digno de nota. Seguramente que na preparação do jogo a imensa lista
de indisponíveis, o “ruído” introduzido pelas fragilidades de Capel, Izmailov,
Carriço e também o pouco conhecimento do adversário (fez 2 jogos depois do
sorteio) e a forma sensata como dispôs a equipa deve ser relevado. O mesmo para
a atitude dos seus jogadores que jogam muito à sua imagem e que a ilustração do
post personifica.
Confiança no
apuramento
O futebol é
demasiado imprevisível para qualquer resultado dar garantias. O de ontem muito
menos. Como costumo dizer é uma espécie de “meio a zero”. O empate sem golos
basta mas é suicidário jogar para tal desfecho. Em condições normais e com
jogadores cruciais disponíveis temos equipa, atitude e crença para chegar às
meias-finais. Tal constituiria um marco, passados sete anos e numa época de
resultados colectivos insatisfatórios. Necessário e possível. E se é verdade
que perdemos Carriço eles perderam a dupla de centrais de uma assentada, pode estar
aí também uma vantagem para nós.
Alvalade,
salão de festas
Capel, começa a parecer um jogador de futebol a sério. Só por isto, Sá Pinto já merece crédito.
ResponderEliminarAgora que estamos em vantagem, somos favoritos à passagem à próxima eliminatória.
ResponderEliminarMetalis está ao nível do Zenit e Shakhtar quando ganharam a Taça UEFA, embora um pouco mais fracos no centro da defesa.
Veremos como vai ser o ambiente na Ucrânia, principalmente para o senhor do apito, a poucos meses do Euro 2012, na Ucrania... Grande propaganda ao futebol ucrâniano, não é?
Há sempre o lado bom. Eliminámos uma equipa polaca (outro dos países anfitriões do Euro 2012), embora não convem esquecer a arbitragem lá (penalty por marcar e 2º golo mal validado).
Boas.
ResponderEliminarTemos vantagem de 1 golo e é isso que importa.
Claro que se tivesse ganho por 2-0 o Sporting viajaria mais tranquilo mas...
Com o City também só tinhamos 1 golo de vantagem e, a equipa jogou como se o jogo começasse a zero, assumindo que tinha que marcar no campo adversário. Vai acontecer igual neste jogo, espero, porque os jogadores sabem que não se podem acomodar com o resultado, contrariamente se o resultado fosse de 2-0.
Eu acredito. SL.
Só espero que esa rase do "traumatismo Ucraniano" não nos cai em cima daqui a uma semana. A Frase é boa, mas caramba é uma faca de 2 gumes!!!!
ResponderEliminar