"Sá Pinto pode
ser o Guardiola do Sporting". A afirmação, curiosa, foi proferida pelo treinador
do Légia e inevitavelmente despoletou o post que aqui deixo hoje. Obviamente
que não pretendo com o presente artigo infirmar ou confirmar o que foi dito porque é de todo extemporâneo fazê-lo. Pretendo, isso sim, fazer uma
reflexão mais lata sobre o futebol do Sporting.
O artigo está
há muito “pronto” na minha cabeça mas gostaria de ir mais longe do que vou
conseguir ao pô-lo no papel. Tinha decidido fazê-lo antes do final da
eliminatória do City para que a reflexão não fosse contaminada pelo sentido do resultado,
e a falta de tempo para a sua elaboração acaba por precipitar para hoje a sua
publicação, sem que este surja como gostaria. Mesmo assim
arrisco.
Convém desde
já dizer que não me parece de todo inocente que o treinador do Légia se
lembrasse do paralelismo. Barcelona e Sporting são dois clubes que fazem da
formação uma bandeira. O Barcelona conseguiu dela retirar efeitos práticos,
acumulando títulos atrás de títulos. O Sporting pouco mais tem conseguido do
que seguir ao longe as carreiras meteóricas dos jogadores por si formados.
Guardiola tem o mérito indiscutível de criar um modelo quase imbatível, tendo como base a prata da casa. O Barça hoje assemelha-se aos grandes impérios que, tendo crescido tanto, parece lutar tanto contra si próprio para
se continuar a motivar como contra os seus adversários.
É igualmente
importante perceber os diferentes contextos de Sá Pinto ou qualquer outro
treinador que hoje chegue ao Sporting e Guardiola. O técnico catalão entrou na
carreira actual como treinador de juniores, onde trabalhou dois anos,
ascendendo em 2009 ao cargo principal. Em ambas ocasiões beneficiou de um
trabalho de base e um ambiente favorável relativamente aos produtos de “La
Masia” enquanto que em Alvalade a míngua de títulos provocou nos adeptos uma
desconfiança generalizada nos produtos da Academia.
Provavelmente
as realidades são demasiado distintas para poderem ser comparadas mas, no que
ao futebol do Sporting diz respeito, parece-me inevitável constatar que, ao
contrário do do Barcelona, não há hoje no futebol do Sporting uma matriz, uma
identidade. E digo isto desde as chamadas camadas jovens até ao futebol sénior.
Geralmente as discussões caem sempre no conceito básico de implementar o 4x3x3
com carácter mandatório e de forma transversal a todos os escalões, como se
isso constituísse, per si, um factor de sucesso garantido. Não é preciso ir
muito longe para perceber que, mais do que a geometria associada à disposição
dos jogadores em campo, há uma infinidade de conceitos e princípios que são tão
ou mais importantes: basta olhar para o 4x3x3 de Domingos e de Sá Pinto para o
perceber.
O que é
afinal jogar à Sporting? Quando comecei a acompanhar o futebol de perto associava-se
o jogar à Sporting como futebol de
ataque. Nessa altura o conhecimento e as condições de treino eram radicalmente
diferentes nos grandes e nos restantes clubes. Hoje facilmente percebemos que,
seja de que forma for, não há nenhum campeão em Portugal que o consiga ser sem ser
obrigado a ganhar uma percentagem muito elevada de jogos e para o conseguir tem
que dominar grande parte deles. Mas quem jogue hoje de forma deliberada e descontraída
ao ataque arrisca-se a acordar para um pesadelo antes de esgotados os primeiros
45 minutos.
Hoje alguém
saberá dizer o que é jogar à Sporting? Dificilmente, e mesmo com muito boa
vontade.
A última vez
que o futebol do Sporting teve uma identidade reconhecida pela generalidade da
opinião foi no tempo de Paulo Bento, através do seu famoso losango. É
interessante constatar que nem nos tempos dos dois últimos títulos se pode identificar
uma personalidade vincada na nossa forma de jogar. Quando a saída de Paulo
Bento aconteceu o futebol do Sporting estava estagnado e foi essa a principal
razão que o conduziu à porta de saída.
O que se seguiu foi uma hecatombe
generalizada, um desperdício de tempo e dinheiro, não conseguindo o clube manter
uma pedra que fosse para reconstruir um novo edifício futebolístico. E assim
andou durante 2 épocas consecutivas. Daí sempre ter considerado a época em
curso como crucial e, embora ela tenha sido em grande parte marcada pelo
fracasso, não é forçoso que se tenha partir outra vez do nada.
Se Sá Pinto
será ou não o nosso Guardiola é ainda cedo para responder. O que é indubitável
é que o Sporting precisa de um treinador que recrie e confira uma identidade ao
nosso futebol através de um modelo de jogo que retire proveito de algo que indiscutivelmente
fazemos bem – formar jogadores - não
descurando o contexto em que se insere o Sporting e o seu estatuto de grande do
futebol português.
Dizê-lo é mais fácil do que fazê-lo mas esse parece-me ser o
caminho para inverter o carácter excepcional com que chegamos ao titulo e
lançar de novo uma história a verde-e-branco no campeonato português.
Para isso
daria muito jeito que Sá Pinto, ou outro no seu lugar, conheça a realidade
interna do clube e a respectiva correlação de forças para se estabelecer e
poder alavancar as alterações necessárias. Precisará para isso também de
inteligência, cognitiva e emocional. Essa que certamente beneficia Guardiola e que o
leva a perceber como conseguir retirar o melhor do talento dos jogadores,
camuflando-lhes as imperfeições e carências, elevando-os à categoria de super-heróis
da bola.
Poucas vezes se referem as qualidades intelectuais de um treinador mas
estas serão com certeza diferenciadoras. Nesse sentido, Guardiola está longe de
ser o estereótipo do ex-futebolista que chega a treinador. É-o também, e ainda por cima com um curriculum invejável,
mas cuja vida social nunca esteve delimitada em exclusivo pela relva e o cheiro
dos balneários.
Do lado do
Sporting, e uma vez descobertos os
sinais de uma mudança de sentido positivo, será também necessário perseverança
e convicções fortes, não confundíveis com birras obstinadas. Não há atalhos
para o sucesso e muito menos garantias para lá chegar, sendo o caminho muitas
vezes pontuado por paragens e retrocessos.
Guardiola chegou ao Barcelona na
sequência de uma mudança radical na gestão do clube pela mão de Joan Laporta,
substituindo Frank Rijkard. Teve um começo duríssimo, dando muito lastro aos
detractores de Laporta, quando dispensou de forma corajosa Ronaldinho, Deco,
Samuel Eto'o. O camaronês acabaria por ficar mas quando o Barcelona perde o primeiro jogo da época com o recém-subido Numância foi o pescoço de Laporta que o aguentou. O
resto da história está ainda a ser escrita, mas começaria aí uma série de mais
de 20 jogos sem perder até triturar o Real Madrid com um histórico 2-6.
Acho muito acertada relacionar a comparaçao com o Guardiola, com a definiçao da identidade futebolística do clube. Afinal, uma forma possível de definir o êxito do Guardiola é considerá-lo o expoente máximo da identidade de jogo do Barcelona.
ResponderEliminarGostava de acrescentar um ângulo à excelente reflexao aqui colocada: o facto do Guardiola, para além de ser um agente de mudança e de potenciaçao da formaçao, é também ele um produto da formaçao do Barcelona. Como jogador, claro, mas também como treinador. A minha primeira interrogaçao quando soube que estavas a escrever o post foi "perguntamo-nos se o Sá Pinto pode ser o Guardiola do Sporting, mas será que o Sporting pode, neste momento, produzir um Sá Pinto como Guardiola?".
Quando pensamos em formaçao, pensamos em jogadores, mas se há coisa em que o FCB é forte, neste momento, é em formar treinadores. Que o diga o Liverpool FC, que importou o know-how de Pep Segura e Rodolf Borrell (que treina a equipa da NextGen Series que defrontou o Sporting), a Roma que começa agora a colher alguns frutos da profunda mudança que escolheu operar através de Luis Enrique ou Albert Benaigues, ex director técnico da escola de futebol que coordina actualmente o Al Wasl, por exemplo. Só friso esta questao porque nao é costume incluirmos os treinadores entre os produtos da formaçao. E um clube forte, com uma identidade e um modelo definido é aquele que nao só produz jogadores capazes de singrar e obter êxito e reconhecimento mas também ser adoptado por treinadores que nao só o defendem convictamente como o melhoram e o levam para outras instituiçoes.
No fundo, um sinal facilmente reconhecível é o de um clube escolher um treinador em funçao da adaptaçao das suas características ao trabalho desenvolvido no clube e nao em funçao das mudanças que poderá ser capaz de operar. Nesse sentido, o Guardiola inscreve-se numa continuidade que começou algures em princípio dos anos 80, com uma interrupçao para Terry Venables mas mesmo aí todos os escaloes menos a equipa principal funcionava da mesma maneira.
Também concordo contigo quando dizes que a identidade de um clube nao é só usarem todos a mesma táctica desde os infantis. Quando questionados sobre os factores diferenciais do FCB que estao na origem do êxito, jogadores e técnicos costumam referir elementos de baixa visibilidade como por exemplo, os métodos de treino, a insistência em conceitos como paciência e repetiçao, ou o envolvimento social proporcionado aos jogadores e às famílias. Nalguns casos a coisa é particularmente notória, como por exemplo, na contrataçao de Iniesta, que nunca teria acontecido se o clube nao tivesse tido a preocupaçao de o trazer para acompanhar um dos seus melhores amigos, esse sim o craque da altura, um tal Jorge Troiteiro, hoje no Burgos.
Para nao me desviar e porque só queria mesmo acrescentar essa ideia do treinador como produto, frisar que nao digo nada disto no sentido de afirmar que o Sporting nao o faz ou nao o quer fazer. Pelo contrário, acredito que se trabalhe bem melhor do que a maioria de nós sabe dos séniores para baixo e que o Sá Pinto, conhecedor do clube, observador próximo das várias mudanças operadas nos últimos anos e peça central no passado recente da formaçao, saiba fazer essa labor de definir e aperfeiçoar o modelo.
E nao podia deixar de o dizer porque seguramente a tendência na reacçao a essa interrogaçao sobre se Sá Pinto poderia ser uma espécie de Guardiola vai-se centrar no Sá Pinto em si, nas suas capacidades, vontades, traços de personalidade, e pessoalmente acho que, mais que no Sá Pinto, a resposta está no clube e nas condiçoes que possa ter para receber "um" Guardiola.
saudaçoes leoninas!
tiago
E eu relembro um pouco da história inicial de Guardiola no banco do Barça. Na primeira época, calha em sorte ao barça o Sporting no seu grupo da Champions. Os resultados iniciais foram, como já referido, abaixo das expecctativas e foi num clima de desconfiança total em Guardiola que o Sporting foi jogar a Camp Nou, falava-se até na antevisão desse jogo que se o Barça perdesse Guardiola estaria na porta de saída.
ResponderEliminarAcabou por vencer por 3-1 e embalar para uma caminhada histórica que dura até hoje..
Recuem lá um pouco na história e vejam se não é verdade.
SL
Leão de Alvalade, Tiago,
ResponderEliminarApenas uma nota para referir que é difícil caracterizar o Sá Pinto como um potencial "Guardiola do Sporting". Para já o seu percurso no clube, enquanto treinador, é curto - chegou há menos de 1 ano para os juniores - e, ainda que a(s) sua(s) equipa(s) sejam fortemente influenciadas pelas suas ideias para o futebol e mesmo admitindo que encontrou no Sporting o contexto ideal para as aplicar, parece-me que ainda estamos longe de poder concluir que está perto ou já se verificou uma mudança de paradigma transversal à estrutura do Sporting.
Ficaria muito contente se procurasse, oferecendo ao mesmo tempo liberdade e responsabilidade aos treinadores, que todos os escalões do Sporting (dos seniores aos escolas) tivessem como critério orientador algumas das ideias fortes que já ouvimos do Sá Pinto. Mas é ainda muito cedo para perceber qual a direcção da revolução operada também a esse nível no Sporting. Só dentro de alguns anos poderemos olhar para trás e perceber se houve uma linha condutora subjacente às decisões tomadas e como se preparou o futuro, considerando todas as opções certas e erradas que viriam/virão a inevitavelmente a ser tomadas.
Felizmente temos bons exemplos que podem oferecer-nos matéria para pensar qual o caminho que mais se adequa ao Sporting. A criação de uma Equipa B, ancorada numa geração que é muito boa (mas ainda muito inexperiente), poderá conferir um contexto favorável à procura de uma cultura própria que é fácil de identificar nas ideias fortes acima referidas ou nas opções de jogo de um Chaby.
É verdade que o Sá Pinto tem muitos anos de casa. É também verdade que não é um produto da formação do Sporting, antes da do FCPorto e do Salgueiros. As suas ideias, a sua forma de ver o futebol não me parece provir dessa sua experiência formativa e, sendo certo que os muitos anos na casa o fizeram jogar com muitas gerações de jovens excepcionais formados no Sporting - desde Figo a Moutinho, todos foram num momento ou noutro colegas de equipa do Sá Pinto - parece-me que o Sá Pinto e o Sporting casam mais no contexto e na cultura por (feliz) coincidência, do que por ser o resultado de uma causalidade próxima (em que o Sá Pinto só poderia pensar assim por ter estado no Sporting).
Essa era a discussão que pretendia promover de há uns anos para cá: para lá das pessoas, qual a cultura do clube? Desde a 1ª hora que referi que o Sá Pinto parece ter ideias de acordo com o que considero a cultura do clube... mas só (esperemos!) dentro de uns anos o poderemos verificar.
Queria trazer à (excelente) reflexão a seguinte observação (isto até merecia agora uma rima a acabar em Xandão ou coisa que o valha):
ResponderEliminarA orientação de cada um é definida pelo seu percurso de vida e pelas interações estabelecidas com outros. Existem aqueles que nos marcam de forma negativa, que nos mostram aquilo que não queremos vir a fazer. E aqueles que nos marcam de forma positiva e que guardamos como exemplo e modelo de conduta. Dito isto, queria apenas relembrar uma frase proferida por Sá Pinto há poucos anos atrás. Concretamente em 2005, perto do final daquela que ficou conhecida como a época do quase. Dizia o nosso treinador qualquer coisa como "Nunca me diverti tanto a jogar como neste ano".
O treinador era José Peseiro.
Dou os parabéns ao Leão de Alvalade e ao Tiago pelo artigo e comentário, respectivamente.
ResponderEliminarGostaria de emitir uma singela opinião que vai mais na direcção do comentário do Tiago, isto é, o centro da discussão deve estar na estrutura/Clube e menos nas personalidades que nele/para ele trabalham/deviam trabalhar.
É neste contexto que me parece ser necessário mitigar significativamente a potencial comparação entre o Sporting e o Barcelona por terem, no fundo, pontos de partida similares ao radicarem a sua essência na formação. Sim, é este o ponto de partida mas tudo o que daqui decorre, desde a transmissão dos valores, a união em volta de objectivos de curto e médio prazo, a missão, a visão, entre outros porMAIORES do processo, até ao ponto de chegada que é a enorme distância entre os dois Clubes em termos de grandeza e, sobretudo, capacidade de gestão, organização, é que deve efectivamente constituir o tema de análise, de reflexão e de profunda reformulação.
No contexto actual, mesmo que Sá Pinto fosse o "Guardiola do Sporting" estaria (e estará) votado ao insucesso, ainda que obtendo estrondosas vitórias pontuais como aconteceu com o City e, todos esperamos, se volte a repetir amanhã. E porquê?
Simples, porque não são as iniciativas pontuais individuais que resolvem problemas ou fazem crescer de forma sustentada um Clube, uma organização. É necessário um esforço global, orientado, em comunhão, com uma liderança forte, congregadora, solidária, transparente que seja um exemplo para Todos. E ter as pessoas certas nos lugares certos dentro da estrutura com um respeito espartano pelos respectivos pelouros, sem ingerências ou assomos de protagonismo. Ferran Soriano esteve há pouco tempo em Alvalade e explicou-o de uma forma simples e acessível.
Saudações Leoninas,
Luís Rasquete
Excelente, o texto e os comentários. Um prazer chegar aqui e ler coisas destas, aplausos a todos: LdA, Tiago, PLF, Luís R.
ResponderEliminarPLF,
As ideias e a identidade do Sá Pinto treinador não terão sido fortemente influenciadas, e até construídas, a partir das suas experiências no SCP?
Não tanto enquanto jogador, mas a sua presença no Clube com a função de director de futebol não terá construído, ou pelo menos ajudado muito a construir, a sua identidade posterior enquanto treinador?
Tanto ou mais que a sua carreira enquanto jogador...
excelente reflexão..
ResponderEliminarprecisamos de um projecto estavel e com sentido, esperemos que o Sá o elabore junto com a direcção e o levem para a frente com coragem e convicção.
infelizmente não pude até agora acompanhar e responder os comentarios por imprevistos de ordem pessoal mas conto fazer-lo na 1a oportunidade .
ResponderEliminarLda
LdA,
ResponderEliminar"Para isso daria muito jeito que Sá Pinto, ou outro no seu lugar, conheça a realidade interna do clube e a respectiva correlação de forças para se estabelecer e poder alavancar as alterações necessárias."
Este é o trabalho que não deveria ter de ser feito, mas que infelizmente se impõe fazer com a máxima brevidade. Já nos bastam os adversários externos para nos preocuparmos, pelo que era dispensável ter de estar sempre a olhar por cima do ombro para ver de onde vem o "fogo amigo".
Se todos tivessem a consciência do privilegio que é trabalhar para esta magnífica instituição do desporto português e mundial, isso não aconteceria. Tanto quanto pude alcançar, o Sá Pinto tem esse sentimento, conhece o clube na sua sede e em muitos dos seus núcleos, tem participado em várias confraternizações com sócios e adeptos, pelo que tem noção da história do clube e do seu pulsar actual.
Não consigo olhar para o nosso treinador actual de forma imparcial, desde logo porque sempre tive uma enorme admiração pelo seu carácter combativo e porque senti que se havia alguém que podia interpretar um papel de relevo na organização do futebol do Sporting era o Sá Pinto.
Penso que ainda é muito cedo para a comparação, mas que todos ficaríamos felizes se a resposta ao título do post fosse afirmativa, isso é inegável.
Um abraço
Excelente artigo e excelentes os comentários do Tiago e PLF ( devia abrir o seu blog a todos os sportinguistas.
ResponderEliminarAcho que todos devemos contribuir, com criticas sérias e positivas, para que as condições dentro do clube sejam propicias ao trabalho, sustentado, que queremos dos nossos profisionais, treinadores e atletas. Com o clube mais unido, adeptos, dirigentes, técnicos e atletas, os frutos vão, necessáriamente, aparecer. Eu acredito, assim como acredito que vamos passar o City.
JJRibeiro
LdA:
ResponderEliminar"O artigo está há muito “pronto” na minha cabeça..."
Desses post tb eu faço mts, amigo... LOL! O problema é passá-los pró papel cá do 'ANorte',
Será que o mal é transmissível?... :)
Pronto... agora que aproveitei a oportunidade para me desculpar, sp gostaria de dizer, mt rapidamente, o que penso sobre o Sá Pinto até ao momento. Tb eu quis dizer qlq coisa antes dos 5 a zero. Depois, s/ o q tinha para dizer, era bem capaz de ser acusado de profeta do passado e deixei passar.
Comparando Sá com DP, há uma característica que sobressai, mt mais favoravelmente, no Ricardo: ao contrário de Domingos, Sá é um líder natural. Que se impõe pelo seu carisma, pela sua maior proximidade e, precisamente - e esta é uma gde vantagem que tem à disposição - pela a sua enorme inteligência emocional. A forma como ele se relaciona com os seus jogadores e os compreende, leva-o a conquistá-los, com palavras e atitudes, de uma forma natural, sem qlq imposição forçada ou meramente formal. Isso tem transparecido regularmente quer durante os jogos, nas suas reacções, nomeadamente nos incitamentos, mas tb mt no seu discurso, diametralmente oposto ao de Domingos... Aliás, não é à toa que agora se ouvem reiterados elogios ao treinador por parte de diversos jogadores, qd os mesmo jogadores eram tão parcos em elogiar o anterior 'mister'. E não me venham com as estórias da graxa que isso não pega. Mas afinal temos os nossos jogadores em boa conta e como pessoas com carácter, ou não? Eu tenho não só como tendo carácter, como sendo, mts deles pessoas inteligentes e já com alguma bagagem no futebol profissional... Daí que acredito que o que afirmam é sincero.
Não sei se Sá é melhor ou pior treinador que DP, mas não me restam dúvidas de que é mt melhor líder. RSP tem demonstrado ter boas ideias, resta saber se as consegue por em prática. A verdade é que os 5 a zero ao VSC foi o jogo mais conseguido do SCP esta época. Contra o City tb, mas num estilo diferente do habitual, mais na expectativa, qd o que é comum ao SCP é ter a iniciativa atacante do jogo.
Amanhã, td pode acontecer, claro.. Qt mais tempo conseguirmos 'aguentar' o City, maior a probabilidade de os enervar e de alcançar um bom resultado. Não podemos é remeter-mo-nos a uma defesa continuada. Há que aproveitar para os assustar e para isso temos q sair em ataques com a maior frequência possível. Há que mantê-los receosos.
Abraço.
Bem, acabei de ler os comentários e só me resta afirmar, depois de agradecer a excelente participação de todos, que é uma prazer debater o SCP assim... desta forma. Estão tds de parabéns.
ResponderEliminarAmanhã, toca a sofrer tds juntos durante mais um jogo. Oxalá que no fim nos enconntrmos por cá a escever comentários cheios de alegria!
SL e um gde abraço a tds.
FORÇA SPORTING!
Não valia a pena a precipitação!
ResponderEliminarO Carlos Freitas quis fazer de Paulo Bento o mesmo na 1ª passagem por Alvalade, entretanto dançaram os dois!
Guardiola é uma vitória a toda a linha do seu mentor e do clube catalão, Cruyft! O Sporting não tem quem pense o clube na globalidade, nem há muitos portugueses com essa capacidade. Queiroz, acima das chicotadas psicológicas, era uma boa aposta!
Acima dos treinadores estão sempre os clubes e a tranquilidade que conseguem proporcionar para um projecto de tal envergadura! É impossivel comparar realidades tão dispares, como um clube que a realidade do futebol global dita vendedor, inviável financeiramente na actualidade e sem qualquer capacidade de influir no poder decisório e o Barcelona, um clube vendedor, alicerçado na aristocracia catalã, com poder decisório no futebol espanhol e europeu!
Este tipo de comparações não passam de levianas! Não existe qualquer tipo de similariedade entre os dois clubes que permitam tal! Nem hoje, nem nunca!
E nem vale a pena referir massas adeptas que não podiam ser mais diferentes!
(tentando responder a todos)
ResponderEliminarComo é óbvio todos os clubes gostariam de ter um Guardiola no sentido mais genérico da ideia: alguém com ideias muito próprias, com muita coerência e convicção consegue implementar uma ideia de jogo que marca decisivamente uma época e escreve um novo capitulo na história do futebol. Todos o quereriam mas também é verdade é que poucos o fazem por merecer.
A ideia de associar o nome de um treinador do Sporting à “ideia Guardiola” tem obviamente a ver com a ideia da criação de uma cultura de clube de que fala o PLF há algum tempo. Isto porque existem muitas formas de criar projectos vencedores, isto porque não há projectos exequíveis sem vitórias. O método mais usado é a contratação de um treinador consagrado ou promissor capaz de chegar aos títulos muito rapidamente. O treinador trás as suas ideias, a sua equipa técnica e muitas vezes um núcleo de jogadores da sua confiança. Ganha, ou não e, terminado o ciclo, faz as malas e o clube é obrigado a recomeçar com outro treinador um novo e muitas vezes penoso processo.
É seguramente essa a marca de Mourinho nos clubes que passou. É indiscutível a sua capacidade de ganhar e obter resultados. Mas o que fica depois? Veja-se o que sucedeu no FCP, Chelsea, Inter por exemplo. Essa era a ideia que julgo estar subjacente à contratação de Domingos, este ano, da qual eu fui defensor. Não porque entendesse que ele fosse capaz de criar o tal novo paradigma mas por ver nele capacidade na obtenção imediata de resultados porque o Sporting precisa de os alcançar com urgência.
Concordo que no Sporting está muito, quase tudo até, por fazer. E obviamente que é ainda cedo para pensar se Sá Pinto “is the one”. A questão é que é preciso alguma vez dar o primeiro passo.
Afinal e infelizmente não foi.....
ResponderEliminarSL